Uma coluna ausente : Lefort leitor de Merleau-Ponty. filosofia existencial e o pensamento do político

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bruno Victor Parreiras Soares Melo lattes
Orientador(a): Carlo Gabriel Kzsan Pancera lattes
Banca de defesa: Helton Machado Adverse, Paula Gabriela Mendes Lima, Luiz Damon Santos Moutinho, Martha Gabrielly Coletto Costa
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/46296
Resumo: Essa tese pretende reconstruir a obra do filósofo francês Claude Lefort a partir de uma clara aposta interpretativa: para ser corretamente compreendida, sua obra deve ser lida a partir dos pensados e impensados de seu professor e amigo Maurice Merleau-Ponty. O quiasma entre o visível e o invisível, o sentido e o não-sentido, é o que entendemos expressar a coluna ausente representada por Merleau-Ponty. A morte de um amigo expressa uma ausência irrecusável, ao mesmo tempo que é capaz, no âmbito filosófico, de produzir signos e sentidos em nossa própria expressão de pensamento. É a partir dessa consideração que buscaremos defender a existência de um trabalho da obra de Merleau-Ponty, com uma importância similar àquela que Lefort dedica a Maquiavel em sua grandiloquente tese. Colocar os dois projetos em um diálogo mais explícito do que os ensaios objetivamente considerados o fazem, é portanto nossa hipótese principal, haja visto que uma obra de pensamento quando bem sucedida excede o seu campo presente, lançando-se em intensa transcendência para os leitores futuros e para um mundo do qual não possui a chave. Veremos como conceitos fundamentais para a obra de Merleau-Ponty são ressignificados e retrabalhados por Lefort no âmbito da filosofia política, ou melhor, seu ímpeto para pensar o ser político torce os conceitos de modo a fazê-los falar o que era apenas uma intenção ou um nobre recalque. A noção de instituição, desse modo, ilumina a revolução democrática e o modus operandi desse regime que vive à prova de sua própria “instituição”. O espírito selvagem desce voo da ontologia merleau-pontyana para pensar a democracia selvagem, o espírito contestador que foge de toda pretensão teórica, advindo ao mundo público para questionar o poder estabelecido, abrindo lugar para pensarmos o poder indomesticável da democracia. São todas essas expressões da “descoberta do político”, que se dá em um reconhecimento da insuficiência do marxismo em pensar a complexidade dos regimes democráticos e totalitários. Essa crítica é anunciada em Merleau-Ponty nos anos de 1950 em seu abandono da filosofia da história do proletariado, sem que contudo carregue a radicalização necessária para fundar uma filosofia política no lugar do grande edifício que representa o marxismo. Esse é o projeto filosófico de Lefort, portanto, que se erigirá através da dialética que institui o vazio para compreender a democracia, a interpretação e a expressão onde caminha o sentido.
