"La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Edna Clara Januário de Araújo lattes
Orientador(a): Glaucia Muniz Proença Lara lattes
Banca de defesa: Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti, Luciano Magnoni Tocaia
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: FALE - FACULDADE DE LETRAS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/35866
Resumo: Este trabalho se volta para o exame das representações sociodiscursivas de migrantes e refugiados no quadro de um fenômeno social que, além de atingir proporções mundiais, evidencia as crises humanitárias contemporâneas que resultam em um aumento exponencial do fluxo migratório internacional. Considerando que os discursos mobilizados em torno desse fenômeno influenciam não só as representações moduladas pela sociedade, mas também as políticas migratórias, buscamos, com este trabalho, “dar a palavra” a sujeitos que empreenderam jornadas extremamente perigosas em busca de proteção. O corpus desta pesquisa é, pois, composto por diários de bordo provenientes da exposição “La voix de mes blessures” realizada pela organização Médicos sem Fronteiras (MSF), bem como por depoimentos coletados pela mesma organização em uma operação de busca e resgate no Mar Mediterrâneo. Considerando, à luz dos pesquisadores Daniel Bertaux e Ida Lucia Machado, que esses textos compreendem (micro) narrativas de vida, uma vez que discorrem sobre as trajetórias e experiências vivenciadas pelos sujeitos deslocados/em deslocamento, objetivamos, de maneira geral, apreender, analisar e comparar as representações sociodiscursivas (de si, do outro, do mundo) que os migrantes e refugiados em foco constroem por meio do seu dizer. Como dispositivo teórico-metodológico, elencamos algumas categorias do percurso gerativo de sentido, oriundo da Semiótica Discursiva, nossa teoria de base. Voltamo-nos assim, especialmente, para o exame da sintaxe narrativa; dos percursos temático-figurativos, de modo a apreender a ideologia que lhes é subjacente; das categorias de pessoa, tempo e espaço, assim como dos procedimentos argumentativos/persuasivos que se instauram entre enunciador/autor e enunciatário/leitor e das paixões que surgem nas narrativas, tomadas também como procedimento argumentativo. Como resultado da análise, observamos, em linhas gerais, que as relações de junção entre o sujeito (migrante/refugiado) e o objeto (país de origem/país de acolhimento) são determinantes nos processos migratórios e que, via de regra, os sujeitos são manipulados por um dever-fazer (sobreviver à guerra ou à miséria). Além disso, há o uso predominante da 1ª. pessoa do singular (debreagem actancial enunciativa), o que é próprio do gênero “narrativa de vida”, e, do ponto de vista do tempo e do espaço, a instauração de uma oposição entre um aqui/agora (debreagens enunciativas) e um lá/então (debreagens enuncivas). O medo parece ser a “paixão” que modula as narrativas, o que pode ser justificado, no nível discursivo, pela repetição do percurso temático-figurativo da violência. Com efeito, as paixões aparecem como um poderoso recurso argumentativo, uma vez que o páthos do enunciatário é constantemente mobilizado. De maneira geral, os enunciadores, cujas narrativas foram analisadas neste trabalho, apresentam um éthos de vulnerabilidade e constroem um discurso similar ao de tantos outros migrantes/refugiados que enfrentam riscos fatais na tentativa de chegar à Europa em busca da segurança que lhes é negada em seus países de origem.
