Cotidiano e experiência no trabalho rural da cana-de-açúcar em Lagoa da Prata, Minas Gerais: as trajetórias de vida de Dona Alzira e Dimas
Ano de defesa: | 2011 |
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Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
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País: |
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-935R3W |
Resumo: | A produção da cana-de-açúcar no Brasil é lançada como promessa para o progresso do país, e o investimento nesta produção tem sido cada vez maior, especialmente no estado de Minas Gerais. As iniciativas para esse investimento vêm expandindo os canaviais sob o respaldo deuma história que reproduz e alia a produção da cana-de-açúcar ao desenvolvimento econômico e social. Essa história, contada de acordo com os interesses governamentais e econômicos, resume toda a produção da cana-de-açúcar em articulações políticas datadas em grandes eventos. Nela, não aparecem os trabalhadores rurais vidas humanas presentes nos canaviais, centro mantenedor dessa produção. Eis o contexto em que se apresenta esta pesquisa. Enquanto a história oficial da cana proclama abertamente o avanço econômico e a projeção do Brasil no cenário internacional, histórias de vida e de trabalho permanecem ocultas. Diante dessa reflexão, opera-se um modo de pesquisar baseado na Psicossociologia e Sociologia Clínica: recolher trajetórias de vida atravessadas pela produção da cana-de-açúcar, ir ao encontro daqueles que efetivamente podem dizer e expressar o significado deste processo produtivo. Os relatos de Dimas e D. Alzira, trabalhadores rurais que estiveram envolvidos nesta produção nos anos 1970 e 1980, são repletos de conteúdo e vivências; seus depoimentos revelam um cotidiano opressivo que impõe más condições de trabalho e se mantém pelo poder da hierarquia. Os desgastes na saúde do trabalhador e no meio ambiente também são evidentes. As trajetórias desses trabalhadores são marcadas, ainda, pelo engajamento político e nos certificam que a história que denominamos concreta - aquela que se constrói com e a partir da vida do trabalhador rural - é contraditoriamente diferente da história oficializada pelo governo. |
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