Processing of the English causative-have construction by monolinguals and Brazilian Portuguese-English bilinguals

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Clarice Fernandes dos Santos
Orientador(a): Ricardo Augusto de Souza
Banca de defesa: Mara Passos Guimarães, Cândido Samuel Fonseca de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/LETR-BAPPSX
Resumo: Esta dissertação abordou o processamento offline de duas construções causativas, uma do Português e outra do inglês, por bilíngues do par português brasileiro (PB) inglês e monolíngues do inglês. A partir da teoria da Gramática de Construções (GOLDBERG,1995; 2006), analisamos as construções que têm pólo semântico de prestação de serviços: a transitiva de sujeito agente beneficiário (CIRÍACO, 2014a), do português, elaborada por sentenças como Eu cortei o cabelo, e a causativa-passiva do inglês, elaborada porsentenças como I had my hair cut. Vilela (2009) conduziu experimentos de natureza offline com a construção inglesa, com nativos e bilíngues. Ela constatou que os bilíngues rejeitavam sentenças como I cut my hair (at the salon), com o sentido causativo de que outra pessoa realizou a ação (sujeito beneficiário), mais do que os monolíngues. Estes reportaram que tal uso era incomum, mas possível em sua língua. Tal resultado é condizente com Goldberg (1995) e incondizente com a hipótese de que o padrão SVO com o sentido de causação é particular do PB (CANÇADO, 2010). Considerando este impasse, o presente estudo teve como objetivo replicar os resultados de Vilela (2009), através de uma metodologia mais rigorosa. Para tal, monolíngues do inglês e bilíngues do par PB-inglês realizaram duas tarefas offline. Primeiro, foi pedido que os participantes lessem textos de três sentenças e respondessem, numa escala de 1 a 5, quanto concordavam com a interpretação da terceira sentença, a partir das outras duas. A primeira sentença era um contexto Yesterday, Isabelas car broke down, a segunda o alvo propriamente dito She fixed the car e a terceira a interpretação a que se devia responder She fixed the car herself. Com esse experimento, buscou-se verificar se os participantes eram sensíveis ao uso da forma transitiva [SVO] com sentido causativo, que é comum na L1 dos bilíngues. Além disso, a frequência dos verbos que instanciavam a construção foi controlada. Para verificar possível influência deste construto, foram definidas três bandas de frequência para os verbos utilizados: baixa, média e alta. Na segunda tarefa, os participantes completaram livremente (tarefa de cloze) frases que eliciavam o sentido de prestação de serviços, que, no inglês, é expresso prototipicamente pela construção causativa passiva. Os resultados do primeiro experimento revelaram que os bilíngues não foram mais sensíveis que os monolínguesao uso de SVO com sentido causativo, como foram em Vilela (2009), em nenhuma das frequências. O segundo experimento mostrou que ambos bilíngues e nativos realizam sentenças transitivas quando o sentido da construção de prestação de serviços é eliciado, ainda que os bilíngues o façam com maior frequência. Já no uso da construção canônica do inglês, a causativa passiva, bilíngues e monolíngues variaram na escolha do verbo auxiliar. O primeiro grupo teve preferência pelo verbo have, enquanto o segundo pelo verbo get.