id UFMG_63f492923735a335b01b4217c7d67bb6
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/35866
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Glaucia Muniz Proença Larahttp://lattes.cnpq.br/6241629537689679Rita de Cássia Aparecida Pacheco LimbertiLuciano Magnoni Tocaiahttp://lattes.cnpq.br/0592909978758028Edna Clara Januário de Araújo2021-04-29T19:31:28Z2021-04-29T19:31:28Z2021-02-25http://hdl.handle.net/1843/35866Este trabalho se volta para o exame das representações sociodiscursivas de migrantes e refugiados no quadro de um fenômeno social que, além de atingir proporções mundiais, evidencia as crises humanitárias contemporâneas que resultam em um aumento exponencial do fluxo migratório internacional. Considerando que os discursos mobilizados em torno desse fenômeno influenciam não só as representações moduladas pela sociedade, mas também as políticas migratórias, buscamos, com este trabalho, “dar a palavra” a sujeitos que empreenderam jornadas extremamente perigosas em busca de proteção. O corpus desta pesquisa é, pois, composto por diários de bordo provenientes da exposição “La voix de mes blessures” realizada pela organização Médicos sem Fronteiras (MSF), bem como por depoimentos coletados pela mesma organização em uma operação de busca e resgate no Mar Mediterrâneo. Considerando, à luz dos pesquisadores Daniel Bertaux e Ida Lucia Machado, que esses textos compreendem (micro) narrativas de vida, uma vez que discorrem sobre as trajetórias e experiências vivenciadas pelos sujeitos deslocados/em deslocamento, objetivamos, de maneira geral, apreender, analisar e comparar as representações sociodiscursivas (de si, do outro, do mundo) que os migrantes e refugiados em foco constroem por meio do seu dizer. Como dispositivo teórico-metodológico, elencamos algumas categorias do percurso gerativo de sentido, oriundo da Semiótica Discursiva, nossa teoria de base. Voltamo-nos assim, especialmente, para o exame da sintaxe narrativa; dos percursos temático-figurativos, de modo a apreender a ideologia que lhes é subjacente; das categorias de pessoa, tempo e espaço, assim como dos procedimentos argumentativos/persuasivos que se instauram entre enunciador/autor e enunciatário/leitor e das paixões que surgem nas narrativas, tomadas também como procedimento argumentativo. Como resultado da análise, observamos, em linhas gerais, que as relações de junção entre o sujeito (migrante/refugiado) e o objeto (país de origem/país de acolhimento) são determinantes nos processos migratórios e que, via de regra, os sujeitos são manipulados por um dever-fazer (sobreviver à guerra ou à miséria). Além disso, há o uso predominante da 1ª. pessoa do singular (debreagem actancial enunciativa), o que é próprio do gênero “narrativa de vida”, e, do ponto de vista do tempo e do espaço, a instauração de uma oposição entre um aqui/agora (debreagens enunciativas) e um lá/então (debreagens enuncivas). O medo parece ser a “paixão” que modula as narrativas, o que pode ser justificado, no nível discursivo, pela repetição do percurso temático-figurativo da violência. Com efeito, as paixões aparecem como um poderoso recurso argumentativo, uma vez que o páthos do enunciatário é constantemente mobilizado. De maneira geral, os enunciadores, cujas narrativas foram analisadas neste trabalho, apresentam um éthos de vulnerabilidade e constroem um discurso similar ao de tantos outros migrantes/refugiados que enfrentam riscos fatais na tentativa de chegar à Europa em busca da segurança que lhes é negada em seus países de origem.Ce travail se porte sur l’examen des représentations sociodiscursives de migrants et de réfugiés dans le cadre d’un phénomène social qui, en plus d’atteindre des proportions mondiales, met en évidence les crises humanitaires contemporaines qui entraînent une augmentation exponentielle du flux migratoire international. En considérant que les discours mobilisés autour de ce phénomène influencent non seulement les représentations modulées par la société, mais aussi les politiques migratoires, nous avons eu l’intention, par ce travail, de « donner la parole » à des sujets qui ont entrepris des parcours extrêmement dangereux à la recherche de protection. Le corpus de cette recherche est donc composé de carnets de bord provenant de l’exposition « La voix de mes blessures » réalisée par l’organisation Médecins sans Frontières (MSF), ainsi que de témoignages recueillis par la même organisation lors d’une opération de recherche et de sauvetage en Méditerranée. En considérant, à la lumière des chercheurs Daniel Bertaux et Ida Lucia Machado, que