Quantificação e avaliação ambiental da contaminação por metais e arsênio em sedimentos da bacia do Rio Doce - MG 

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Camila Vidal Alves Santolin
• Orientador(a): Claudia Carvalhinho Windmoller
• Banca de defesa: Marcelo Martins de Sena, Fernando Barboza Egreja Filho, Roberta Eliane Santos Froes-Silva, Wanderlene Ferreira Nacif
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Bacia do Rio Doce; Arsênio; Metais; Sedimentos
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/SFSA-A7EFLW

A bacia hidrográfica do Rio Doce (BHRD) situa-se na região sudeste do Brasil, e várias atividades econômicas são desenvolvidas em toda sua extensão, como mineração, agropecuária e indústria alimentícia. A atividade de mineração engloba a exploração de vários minerais, além de atividades de garimpo de ouro, nas quais se utiliza mercúrio para aumentar a eficiência de extração. A qualidade das águas na bacia é monitorada desde 1997 pelo órgão estadual de controle ambiental. No entanto, existem poucas publicações relatando análise de metais e As nos sedimentos da bacia. Neste trabalho foram investigados 8 metais e As nos sedimentos de 19 pontos da BHRD, em três diferentes períodos de coleta. O estudo foi dividido em cinco etapas para a melhor avaliação ambiental da bacia. Na primeira etapa foi realizada a caracterização físicoquímica dos sedimentos, identificando os mesmos como de característica arenosa e mineral, ricos em aluminossilicatos e oxi-hidróxidos de Fe e Mn, apresentando baixa capacidade de troca catiônica. Na segunda etapa foram determinadas as concentraçõestotais dos elementos Al, As, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni e Zn, além de parâmetros físicoquímicos como pH, matéria orgânica e % fração < 63 um. Observou-se que 47% do total de amostras coletadas encontraram-se acima dos limites de qualidade para sedimentos estabelecidos pela Resolução CONAMA nº344/2004, com destaque para o elemento Cr, de forma generalizada na bacia. A extração parcial com HCl 1 mol L-1 a frio foi realizada na 3ª etapa, para identificação da disponibilidade ambiental dos elementos investigados, tendo os metais Cu, Mn e Zn apresentado as maiores labilidades nos pontos da BHRD. A quarta etapa envolveu a avaliação ambiental da BHRD, através de parâmetros geoquímicos e análises quimiométricas dos dados. Os parâmetros geoquímicos de qualidade de sedimentos índice de geoacumulação (Igeo) e fator de enriquecimento (FE) foram calculados, identificando Cr, Cu, Ni e Zn como possivelmente provenientes de fontes antropogênicas de contaminação, de uma forma geral na BHRD, e As em pontos localizados. As análises estatísticas de Análise de Componentes Principais (PCA) e Análise Hierárquica de Agrupamentos (HCA) identificaram o Zn como proveniente de despejos de efluentes nos rios da bacia, As e Hg associados a oxihidróxidos de Fe e Mn e Ni, Cr e Cu a argilominerais contendo Al. Por fim, na quinta etapa a especiação qualitativa por termodessorção acoplada a absorção atômica (TDAAS) e quantitativa por Analisador Direto de Mercúrio (DMA) foi realizada, sendo verificada a predominância de espécies oxidadas de Hg na BHRD, com alguns pontos contendo relevante quantidade de espécies reduzidas, indicando contaminação recente por Hg elementar. De maneira geral, os sedimentos da BHRD são impactados por Cr, Cu, Ni e Zn, além de As e Hg de forma localizada. Através do estudo pode-se identificar que dez pontos, dentre os 19 pontos selecionados, foram considerados os mais impactados da BHRD, devido aos elementos investigados, em diferentes combinações e proporções.