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Ela constatou que os bilíngues rejeitavam sentenças como I cut my hair (at the salon), com o sentido causativo de que outra pessoa realizou a ação (sujeito beneficiário), mais do que os monolíngues. Estes reportaram que tal uso era incomum, mas possível em sua língua. Tal resultado é condizente com Goldberg (1995) e incondizente com a hipótese de que o padrão SVO com o sentido de causação é particular do PB (CANÇADO, 2010). Considerando este impasse, o presente estudo teve como objetivo replicar os resultados de Vilela (2009), através de uma metodologia mais rigorosa. Para tal, monolíngues do inglês e bilíngues do par PB-inglês realizaram duas tarefas offline. Primeiro, foi pedido que os participantes lessem textos de três sentenças e respondessem, numa escala de 1 a 5, quanto concordavam com a interpretação da terceira sentença, a partir das outras duas. A primeira sentença era um contexto Yesterday, Isabelas car broke down, a segunda o alvo propriamente dito She fixed the car e a terceira a interpretação a que se devia responder She fixed the car herself. Com esse experimento, buscou-se verificar se os participantes eram sensíveis ao uso da forma transitiva [SVO] com sentido causativo, que é comum na L1 dos bilíngues. Além disso, a frequência dos verbos que instanciavam a construção foi controlada. Para verificar possível influência deste construto, foram definidas três bandas de frequência para os verbos utilizados: baixa, média e alta. Na segunda tarefa, os participantes completaram livremente (tarefa de cloze) frases que eliciavam o sentido de prestação de serviços, que, no inglês, é expresso prototipicamente pela construção causativa passiva. Os resultados do primeiro experimento revelaram que os bilíngues não foram mais sensíveis que os monolínguesao uso de SVO com sentido causativo, como foram em Vilela (2009), em nenhuma das frequências. O segundo experimento mostrou que ambos bilíngues e nativos realizam sentenças transitivas quando o sentido da construção de prestação de serviços é eliciado, ainda que os bilíngues o façam com maior frequência. Já no uso da construção canônica do inglês, a causativa passiva, bilíngues e monolíngues variaram na escolha do verbo auxiliar. O primeiro grupo teve preferência pelo verbo have, enquanto o segundo pelo verbo get.This thesis addressed the off-line processing of two causative constructions, one in Portuguese and another in English, by Brazilian Portuguese (BrP) English bilinguals and English monolinguals. Following Construction Grammar theory (GOLDBERG, 1995;2006), the two constructions, which have provision of service as a semantic pole, were analyzed: The Portuguese transitive of subject agent beneficiary (CIRÍACO, 2014a), elaborated by sentences such as Eu cortei o cabelo and the English causative-have, elaboratedby sentences such as I had my hair cut. Vilela (2009) carried off-line experiments using the English construction with monolinguals and bilinguals. She found that bilinguals rejected sentences with a causative sense, meaning that another person performed the action (subject beneficiary), such as I cut my hair (at the salon), more than monolinguals did. This group reported that the SVO use was uncommon, but not impossible in their language. This result is consistent with Goldberg (1995) and inconsistent with the hypothesis that the SVO pattern with a causative meaning is exclusive to Portuguese(CANÇADO, 2010). To contribute to this discussion, the present study aimed at replicating Vilelas findings, through a more refined methodology. English monolinguals and BrP-English bilinguals performed two offline tasks. First, they were asked to read severaltexts of three sentences and answer, on a scale of 1 to 5, how much they agreed with the interpretation in the third sentence, considering the first two. The first sentence was a context (Yesterday, Isabelas car broke down), the second was the target (She fixed the car) and the third was the interpretation to which participants had to respond (Shefixed the car herself). The purpose of this experiment was to verify whether the participants were sensitive to the use of the transitive form (SVO) with a causative meaning, which is common in the bilinguals L1. Besides that, the frequency of the verbs instantiating the construction was controlled: three frequency bands were defined for the verbsused (high, medium and low). In the second task, participants freely completed sentences (cloze task) which elicited the meaning of provision of services, which, in English, is prototypically expressed by the causative-have construction. The use of the transitive formand the choice of the auxiliary verb in causative-have use-cases were also assessed from the second task. Contrary to what was expected from Vilelas study, the first experiment revealed that bilinguals did not express more sensitivity to the use of SVO with causative meaning than monolinguals in any of the frequency bands. The second experiment showed that both bilinguals and monolinguals used transitive sentences when the meaning of provision of services is elicited. As to the use of the prototypical construction of English, the causative-have, while bilinguals tended to prefer have, monolinguals opted for get.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLíngua inglesa Estudo e ensino Falantes estrangeirosBilinguismoLíngua inglesa GramáticaLinguísticacausative-havegramática de construçõesbilinguismoconstruções causativasProcessing of the English causative-have construction by monolinguals and Brazilian Portuguese-English bilingualsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1962m.pdfapplication/pdf982214https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-BAPPSX/1/1962m.pdf6439b501e09cf3166c9fc7e60acffd79MD51TEXT1962m.pdf.txt1962m.pdf.txtExtracted texttext/plain164906https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-BAPPSX/2/1962m.pdf.txt086eaa53fe8082a983a5677d65acd62eMD521843/LETR-BAPPSX2019-11-14 15:29:01.984oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-BAPPSXRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:29:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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