ces textes comprennent (micro) récits de vie, puisqu’ils sont en désaccord sur les trajectoires et expériences vécues par les sujets déplacés/en déplacement, nous avons pour objectif, de manière générale, appréhender, analyser et comparer les représentations sociodiscursives (de soi, de l’autre, du monde) que les migrants et les réfugiés en question construisent à travers leur dire. En tant que dispositif théorique et méthodologique, nous énumérons quelques catégories du parcours génératif de la signfication, issu de la Sémiotique Discursive, notre théorie de base. Nous nous portons donc en particulier sur l’examen de la syntaxe narrative; des parcours thématiques-figuratifs, de manière à appréhender l’idéologie qui les sous-tend; des catégories de personne, de temps et d’espace, ainsi que des procédures argumentatives/persuasives qui s’instaurent entre l’énonciateur/auteur et l’énonciataire/lecteur, et des passions qui apparaissent dans les récits, prises également comme procédure argumentative. Comme résultat de l’analyse, on observe, dans les grandes lignes, que les rapports de jonction entre le sujet (migrant/réfugié) et l’objet (pays d’origine/pays d’accueil) sont déterminants dans les processus migratoires et que, en règle générale, les sujets sont manipulés par un devoir-faire (survivre à la guerre ou à la misère). En plus, il y a l’usage prédominant de la première personne du singulier (débrayage actanciel énonciatif), ce qui est propre au genre « récit de vie », et, du point de vue du temps et de l’espace, l’instauration d’une opposition entre un ici/maintenant (débrayages énonciatifs) et un là/alors (débrayage énoncif). La peur semble être la « passion » qui module les récits, ce qui peut être justifié, au niveau discursif, par la répétition du parcours thématique-figuratif de la violence. En effet, les passions apparaissent comme un puissant moyen d’argumentation, puisque le páthos de l’énonciation est constamment mobilisé. De manière générale, les énonciateurs, dont les récits ont été analysés dans ce travail, présentent un éthos de vulnérabilité et construisent un discours similaire à celui de tant d’autres migrants/réfugiés qui font face à des risques mortels dans leur tentative d’atteindre l’Europe à la recherche de la sécurité qui leur est refusée dans leur pays d’origine.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessAnálise do discursoSemióticaEmigração e imigraçãoRefugiadosAnálise do discursoSemióticaEmigração e imigraçãoRefugiados"La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados"La voix de mes blessures" : analyse sémiotique des récits de vie des migrants et des réfugiés"The voice of my suffering": semiotic analysis of life narratives of migrants and refugeesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação de mestrado - Edna Clara Januário de Araújo.pdfDissertação de mestrado - Edna Clara Januário de Araújo.pdfDissertação de mestrado - Edna Clara Januário de Araújoapplication/pdf26785032https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35866/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20de%20mestrado%20-%20Edna%20Clara%20Janu%c3%a1rio%20de%20Ara%c3%bajo.pdf2d2d6d701f27df8c5e78d7f3140c9723MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35866/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35866/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/358662021-04-29 16:31:28.72oai:repositorio.ufmg.br:1843/35866TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-04-29T19:31:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv "La voix de mes blessures" : analyse sémiotique des récits de vie des migrants et des réfugiés
"The voice of my suffering": semiotic analysis of life narratives of migrants and refugees
title "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
spellingShingle "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
Edna Clara Januário de Araújo
Análise do discurso
Semiótica
Emigração e imigração
Refugiados
Análise do discurso
Semiótica
Emigração e imigração
Refugiados
title_short "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
title_full "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
title_fullStr "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
title_full_unstemmed "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
title_sort "La voix de mes blessures": análise semiótica de narrativas de vida de migrantes e refugiados
author Edna Clara Januário de Araújo
author_facet Edna Clara Januário de Araújo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Glaucia Muniz Proença Lara
