Diário cartográfico das mães que perdem suas filhas e filhos pelas mãos do Estado: paisagens que se repetem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Adriana Fernandes Carajá lattes
Orientador(a): Marcelo Grossi Araújo lattes
Banca de defesa: Marcelo Grossi Araújo, Alzira de Oliveira Jorge, Sônia Lanski, Érica Dumont Pena
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/34694
Resumo: A violação dos direitos de mulheres e suas crianças, sobretudo o sequestro de filhos de suas mães, acompanham a trajetória da humanidade, evidenciando raízes históricas de opressão e marginalização. No Brasil, tal fenômeno tem seus registros iniciados no século XVI e XVII, momento no qual as mulheres indígenas e negras foram abusadas e escravizadas pelos colonizadores europeus. Nesse período histórico, as crianças negras e indígenas eram separadas de suas mães, para serem vendidas e utilizadas como escravas, sendo que tinham seus nomes alterados, o que inviabilizava o reencontro com suas famílias, sua origem. No século XX, a política de controle da hanseníase no Brasil, pautada no isolamento social e na internação compulsória dos enfermos, em locais conhecidos como Hospitais Colônia, materializou-se como outro momento histórico que reflete a separação de filhas e filhos nas Instituição Totais, como uma situação de intensa segregação. Além disso, no período da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), e atualmente na cidade de Belo Horizonte – Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul, encontram-se outras evidencias de separação de filhas e filhos de seus familiares. Objetivos: Dessa forma, este estudo visa apontar as similaridades e as singularidades entre situações de mães cujos bebês foram retirados pelas mãos do Estado, em diferentes momentos históricos e territórios, apresentando uma compreensão mais ampla desse fenômeno. Pretende-se expor, por meio de narrativas de atores e de análise documental, os efeitos e consequências dessa política; refletir sobre as narrativas de alguns atores sobre o processo de destituição forçada do Poder Familiar e, ainda, demonstrar minhas percepções e afetações sobre o processo. Abordagem metodológica: Trata-se de pesquisa qualitativa do tipo interferência, que vem sendo desenvolvida pelo Observatório Nacional de Políticas Públicas e Cuidado, recorrendo a uma caixa de ferramentas, para elaboração do referencial teórico e um diário cartográfico, para registro das experiências de campo. Foram analisados trechos das narrativas de diversas pessoas e documentos pertinentes. Após essa análise foram produzidos mapas para destacar as semelhanças e as singularidades entre as paisagens. Discussão/resultados: A paisagem das mulheres atingidas pela hanseníase demonstrou como a presença de ideários higienistas, bem como a ausência de informação sobre uma doença pode marginalizar e promover a destruição dos vínculos familiares. Na paisagem das Mães Órfãs, desvelam-se histórias de mulheres usuárias de álcool, drogas ilícitas e/ou em trajetória de rua, que demonstram como a segregação sociorracial marca suas vidas. Já na terceira paisagem, a partir de análise documental e da interação da pesquisadora na sua trajetória de vida, fica patente o genocídio da população indígena orquestrado pelos conflitos agrários provocados pelos grandes latifundiários, que cobiçam as terras indígenas para expansão de seus negócios e ainda pela omissão estatal, que ignora a dívida histórica que possui com esses povos. A paisagem das singularidades, demonstraram que cada situação exige atenção específica de acordo com a diversidade cultural, modo de vida, impacto social e iniquidades, que cada uma delas apresenta. A paisagem das similaridades demonstra que existem diversos aspectos que se repetem, como é o caso da padronização e idealização da figura materna; o sexismo, o racismo e o patriarcalismo, dentre outros.
