Programando uma vida reprodutiva saudável: ensino médio e o conceito das responsabilidades parentais antes da concepção.

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Ary Luiz Gonçalves
• Orientador(a): Enrrico Bloise
• Banca de defesa: Fernanda Radicchi Campos L. de Almeida, Juliana Bohnen Guimarães
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino de Biologia (Mestrado Profissional - PROF-BIO)
• Departamento: ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Ensino; Biologia; Epigenômica; Desenvolvimento da saúde; Concepção
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/31824; https://orcid.org/0000-0001-6100-2008

O estudo do desenvolvimento é, hoje em dia, essencial para compreender qualquer área da Biologia. Acredita-se que o ambiente e as condições às quais os seres vivos estão expostos criam alterações no desenvolvimento de um organismo. A Teoria das Origens do Desenvolvimento da Saúde e da Doença (DOHaD) traz informações no intuito de propor metodologias de investigação para esclarecer a influência desenvolvimentista de eventos adversos sobre o padrão saúde-doença ao longo da vida, o que pode ser explicado por processos epigenéticos. O epigenoma está particularmente susceptível à desregulação por fatores ambientais e condições de vida, desde a concepção até à idade adulta. Sendo assim, a presente dissertação teve como objetivo divulgar e “traduzir” achados científicos relevantes sobre o tema em uma linguagem acessível para os estudantes do 3º ano do Ensino Médio, para que eles se conscientizem sobre a própria saúde e suas responsabilidades antes da concepção. Foi feita uma extensa revisão da literatura para identificarmos os principais mecanismos capazes de programar e apresentar modificações no desenvolvimento da saúde e da doença. Desta forma dividimos randomicamente os alunos do 3º ano do Ensino Médio em dois grupos intitulados grupo Lúdico e Expositivo/Interativo. Para o grupo Lúdico: 1) elaboramos e ministramos uma aula expositiva de 1 hora de duração, que expos conceitos gerais de regulação epigenética e de como fatores ambientais impactam a metilação e acetilação do DNA, regulando assim a transcrição gênica e a hereditariedade dessas marcações; 2) desenvolvemos e expomos os alunos a uma cartilha informativa descrevendo as principais consequências e/ou sequelas que o tabagismo, consumo de álcool, má-nutrição (desnutrição e obesidade), condições infecciosas e idade parental possuem sobre a saúde reprodutiva e o desenvolvimento do concepto; 3) convidamos os alunos a participarem de uma dinâmica com um jogo (MetilAÇÃO) elaborado com o propósito de otimizar o aprendizado do tema por parte do público alvo. Já o grupo Expositivo/Interativo foi exposto a uma aula expositiva de 2 horas-aula de duração, abrangendo os conteúdos descritos em 1 e 2. Antes da aplicação das sequências didáticas descritas anteriormente, os alunos foram convidados a responder um questionário diagnóstico e ao final das atividades ambos os grupos foram submetidos a um questionário que avaliou o nível de aprendizado e qual metodologia foi mais eficaz em sedimentar o novo conhecimento proposto. Percebemos após as análises estatísticas feitas com o Teste de MacNemar seguido de x2, que não houve diferenças significativas entre as duas metodologias aplicadas. Já quando utilizado o teste de variância de dois fatores (ANOVA) seguido do teste t (paramétrico) foi demonstrado que houve uma construção maior de conhecimentos por parte do grupo Lúdico que obteve um maior número de questões corretas após a aplicação da metodologia. Portanto concluímos que o ensino sobre as responsabilidades parentais antes da concepção, por diferentes metodologias pode ser aplicado a alunos do ensino médio de escolas públicas e que conceitos como epigenética e regulação gênica influenciada pelo meio ambiente podem ser amplamente difundidos a estes alunos.