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6241629537689679
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Luciano Magnoni Tocaia
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0592909978758028
dc.contributor.author.fl_str_mv Edna Clara Januário de Araújo
contributor_str_mv Glaucia Muniz Proença Lara
Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti
Luciano Magnoni Tocaia
dc.subject.por.fl_str_mv Análise do discurso
Semiótica
Emigração e imigração
Refugiados
topic Análise do discurso
Semiótica
Emigração e imigração
Refugiados
Análise do discurso
Semiótica
Emigração e imigração
Refugiados
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Análise do discurso
Semiótica
Emigração e imigração
Refugiados
description Este trabalho se volta para o exame das representações sociodiscursivas de migrantes e refugiados no quadro de um fenômeno social que, além de atingir proporções mundiais, evidencia as crises humanitárias contemporâneas que resultam em um aumento exponencial do fluxo migratório internacional. Considerando que os discursos mobilizados em torno desse fenômeno influenciam não só as representações moduladas pela sociedade, mas também as políticas migratórias, buscamos, com este trabalho, “dar a palavra” a sujeitos que empreenderam jornadas extremamente perigosas em busca de proteção. O corpus desta pesquisa é, pois, composto por diários de bordo provenientes da exposição “La voix de mes blessures” realizada pela organização Médicos sem Fronteiras (MSF), bem como por depoimentos coletados pela mesma organização em uma operação de busca e resgate no Mar Mediterrâneo. Considerando, à luz dos pesquisadores Daniel Bertaux e Ida Lucia Machado, que esses textos compreendem (micro) narrativas de vida, uma vez que discorrem sobre as trajetórias e experiências vivenciadas pelos sujeitos deslocados/em deslocamento, objetivamos, de maneira geral, apreender, analisar e comparar as representações sociodiscursivas (de si, do outro, do mundo) que os migrantes e refugiados em foco constroem por meio do seu dizer. Como dispositivo teórico-metodológico, elencamos algumas categorias do percurso gerativo de sentido, oriundo da Semiótica Discursiva, nossa teoria de base. Voltamo-nos assim, especialmente, para o exame da sintaxe narrativa; dos percursos temático-figurativos, de modo a apreender a ideologia que lhes é subjacente; das categorias de pessoa, tempo e espaço, assim como dos procedimentos argumentativos/persuasivos que se instauram entre enunciador/autor e enunciatário/leitor e das paixões que surgem nas narrativas, tomadas também como procedimento argumentativo. Como resultado da análise, observamos, em linhas gerais, que as relações de junção entre o sujeito (migrante/refugiado) e o objeto (país de origem/país de acolhimento) são determinantes nos processos migratórios e que, via de regra, os sujeitos são manipulados por um dever-fazer (sobreviver à guerra ou à miséria). Além disso, há o uso predominante da 1ª. pessoa do singular (debreagem actancial enunciativa), o que é próprio do gênero “narrativa de vida”, e, do ponto de vista do tempo e do espaço, a instauração de uma oposição entre um aqui/agora (debreagens enunciativas) e um lá/então (debreagens enuncivas). O medo parece ser a “paixão” que modula as narrativas, o que pode ser justificado, no nível discursivo, pela repetição do percurso temático-figurativo da violência. Com efeito, as paixões aparecem como um poderoso recurso argumentativo, uma vez que o páthos do enunciatário é constantemente mobilizado. De maneira geral, os enunciadores, cujas narrativas foram analisadas neste trabalho, apresentam um éthos de vulnerabilidade e constroem um discurso similar ao de tantos outros migrantes/refugiados que enfrentam riscos fatais na tentativa de chegar à Europa em busca da segurança que lhes é negada em seus países de origem.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-04-29T19:31:28Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-04-29T19:31:28Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-02-25
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/35866
url http://hdl.handle.net/1843/35866
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35866/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20de%20mestrado%20-%20Edna%20Clara%20Janu%c3%a1rio%20de%20Ara%c3%bajo.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35866/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35866/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 2d2d6d701f27df8c5e78d7f3140c9723
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793890822128664576