[Sub]vidas secas nos retratos dos agricultores do Projeto Bebedouro no seminário de Petrolina (PE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Nathália de Fátima Joaquim
Orientador(a): Alexandre de Padua Carrieri
Banca de defesa: Luiz Alex Silva Saraiva, Elisa Yoshie Ichikawa, Fernanda Tarabal Lopes, Juniele Rabelo de Almeida
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9MCKWM
Resumo: O objetivo deste trabalho foi desvelar as formas de gestão desenvolvidas pelos agricultores no Projeto de Irrigação Bebedouro, o pioneiro no Vale do São Francisco. Para tanto, foi feita uma pesquisa etnográfica combinada com os métodos de história oral. Com o desenvolvimento da pesquisa, observou-se que, para compreender a situação do Projeto Bebedouro e, consequentemente, as táticas de sobrevivência empreendidas pelos agricultores, denominados colonos, era preciso explorar conceitos mais amplos como a configuração fundiária e a indústria da seca no local. Com isso, foi possível observar que as formas de gestão adotadas pelos colonos são um reflexo das condições fundiárias às quais estão submetidos e, ainda, pela não superação da indústria da seca e seus desdobramentos como o coronelismo e o voto de cabresto. O Projeto foi inaugurado em 1968 e, contava com 16 lotes. Os 16 colonos que assumiram estes lotes, são aqui denominados pioneiros e foi a partir das histórias de vida deles que este trabalho foi construído. Na inauguração, foi implantada, de maneira impositiva, uma cooperativa para auxiliar os colonos nos processos de produção e comercialização e os colonos/associados a faliram e contraíram altas dívidas. O intuito de órgãos governamentais como a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) era implementar na região um complexo agroindustrial, o que trouxe uma característica cíclica para o Projeto Bebedouro, ou seja, de tempos em tempos, os colonos cultivam determinados produtos. Diante disso, grandes empresas foram atraídas para a região e os colonos foram incentivados a plantar tomates. O complexo agroindustrial em torno do tomate não deu certo, então, os colonos investiram na fruticultura. Esta já dava ares de que estava em fins de ciclo, assim começou a produção de sementes básicas comercializados por meio de contratos firmados com a Embrapa Produtos e Mercados. Este era o ciclo que começava no Projeto Bebedouro durante a realização desta pesquisa. Assim, para [sub]viver no Projeto Bebedouro, os colonos adotaram táticas como a produção de alimentos para consumo familiar em meio à produção de frutas e sementes básicas que são vendidos para o atravessador ou mediante os referidos contratos, respectivamente. Diante destas práticas, pode-se afirmar que a gestão ordinária é uma forma de organização adotada pelos colonos do Projeto Bebedouro como uma tática de sobrevivência e resistência em meio à cotidianidade que os oprime.
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Com isso, foi possível observar que as formas de gestão adotadas pelos colonos são um reflexo das condições fundiárias às quais estão submetidos e, ainda, pela não superação da indústria da seca e seus desdobramentos como o coronelismo e o voto de cabresto. O Projeto foi inaugurado em 1968 e, contava com 16 lotes. Os 16 colonos que assumiram estes lotes, são aqui denominados pioneiros e foi a partir das histórias de vida deles que este trabalho foi construído. Na inauguração, foi implantada, de maneira impositiva, uma cooperativa para auxiliar os colonos nos processos de produção e comercialização e os colonos/associados a faliram e contraíram altas dívidas. O intuito de órgãos governamentais como a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) era implementar na região um complexo agroindustrial, o que trouxe uma característica cíclica para o Projeto Bebedouro, ou seja, de tempos em tempos, os colonos cultivam determinados produtos. Diante disso, grandes empresas foram atraídas para a região e os colonos foram incentivados a plantar tomates. O complexo agroindustrial em torno do tomate não deu certo, então, os colonos investiram na fruticultura. Esta já dava ares de que estava em fins de ciclo, assim começou a produção de sementes básicas comercializados por meio de contratos firmados com a Embrapa Produtos e Mercados. Este era o ciclo que começava no Projeto Bebedouro durante a realização desta pesquisa. Assim, para [sub]viver no Projeto Bebedouro, os colonos adotaram táticas como a produção de alimentos para consumo familiar em meio à produção de frutas e sementes básicas que são vendidos para o atravessador ou mediante os referidos contratos, respectivamente. Diante destas práticas, pode-se afirmar que a gestão ordinária é uma forma de organização adotada pelos colonos do Projeto Bebedouro como uma tática de sobrevivência e resistência em meio à cotidianidade que os oprime.The objective of this study was to analyse the ordinary management developed by farmers in Projeto de Irrigação Bebedouro, a pioneer in the São Francisco Valley. Therefore, it was done ethnographic research combined with the methods of oral history. With the development of research, it was observed that, to understand the situation of the Projeto Bebedouro and hence the survival tactics undertaken by farmers, called settlers, it was necessary to explore broader concepts such as land configuration and drought industry locally. Thus, it was possible to observe that the ordinary management adopted by the settlers is a reflection of land conditions to which they are subjected, and also by not overcoming the drought industry and its developments as the Coronelismo and vote of muzzle. The Project was launched in 1968 and had 16 lots. The 16 settlers who assumed these lots are called pioneers and was here from the stories of their lives that this work was built. At the inauguration, was implanted in imposing manner, a cooperative to assist the settlers in the processes of production and marketing, through ordinary management settlers / associated with failed and contracted high debts. The purpose of government agencies such as the Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) was to implement an agrobusiness complex in the region, which brought a cyclical nature to the Projeto Bebedouro, in other words, from time to time, the settlers cultivate certain products. Therefore, large companies were attracted to the region and settlers were encouraged to plant tomatoes. The agrobusiness complex around the tomato did not work then the settlers invested in fruit growing. This was already giving air that was at the end of cycle, thus began the production of basic seed marketed through contracts with Embrapa Produtos e Mercados. This was the cycle that began in Projeto Bebedouro during this research. So for [sub]live in the Projeto Bebedouro, the settlers adopted tactics such as the production of food for household consumption through the production of basic seed and fruit that are sold to middlemen or through such contracts, respectively. Given these practices, it can be stated that the ordinary management is an organizational form adopted by settlers Projeto Bebedouro as a tactic of survival and endurance in the midst of everyday life that oppresses them.Universidade Federal de Minas GeraisUFMG Economia Agricola Petrolina (PE)Projeto Bebedouro Petrolina (PE) Agricultura familiar Petrolina (PE)CotidianoEtnografiaProjeto BebedouroHistória OralGestão ordinária[Sub]vidas secas nos retratos dos agricultores do Projeto Bebedouro no seminário de Petrolina (PE)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_nathalia_de_fatima_joaquim_.pdfapplication/pdf8422434https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9MCKWM/1/tese_nathalia_de_fatima_joaquim_.pdf755e36e5fd6b1c8e762650ed8b9af714MD51TEXTtese_nathalia_de_fatima_joaquim_.pdf.txttese_nathalia_de_fatima_joaquim_.pdf.txtExtracted texttext/plain485060https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9MCKWM/2/tese_nathalia_de_fatima_joaquim_.pdf.txtd35ca780650121b7c57974dd0d83ae92MD521843/BUOS-9MCKWM2019-11-14 15:06:49.569oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9MCKWMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:06:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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