Impressos radicais em Pernambuco: léxico republicano, federalismo e cidadania no período da Independência do Brasil (1821-1825)
Ano de defesa: | 2013 |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AWGLHB |
Resumo: | As páginas abaixo são fruto de minha pesquisa, realizada na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, nos anos de 2011 e 2012. A ideia de selecionar o século XIX como objeto de pesquisa, talvez, tenha nascido de uma observação de Caio Prado Júnior sobre a importância sintética desse século para o estudo da história brasileira. Isso fez despertar, num aluno dos primeiros períodos do curso de ciências sociais, a vontade de se aproximar um pouco mais desse século, apontado com tamanha importância por um autor relevante do pensamento político brasileiro1. Concomitantemente a isso, eu fiz uma matéria com o Professor Juarez Guimarães, na qual tomei como objeto de estudo, pela primeira vez, o século XIX brasileiro. Para o estudo do federalismo no Brasil oitocentista foram-me indicados dois autores: José Murilo de Carvalho e Evaldo Cabral de Mello. Com parco sucesso, fiz um trabalho final no qual tentei uni-los para o entendimento da questão, e esse foi o meu estímulo inicial para o estudo. Porém, como aluno do curso de ciências sociais, havia poucas possibilidades de maior diálogo com a história política, e somente retomei esse guia no final do curso, quando fiz novamente uma matéria com o professor Juarez, somada, no semestre seguinte, a uma disciplina do professor Antonio Mitre. Foi onde me situei como cientista político e vi, no interior dessa matriz disciplinar, a possibilidade de debruçar-me, agora com vigor maior, ao meu objeto de estudo: o Brasil oitocentista! Do professor Mitre, guardo um importante ensinamento: a insistência em se pensar a formação brasileira a partir de um diálogo maior com as antigas colônias da Espanha, estendendo, dessa forma, as fronteiras analíticas. As suas aulas me levaram a sempre tentar observar mais ao nosso redor, a compreender o contexto independentista no interior de suas incertezas. Ademais, isso significa não endossar o discurso de nações estruturadas, com suas fronteiras delimitadas e integradas já no início dos processos de independência. Para o trabalho que o leitor tem em mãos, isso resultará em uma aproximação ainda que muito tímida dos acontecimentos da região do Prata. Por último, cabe acrescentar que, já no mestrado, tive a oportunidade de me inserir um pouco mais no debate dos historiadores. Das disciplinas que fiz, a ministrada pelo professor Luiz Carlos Villalta permitiu-me ter uma atenção nova para o período da independência, puxando meu marco temporal um pouco para trás, tendo em vista que, quando ingressei, pensava em trabalhar, sobretudo, com o período do regresso conservador. Depois da disciplina, pude contar com a ajuda dele também, agora no papel de meu coorientador de pesquisa, o que foi fundamental para o meu amadurecimento intelectual. A ideia da dissertação é, a partir dos estudos das linguagens políticas envolvidas no processo de Independência, demonstrar a disputa entre centralizadores e federalistas sobre quais eram os significados atribuídos ao federalismo. O estudo se centrará, todavia, no projeto federalista de Pernambuco, colocando em destaque a instrumentalização da linguagem do republicanismo. Desta maneira, ressalta-se um quadro mais amplo em relação às linguagens políticas de formação, apresentando um panorama discursivo polifônico e disputado, no qual ideias republicanas, liberais e, também, do Antigo Regime pintavam um quadro multicolorido de possibilidades e sensibilidades política |
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