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No século XX, a política de controle da hanseníase no Brasil, pautada no isolamento social e na internação compulsória dos enfermos, em locais conhecidos como Hospitais Colônia, materializou-se como outro momento histórico que reflete a separação de filhas e filhos nas Instituição Totais, como uma situação de intensa segregação. Além disso, no período da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), e atualmente na cidade de Belo Horizonte – Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul, encontram-se outras evidencias de separação de filhas e filhos de seus familiares. Objetivos: Dessa forma, este estudo visa apontar as similaridades e as singularidades entre situações de mães cujos bebês foram retirados pelas mãos do Estado, em diferentes momentos históricos e territórios, apresentando uma compreensão mais ampla desse fenômeno. Pretende-se expor, por meio de narrativas de atores e de análise documental, os efeitos e consequências dessa política; refletir sobre as narrativas de alguns atores sobre o processo de destituição forçada do Poder Familiar e, ainda, demonstrar minhas percepções e afetações sobre o processo. Abordagem metodológica: Trata-se de pesquisa qualitativa do tipo interferência, que vem sendo desenvolvida pelo Observatório Nacional de Políticas Públicas e Cuidado, recorrendo a uma caixa de ferramentas, para elaboração do referencial teórico e um diário cartográfico, para registro das experiências de campo. Foram analisados trechos das narrativas de diversas pessoas e documentos pertinentes. Após essa análise foram produzidos mapas para destacar as semelhanças e as singularidades entre as paisagens. Discussão/resultados: A paisagem das mulheres atingidas pela hanseníase demonstrou como a presença de ideários higienistas, bem como a ausência de informação sobre uma doença pode marginalizar e promover a destruição dos vínculos familiares. Na paisagem das Mães Órfãs, desvelam-se histórias de mulheres usuárias de álcool, drogas ilícitas e/ou em trajetória de rua, que demonstram como a segregação sociorracial marca suas vidas. Já na terceira paisagem, a partir de análise documental e da interação da pesquisadora na sua trajetória de vida, fica patente o genocídio da população indígena orquestrado pelos conflitos agrários provocados pelos grandes latifundiários, que cobiçam as terras indígenas para expansão de seus negócios e ainda pela omissão estatal, que ignora a dívida histórica que possui com esses povos. A paisagem das singularidades, demonstraram que cada situação exige atenção específica de acordo com a diversidade cultural, modo de vida, impacto social e iniquidades, que cada uma delas apresenta. A paisagem das similaridades demonstra que existem diversos aspectos que se repetem, como é o caso da padronização e idealização da figura materna; o sexismo, o racismo e o patriarcalismo, dentre outros.Women and their children’s human right violations, especially the abduction of their children, has been part of the human kind trajectory, what showcases the historical roots of oppression and marginalization. In Brazil, this phenomenon began in the 16th when indigenous and black women were abused and enslaved by European settlers. During this historical period, black and indigenous children were separated from their mothers, to be sold and employed as slaves, and their names were changed, which made impossible to reunite the families, or even to recover their origin. Later, in the 20th century, the leprosy control policy in Brazil was based on social isolation and compulsory hospitalization of the affected people in asylums, that were known as Colônia Hospitals. This policy materialized an historical moment that reflects the separation of daughters and sons in total institutions, as a situation of intense segregation. In addition, in the period of the Military Dictatorship in Brazil (1964-1985), and currently in the city of Belo Horizonte - Minas Gerais and in the Mato Grosso do Sul state, there are other evidences of the separation of daughters and sons from their relatives. Objectives: Thus, this study aims at identifying similarities and singularities between these situations in which mothers who had their childrem taken away by the State, in different historical moments and territories, presenting a broader understanding of this phenomenon. Methodological framework: This is a qualitative type of interference research, that has been developed by the National Observatory of Public Policies and Care. We used a set of tools to prepare the theoretical framework and a cartographic diary to repoort the field experience. Excerpts from the narratives of several people and relevant documents were analyzed. After this analysis, maps were produced to highlight the similarities and singularities between the landscapes. Discussion / results: The landscape of women affected by leprosy demonstrated how the presence of hygienist ideas, as well as the lack of information about a disease, can marginalize and promote the destruction of family bonds. In the landscape of the Orphaned Mothers, stories of women using alcohol, illicit drugs and / or on a street trajectory are unveiled, demonstrating how social and racial segregation shaped their lives. In the third landscape, from the documentary analysis and the researcher's interaction in her life trajectory, the genocide of the indigenous population conducted by the agrarian conflicts caused by the great landowners, who coveted indigenous territories for the expansion of their businesses, and by the state omission, which ignores the historical debt with the original people was demonstrated. The landscape of the singularities, demonstrated that each situation demands specific attention according to the cultural diversity, way of life, social impact and inequities, that each one of them presents. The landscape of similarities shows that there are several aspects that are repeated, such as the case of standardization and idealization of the maternal figure, sexism, racism and patriarchy, among others.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da ViolênciaUFMGBrasilMEDICINA - FACULDADE DE MEDICINAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessMulheresVulnerabilidade SocialViolênciaHanseníaseDrogas IlícitasPovos IndígenasPoder PúblicoGenocídioMulheresVulnerabilidade SocialViolênciaHanseníaseDrogas ilícitasPovos IndígenasPoder PúblicoGenocídioDiário cartográfico das mães que perdem suas filhas e filhos pelas mãos do Estado: paisagens que se repetemCartographic diary of mothers who lose their daughters and sons at the hands of the State: landscapes that repeat themselvesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDiario Cartografico das mães que perdem suas filhas e filhos pelas mãos do Estado paisagens que se repetem.pdfDiario Cartografico das mães que perdem suas filhas e filhos pelas mãos do Estado paisagens que se repetem.pdfapplication/pdf2834089https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34694/1/Diario%20Cartografico%20das%20m%c3%a3es%20que%20perdem%20suas%20filhas%20e%20filhos%20%20pelas%20m%c3%a3os%20do%20Estado%20paisagens%20que%20se%20repetem.pdf49f2994adc3c200c169be4cbf17cf264MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34694/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34694/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/346942021-01-14 12:41:06.183oai:repositorio.ufmg.br:1843/34694TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-01-14T15:41:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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