Exigência em proteína para cordeiras deslanadas em crescimento

• Ano de defesa: 2014
• Autor(a) principal: Luigi Francis Lima Cavalcanti
• Orientador(a): Iran Borges
• Banca de defesa: Ana Luiza Costa Cruz Borges, Decio Souza Graca, Luciana Castro Geraseev, Marcelo Teixeira Rodrigues, Luis Orlindo Tedeschi
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Modelagem; Alometria; Santa Inês; Produção; Nutrição
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A52HKB

Essa tese é composta por dois estudos. O primeiro trabalho objetivou determinar as exigências líquidas de proteína (NPg) para cordeiras Santa Inês em crescimento, e secundariamente avaliar as predições de cinco sistemas nutricionais. Cinquenta e sete cordeiras foram abatidas seguindo os procedimentos comuns a técnica de abate comparativo, sendo 21 abatidas no início do experimento e as demais divididas em um delineamento inteiramente ao acaso, em arranjo fatorial 2 x 3 (dois regimes alimentares, ad libitum e restrito, e três pesos ao abate, 20, 28 ou 36 kg, seis animais por grupo). A composição corporal dos animais foi obtida, e o teor e massa dos nutrientes foram modeladas utilizando as funções matemáticas de Huxley e von Bertalanffy. Paralelamente, as predições para NPg dos sistemas AFRC (1993), CSIRO (2007), NRC (1985), NRC (2007) e SRNS (2010) foram avaliadas. As assíntotas estimadas pelas funções ajustadas de von Bertalanffy apresentaram valores razoáveis. A estimativa da NPg conforme a função de Huxley foi 12,5 g/100 g de peso de corpo vazio em animais com 30 kg. A avaliação dos sistemas revelou que os modelos nutricionais tendem a subestimar a NPg de cordeiras Santa Inês. O sistema SRNS apresentou a melhor acurácia para estimativa do NPg (CCC = 0.948, r = 0.985 , Cb = 0.963, RMSEP = 1.80 g). O segundo trabalho objetivou avaliar os efeitos do peso ao abate e do manejo nutricional sobre a carcaça e desenvolvimento corporal de cordeiras Santa Inês. Foram utilizados os mesmos animais do estudo anterior. Modelos lineares foram ajustado para acessar o efeito nutricional e do peso ao abate sobre as variáveis quantitativas. Um estudo alométrico multivariado foi realizado para visualização da relação entre partes corporais associadas ao efeito nutricional durante o crescimento. Concomitante ao crescimento do peso ao abate, a condição corporal, gordura subcutânea e intracavitária, peso de carcaça fria e cortes também aumentaram. O plano nutricional influenciou o peso de carcaça quente e fria (P 0,002), assim como o peso da perna, paleta, costelas/flanco e pescoço, que apresentaram menores pesos para animais sob restrição (P < 0,05). O estudo alométrico revelou que os componentes corporais crescem em diferentes taxas e que o plano nutricional afeta alguma delas, como a costela/flanco. Ademais, o desenvolvimento dos depósitos adiposos no corpo não se dá de forma isométrica, e um plano nutricional alto pode direcionar a energia ingerida para gordura visceral ao invés da carcaça. Animais sob restrição apresentaram um melhor equilíbrio na distribuição da gordura corporal, o que indica que as exigências nutricionais recomendadas por sistemas nutricionais em voga podem superestimar as verdadeiras exigências de ovinos brasileiros, e possivelmente reduzem a eficiência de sistemas produtivos.