A desconstrução do esquecimento em contexto de conflito ambiental: arqueologia e etnografia da comunidade de Miguel Burnier, Ouro Preto, Minas Gerais

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Luana Carla Martins Campos
• Orientador(a): Carlos Magno Guimaraes
• Banca de defesa: Angelo Alves Carrara, Raquel Oliveira Santos Teixeira, Jorge Eremites de Oliveira, Karenina Vieira Andrade, Andrei Isnardis Horta
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Patrimônio c ltural; Arqueologia de Minas Gerais; Arqueologia; Arqueologia de contrato; Memória social; Conflito ambiental; Pós-Colonial
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-BCDH4A

A partir da realidade de Miguel Burnier vivida pela experiência etnográfica, esta pesquisa buscou compreender os processos de construção de memórias dessa comunidade, cujas relações entre identidade e território se amparam em um envolvimento muito específico com o patrimônio cultural local e, notoriamente, com os bens arqueológicos. Realidade que, entre outros aspectos, está ligada à situação de conflito ambiental vivido pela comunidade após a instalação da mineração da Gerdau S. A., no ano de 2003, em uma afluência de arruinamentos sucessivos e repentinos. Na atual possibilidade de deslocamento forçado e destruição dessa comunidade, ela seamparou em diversas formas de resistência que incluem não somente as ferramentas legais, mas também armas simbólicas que são associadas à preservação de sua história e seus reflexos materiais, como os bens patrimoniais. Assim, a pesquisa se dedicou a entender Miguel Burnier a partir do seu contexto histórico e de sua inserção regional no Quadrilátero Ferrífero-Aquífero, e sobretudoinvestigar os processos de patrimonialização na sociedade contemporânea, com suas disputas de forças sociais de diferentes interesses e perspectivas, especialmente no tocante aos estudos de viabilidade ambiental de grandes empreendimentos filiados àmineração de ferro no Estado de Minas Gerais. O estudo buscou amparo teórico e metodológico na corrente do póscolonialismo,de modo que, além de pesquisa histórica-documental e prospecçõesarqueológicas realizadas, empregando o uso do geoprocessamento, a pesquisa etnográfica enlaçou o escopo da construção de uma narrativa desenvolvida junto, com e para a comunidade. A interdisciplinaridade da investigação, sustentada fundamentalmente nas áreas da Arqueologia, Antropologia e História, exigiu a discussão sobre os limites e possibilidades desses campos científicos frente ao contexto de Miguel Burnier.