A caracterização das atividades da coordenação de curso como uma prática social de gestão: um estudo com coordenadores de cursos da área de ciências sociais aplicadas de centros universitários de Belo Horizonte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Alexandre Ferreira Rolim
Orientador(a): Marlene Catarina de O Lopes Melo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-99JGH8
Resumo: A partir do ano de 1996, o Ministério da Educação e Cultura passou asupervisionar o sistema federal de educação, que é composto pelas instituições de ensino superior públicas e privadas. Para que o curso obtenha uma boa nota, é necessário que o coordenador de curso tenha a capacidade de exercer atividades gerenciais, o que o transforma em um verdadeiro gestor do curso superior. Existem diferentes perspectivas teóricas acerca da gestão. Dentre elas, pode-se citar a perspectiva técnica, a política e a crítica. Na primeira delas, o gerente é visto comoum instrumento racional para atingir valores pré-determinados e predominantemente instrumentais, que têm como estratégia de atuação a valorização da eficácia da configuração organizacional. Já na perspectiva política, a gestão é vista como um processo direcionado para a regulação do conflito, no qual o gestor abdica do cargode controlador e passa a interagir com a equipe. A perspectiva crítica, por sua vez, analisa a gerência como sendo um mecanismo de controle, cuja principal função é satisfazer às demandas impostas pelo modo de produção capitalista, com o intuito de propagar essa ideologia. Reed (1997) argumenta que essas formas de análise são incapazes de perceber a realidade das práticas gerenciais com a devidaprofundidade e propõe, então, uma quarta perspectiva de análise, denominada por ele de perspectiva praxeológica, na qual a gestão é vista como um tipo específico de prática social. Essa perspectiva de análise da gestão possui três vantagens sobre as perspectivas anteriores: proporciona uma síntese conceitual sobre aspectos que nasabordagens anteriores eram vistos separadamente; rejeita o tratamento mais ortodoxo dos processos de gestão, os quais submetem todos os aspectos da interação social aos imperativos técnicos, políticos e ideológicos; e proporciona um quadro teórico integrado, que torna possível a relação entre os níveis de análise organizacional, institucional e comportamental, esquivando-se da análise funcionalista-determinista, para a qual as perspectivas anteriormente citadas parecem tender, quando confrontadas com a complexidade inerente aos processosde gestão. Essa pesquisa é um estudo descritivo analítico cujo objetivo é caracterizar a atividade gerencial do coordenador de curso como uma prática social de gestão. Essa caracterização implica dizer que os coordenadores de curso possuem atividades que buscam conjugar as práticas educativas com estruturas que possuem um determinado grau de coerência e que a atividade de coordenação não pode ser analisada apenas sob a perspectiva de um modelo gerencial e contribui para a construção do ofício de coordenador de curso. Para tanto, foi realizada uma pesquisa (abordagem qualitativa de análise de dados) por meio de entrevistas semiestruturadas com coordenadores de curso da área de ciências sociais aplicadas dos centros universitários de Belo Horizonte.