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É a partir dessa consideração que buscaremos defender a existência de um trabalho da obra de Merleau-Ponty, com uma importância similar àquela que Lefort dedica a Maquiavel em sua grandiloquente tese. Colocar os dois projetos em um diálogo mais explícito do que os ensaios objetivamente considerados o fazem, é portanto nossa hipótese principal, haja visto que uma obra de pensamento quando bem sucedida excede o seu campo presente, lançando-se em intensa transcendência para os leitores futuros e para um mundo do qual não possui a chave. Veremos como conceitos fundamentais para a obra de Merleau-Ponty são ressignificados e retrabalhados por Lefort no âmbito da filosofia política, ou melhor, seu ímpeto para pensar o ser político torce os conceitos de modo a fazê-los falar o que era apenas uma intenção ou um nobre recalque. A noção de instituição, desse modo, ilumina a revolução democrática e o modus operandi desse regime que vive à prova de sua própria “instituição”. O espírito selvagem desce voo da ontologia merleau-pontyana para pensar a democracia selvagem, o espírito contestador que foge de toda pretensão teórica, advindo ao mundo público para questionar o poder estabelecido, abrindo lugar para pensarmos o poder indomesticável da democracia. São todas essas expressões da “descoberta do político”, que se dá em um reconhecimento da insuficiência do marxismo em pensar a complexidade dos regimes democráticos e totalitários. Essa crítica é anunciada em Merleau-Ponty nos anos de 1950 em seu abandono da filosofia da história do proletariado, sem que contudo carregue a radicalização necessária para fundar uma filosofia política no lugar do grande edifício que representa o marxismo. Esse é o projeto filosófico de Lefort, portanto, que se erigirá através da dialética que institui o vazio para compreender a democracia, a interpretação e a expressão onde caminha o sentido.This thesis intends to reconstruct the work of the French philosopher Claude Lefort based on a clear interpretative bet: in order to be correctly understood, his work must be read from the thought and unthought of his teacher and friend Maurice Merleau-Ponty. The chiasm between the visible and the invisible, the sense and the non-sense, is what we understand to express the absent column represented by Merleau-Ponty. The death of a friend expresses an undeniable absence, at the same time that it is capable, in the philosophical sphere, of producing signs and meanings in our own expression of thought. It is from this consideration that we will seek to defend the existence of a work of Merleau-Ponty's oeuvre, with an importance similar to that which Lefort dedicates to Machiavelli in his grandiloquent thesis. Placing the two projects in a more explicit dialogue than the objectively considered essays do, is therefore our main hypothesis, given that a work of thought, when successful, exceeds its present field, launching itself into intense transcendence for future readers and to a world to which he does not have the key. We will see how fundamental concepts for the work of Merleau-Ponty are resignified and reworked by Lefort within the scope of political philosophy, or rather, his impetus to think about the political being twists the concepts in order to make them speak what was only an intention or a noble repression. The notion of institution, thus, illuminates the democratic revolution and the modus operandi of this regime that lives in the test of its own “institution”. The wild spirit descends from the Merleau-Pontyan ontology to think about savage democracy, the contesting spirit that flees from all theoretical pretensions, coming to the public world to question the established power, making room for us to think about the indomitable power of democracy. These are all expressions of the “discovery of the political”, which takes place in recognition of the insufficiency of Marxism in thinking about the complexity of democratic and totalitarian regimes. This criticism is announced in Merleau-Ponty in the 1950s in his abandonment of the philosophy of the history of the proletariat, without, however, carrying the necessary radicalization to found a political philosophy in place of the great edifice that represents Marxism. This is Lefort's philosophical project, therefore, which will be built through the dialectic that institutes the void to understand democracy, interpretation and expression where meaning walks.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIAPrograma Institucional de Internacionalização – CAPES - PrIntFilosofia - TesesCiência política - Filosofia - TesesFenomenologia - TesesOntologia - TesesMerleau-PontyLefortInstituiçãoMarxismoTrabalho da obraAusênciaUma coluna ausente : Lefort leitor de Merleau-Ponty. filosofia existencial e o pensamento do políticoAn absent column : Lefort reader of Merleau-Ponty. existential philosophy and the thought of the politicalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALUMA COLUNA AUSENTE LEFORT LEITOR DE MERLEAU-PONTY Filosofia existencial e o Pensamento do político. VERSÃO DEFINITIVA PARA CAPAES (1).pdfUMA COLUNA AUSENTE LEFORT LEITOR DE MERLEAU-PONTY Filosofia existencial e o Pensamento do político. VERSÃO DEFINITIVA PARA CAPAES (1).pdfapplication/pdf3732259https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46296/1/UMA%20COLUNA%20AUSENTE%20LEFORT%20LEITOR%20DE%20MERLEAU-PONTY%20Filosofia%20existencial%20e%20o%20Pensamento%20do%20pol%c3%adtico.%20VERS%c3%83O%20DEFINITIVA%20PARA%20CAPAES%20%281%29.pdfead63715b80d2d7b0e6ff532bc629956MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46296/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/462962022-10-18 10:19:07.066oai:repositorio.ufmg.br:1843/46296TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-10-18T13:19:07Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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