Habilidades intelectuais de idosos: um estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Ana Carolina Zeferino Menezes
Orientador(a): Elizabeth do Nascimento
Banca de defesa: Irani Iracema de Lima Argimon, Vitor Geraldi Haase
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/TMCB-7YUNJH
Resumo: A constatação do envelhecimento da população mundial tem contribuído para o crescimento das pesquisas relacionadas a idosos. Dados indicam que o envelhecimento, ainda que saudável, acarreta um declínio normal no desempenho intelectual. O presente estudo teve por objetivo investigar o desenvolvimento intelectual de idosos em diferentes domínios avaliados pelo WAIS-III. Resultados mostraram que correlações entre idade e desempenho nas habilidades vulneráveis foram negativas e as correlações apresentadas pelas habilidades estáveis foram positivas. Embora nem todas tenham se mostrado estatisticamente significativas, ocorreram nas direções esperadas. A partir de um delineamento longitudinal e de acordo com as características da amostra, os 47 participantes foram divididos em duas faixas etárias: idosos-jovens (até 74 anos) e idosos-idosos (acima de 75 anos). Os resultados mostraram que os idosos-jovens apresentaram ganhos nas habilidades avaliadas, embora em apenas dois índices estes tenham sido significativos. Com relação às capacidades de compreensão verbal e linguagem, os ganhos eram esperados. Já memória, organização perceptual, velocidade de processamento, QI de Execução e Total não se comportaram como a maior parte dos estudos reporta. Resultados para os idosos-idosos estão de acordo com a literatura: habilidades vulneráveis (organização perceptual, aprendizagem, memória, resolução de problemas e velocidade de processamento) tiveram decréscimos após os oito anos entre as avaliações. Embora nem todos os resultados tenham sido significativos, vão em direção aos das pesquisas que definem a idade de declínios significativos após os 75 anos. Duas amostras independentes foram comparadas a fim de verificar indícios de efeitos geracionais. Análises de caráter exploratório foram realizadas e, apesar do curto intervalo entre os anos médios de nascimento, foram encontradas tendências de aumento nos desempenhos dos participantes com mais de 60 anos. Os resultados estão em acordo com os reportados por Flynn (2006). Concluindo, os resultados apresentados mostram que os idosos não apresentaram declínio nas habilidades intelectuais avaliadas até a idade de 74 anos, a partir de quando alguma perda foi encontrada. A única habilidade que apresentou uma queda marcadamente superior foi a velocidade de processamento. Os resultados positivos dos idosos-jovens e os suaves declínios apresentados pelos idosos-idosos não foram suficientes para caracterizar um padrão de declínio geral nos idosos. Outras variáveis além das examinadas aqui podem estar associadas ao padrão encontrado por outros pesquisadores. Novas pesquisas seriam necessárias para investigá-las e determinar melhor o quanto a idade explicaria a tendência do desenvolvimento intelectual na terceira idade.
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A partir de um delineamento longitudinal e de acordo com as características da amostra, os 47 participantes foram divididos em duas faixas etárias: idosos-jovens (até 74 anos) e idosos-idosos (acima de 75 anos). Os resultados mostraram que os idosos-jovens apresentaram ganhos nas habilidades avaliadas, embora em apenas dois índices estes tenham sido significativos. Com relação às capacidades de compreensão verbal e linguagem, os ganhos eram esperados. Já memória, organização perceptual, velocidade de processamento, QI de Execução e Total não se comportaram como a maior parte dos estudos reporta. Resultados para os idosos-idosos estão de acordo com a literatura: habilidades vulneráveis (organização perceptual, aprendizagem, memória, resolução de problemas e velocidade de processamento) tiveram decréscimos após os oito anos entre as avaliações. Embora nem todos os resultados tenham sido significativos, vão em direção aos das pesquisas que definem a idade de declínios significativos após os 75 anos. Duas amostras independentes foram comparadas a fim de verificar indícios de efeitos geracionais. Análises de caráter exploratório foram realizadas e, apesar do curto intervalo entre os anos médios de nascimento, foram encontradas tendências de aumento nos desempenhos dos participantes com mais de 60 anos. Os resultados estão em acordo com os reportados por Flynn (2006). Concluindo, os resultados apresentados mostram que os idosos não apresentaram declínio nas habilidades intelectuais avaliadas até a idade de 74 anos, a partir de quando alguma perda foi encontrada. A única habilidade que apresentou uma queda marcadamente superior foi a velocidade de processamento. Os resultados positivos dos idosos-jovens e os suaves declínios apresentados pelos idosos-idosos não foram suficientes para caracterizar um padrão de declínio geral nos idosos. Outras variáveis além das examinadas aqui podem estar associadas ao padrão encontrado por outros pesquisadores. Novas pesquisas seriam necessárias para investigá-las e determinar melhor o quanto a idade explicaria a tendência do desenvolvimento intelectual na terceira idade.The certification about aging of worlds population has contributed to the increase of researches about the elders. Data has indicated that aging, even if healthy, leads to a normal decrease in cognitive performance. The following study aims to investigate the intellectual development of elder people in different domains assessed by WAIS-III. Results showed negative correlations between age and vulnerable abilities, while correlations between age and stable abilities were positive. Even though not all of the correlations were statistically significant, they happen to occur in the expected directions. Approaching from a longitudinal design and in accordance with the samples features, the 47 participants were divided in two age groups: younger seniors (ranging until 74 years old) and older seniors (over 75 years old). Results displayed that younger seniors presented gains in the abilities assessed, however, they were significant only in two indexes. When it comes to verbal comprehension and language capacities, the gains were expected. On the other hand, memory, perceptual organization, processing speed, performance and total IQ did not exhibit the same fashion most of the studies report. Results for the older seniors were congruent with literature: vulnerable abilities (perceptual organization, memory and processing speed) demonstrated decrease eight years after the first evaluation. However not all results were significant, they go in the same direction of the researches that define significant decreases after 75 years of age. Two independent samples were compared in order to verify signs of generation effects. Exploratory analysis was run and, even though there was only a small interval between the means of the year of birth, it was found tendencies of increase in performances of the participants with ages over 60 years old. The results are in agreement with the ones reported by Flynn (2006). To sum up, these results show that the elderly had not presented decrease in the intellectual abilities assessed until the age of 74 years old, starting from this age, though, some loss were initiated. The only ability that displayed a remarkably higher decrease was processing speed. Data from longitudinal design are not sufficient to describe a trend in the general decrease of the elderly. Some other variables, besides the ones examined in this research, might be related to this standard. Further investigations are needed to examine them and to determine how much does age explain the intellectual tendency of the elders.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEstudos longitudinaisaInteligenciaWechsler, Escala de inteligência para adultosPsicologiaEnvelhecimentoEstudo LongitudinalWAIS-IIIInteligênciaEnvelhecimentoHabilidades intelectuais de idosos: um estudo longitudinalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALana_carolina_zeferino_menezes_2008.pdfapplication/pdf623748https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/TMCB-7YUNJH/1/ana_carolina_zeferino_menezes_2008.pdf3af34178798f011af187e70e4037385cMD51TEXTana_carolina_zeferino_menezes_2008.pdf.txtana_carolina_zeferino_menezes_2008.pdf.txtExtracted texttext/plain186158https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/TMCB-7YUNJH/2/ana_carolina_zeferino_menezes_2008.pdf.txtdd79c039d3af7bfecf32916181b37d65MD521843/TMCB-7YUNJH2019-11-14 11:12:47.347oai:repositorio.ufmg.br:1843/TMCB-7YUNJHRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:12:47Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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