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Já na perspectiva política, a gestão é vista como um processo direcionado para a regulação do conflito, no qual o gestor abdica do cargode controlador e passa a interagir com a equipe. A perspectiva crítica, por sua vez, analisa a gerência como sendo um mecanismo de controle, cuja principal função é satisfazer às demandas impostas pelo modo de produção capitalista, com o intuito de propagar essa ideologia. Reed (1997) argumenta que essas formas de análise são incapazes de perceber a realidade das práticas gerenciais com a devidaprofundidade e propõe, então, uma quarta perspectiva de análise, denominada por ele de perspectiva praxeológica, na qual a gestão é vista como um tipo específico de prática social. Essa perspectiva de análise da gestão possui três vantagens sobre as perspectivas anteriores: proporciona uma síntese conceitual sobre aspectos que nasabordagens anteriores eram vistos separadamente; rejeita o tratamento mais ortodoxo dos processos de gestão, os quais submetem todos os aspectos da interação social aos imperativos técnicos, políticos e ideológicos; e proporciona um quadro teórico integrado, que torna possível a relação entre os níveis de análise organizacional, institucional e comportamental, esquivando-se da análise funcionalista-determinista, para a qual as perspectivas anteriormente citadas parecem tender, quando confrontadas com a complexidade inerente aos processosde gestão. Essa pesquisa é um estudo descritivo analítico cujo objetivo é caracterizar a atividade gerencial do coordenador de curso como uma prática social de gestão. Essa caracterização implica dizer que os coordenadores de curso possuem atividades que buscam conjugar as práticas educativas com estruturas que possuem um determinado grau de coerência e que a atividade de coordenação não pode ser analisada apenas sob a perspectiva de um modelo gerencial e contribui para a construção do ofício de coordenador de curso. Para tanto, foi realizada uma pesquisa (abordagem qualitativa de análise de dados) por meio de entrevistas semiestruturadas com coordenadores de curso da área de ciências sociais aplicadas dos centros universitários de Belo Horizonte.From the year of 1996, the Ministry of the Education and Culture started to supervise the education system federal, that is composed for the public and private institutions of superior education. So that the course gets a good note, it is necessary that the course coordinator has the capacity to exert managerial activities, what transforms it into a true manager of the superior course. Different theoretical perspectives concerning the management exist. Amongst them, it can be cited theperspective technique, the politics and the critical one. In the first one of them, the manager is seen as a rational instrument to reach daily pay-definitive and predominantly instrumental values, that have as performance strategy the valuation of the effectiveness of the organizational configuration. Already in the perspective politics, the management is seen as a process directed for the regulation of theconflict, in which the manager abdicates of the controller position and starts to interact with the team. The critical perspective, in turn, analyzes the management as being a mechanism of control, whose main function is to satisfy to the demands imposed for the way of capitalist production, with intention to propagate this ideology. Reed (1997) argues that these forms of practical analysis are incapable to perceive the reality of the managerial ones with the had depth and considers, then, one fourthperspective of analysis, called for it of praxeological perspective, in which the management is seen as a practical specific type of social. This perspective of analysis of the management possess three advantages on the previous perspectives: it provides a conceptual synthesis on aspects that in the previous boarding were seen separately; it rejects the treatment most orthodox of the management processes, which submit all the aspects of the social interaction to the imperatives ideological technician, politicians and; e provides an integrated theoretical picture,that becomes possible the relation enters the levels of organisational analysis, institutional and managing dodging itself of the functionalist and deterministically analysis, for which the perspectives previously cited seem to tend, when collated with the inherent complexity to the management processes. This research is an analytical descriptive study whose objective is to characterize the management activity of thecourse coordinator as one practical social one of management. This characterization implies in saying that the course coordinators possess activities that they search to conjugate practical the educative ones in and structures that possess one definitive degree of coherence and that the activity of coordination cannot be analyzed only under the perspective of a management model and contributes for the construction of the craft of course coordinator. For in such a way a research by means ofstructuralized half interviews with coordinators of course of the area of applied social sciences of the university centers of Belo Horizonte was carried through, that possess a qualitative boarding of data analysis.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGUniversidades e faculdades AdministraçãoGerênciaAdministraçãoCoordenação de cursoGestãoPrática socialA caracterização das atividades da coordenação de curso como uma prática social de gestão: um estudo com coordenadores de cursos da área de ciências sociais aplicadas de centros universitários de Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_alexandre_ferreira_rolim.pdfapplication/pdf508453https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-99JGH8/1/disserta__o_alexandre_ferreira_rolim.pdf7f6b5d51bf7054d25fd4ac2bb4348806MD511843/BUBD-99JGH82019-08-13 00:25:30.013oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-99JGH8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-08-13T03:25:30Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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