Castrioto Lusitano: história, encômio e tirania no nordeste colonial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Mario Sergio Pollastri de Castro Almeida
Orientador(a): Luiz Carlos Villalta
Banca de defesa: Regina Célia Gonçalves, Sergio Alcides Pereira do Amaral
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9DH6F
Resumo: Esta dissertação centra-se na análise de uma narrativa sobre a Invasão Holandesa ao Nordeste Colonial, o livro intitulado Castrioto Lusitano. Entrepresa e Restauração de Pernambuco & das Capitanias Confinantes. Vários e Bélicos Sucessos Entre Portugueses e Belgas. Acontecidos pelo Decurso de Vinte e Quatro Anos, e tirados de notícias, relações e memórias certas. Composto em forma de história pelo muito Reverendo Padre Pregador Geral Frei Raphael de Jesus, Natural da muito nobre & sempre Leal Vila de Guimarães. Religioso da Ordem do Príncipe dos Patriarcas São Bento. Professo na sua reformada congregação de Portugal, & nela D. Abade do Insigne Mosteiro de São Bento de Lisboa este presente Ano de 1679. Oferecidos a João Fernandes Vieira, Castrioto Lusitano e por ele dedicados ao Sereníssimo Príncipe D. Pedro Nosso Senhor, Regente da Lusitana Monarquia. Esse livro, escrito em 1676 pelo monge beneditino Raphael de Jesus, tem João Fernandes Vieira, senhor de engenho de Pernambuco, como financiador e protagonista. A narrativa em questão, uma história, está em consonância com as preceptivas retórico-poéticas que regulavam a escrita erudita à época e, por meio do ideário formado no entorno daquela guerra e entrevisto no livro permite-nos visualizar como a Escolástica se mantinha como concepção filosófica dominante e estruturante do mundo político lusitano. Nessa perspectiva, a análise do livro será feita pelo confronto com as regras neo-escolásticas, que então condicionavam sua inteligibilidade à observação da racionalidade de Corte da política católica lusa do século XVII. Porque é uma história que nos informa sobre um episódio da Guerra contra os Países Baixos, acontecido no Nordeste, liderado por João Fernandes Vieira, um vassalo do rei de Portugal e, acima de tudo, católico, o Castrioto Lusitano também nos traz um relato sobre um vassalo que se pretende um guerreiro e súdito ideal, que luta pela manutenção da República Cristã e pelo Bem Comum. Ao tentar apresentar João Fernandes Vieira como um vassalo perfeito, Raphael de Jesus, por meio da retórica, usa artimanhas com o fim de ocultar aspectos fundamentais sobre sua vida, como seu passado de mercancia e sua ascendência duvidosa, bem como ações não nobres.
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Oferecidos a João Fernandes Vieira, Castrioto Lusitano e por ele dedicados ao Sereníssimo Príncipe D. Pedro Nosso Senhor, Regente da Lusitana Monarquia. Esse livro, escrito em 1676 pelo monge beneditino Raphael de Jesus, tem João Fernandes Vieira, senhor de engenho de Pernambuco, como financiador e protagonista. A narrativa em questão, uma história, está em consonância com as preceptivas retórico-poéticas que regulavam a escrita erudita à época e, por meio do ideário formado no entorno daquela guerra e entrevisto no livro permite-nos visualizar como a Escolástica se mantinha como concepção filosófica dominante e estruturante do mundo político lusitano. Nessa perspectiva, a análise do livro será feita pelo confronto com as regras neo-escolásticas, que então condicionavam sua inteligibilidade à observação da racionalidade de Corte da política católica lusa do século XVII. Porque é uma história que nos informa sobre um episódio da Guerra contra os Países Baixos, acontecido no Nordeste, liderado por João Fernandes Vieira, um vassalo do rei de Portugal e, acima de tudo, católico, o Castrioto Lusitano também nos traz um relato sobre um vassalo que se pretende um guerreiro e súdito ideal, que luta pela manutenção da República Cristã e pelo Bem Comum. Ao tentar apresentar João Fernandes Vieira como um vassalo perfeito, Raphael de Jesus, por meio da retórica, usa artimanhas com o fim de ocultar aspectos fundamentais sobre sua vida, como seu passado de mercancia e sua ascendência duvidosa, bem como ações não nobres.This works goal is focused on the story about the Dutch invasion in Brazilians northeast, the book called Castrioto Lusitano Castrioto Lusitano. Entrepresa e Restauração de Pernambuco & das Capitanias Confinantes. Vários e Bélicos Sucessos Entre Portugueses e Belgas. Acontecidos pelo Decurso de Vinte e Quatro Anos, e tirados de notícias, relações e memórias certas. Composto em forma de história pelo muito Reverendo Padre Pregador Geral Frei Raphael de Jesus, Natural da muito nobre & sempre Leal Vila de Guimarães. Religioso da Ordem do Príncipe dos Patriarcas São Bento. Professo na sua reformada congregação de Portugal, & nela D. Abade do Insigne Mosteiro de São Bento de Lisboa este presente Ano de 1679. Oferecidos a João Fernandes Vieira, Castrioto Lusitano e por ele dedicados ao Sereníssimo Príncipe D. Pedro Nosso Senhor, Regente da Lusitana Monarquia. This book, written in 1676 by the Benedictine monk Raphael de Jesus, has João Fernandes Vieira, plantation owner in Pernambuco, funded and protagonist. The story, a history, is in agreement with the rhetorical-poetry conceptions that ruled the classical style at that time, and, by the ideal created in the vicinity of that war and showed in the book allow us to visualize how the scholasticism had been the philosophical conception that dominated and structured the Lusitanian political world. Following this perspective, the book analyses will go over the confrontations between the neo-scholastic rules that conditioned their intelligibility and the observation of the rationality of the "Catholic political" Lusitanian Court on the seventeenth century. Because it is a history book that tells us about one episode of the war against Netherlands happened in the Northeast, headed by Portugal kings vassal, catholic João Fernandes Vieira the Castrioto Lusitano also tells us about a vassal who pretends to be an ideal warrior and subordinate who fights for the conservation of the Christian Republic and for the common well. When presenting João Fernandes Vieira as a perfect vassal, Raphael de Jesus, in his rhetoric, uses tricks to hide fundamental aspects of his life, like his merchandised past and his doubtful ancestry, as well as his non-nobles actions.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHistóriaRetórica Aspectos políticosBrasil HistoriaHistóriaCastrioto Lusitano: história, encômio e tirania no nordeste colonialinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALfinalms.pdfapplication/pdf1140200https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DH6F/1/finalms.pdf974870bbd431c7c3144ed551f990f8beMD51TEXTfinalms.pdf.txtfinalms.pdf.txtExtracted texttext/plain372652https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DH6F/2/finalms.pdf.txt2a734739068b6c6d9bf15b6e112f5b38MD521843/BUOS-B9DH6F2019-11-14 16:23:20.528oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B9DH6FRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:23:20Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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