Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Leandro Boson Gambogi
Orientador(a): Paulo Caramelli
Banca de defesa: leonel tadao takada, Fernando Silva Neves
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9
Resumo: A relação entre transtornos mentais graves (SMI) e a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc) não está formalmente reconhecida pela literatura atual. Contudo, os padrões de sintomas e desempenho cognitivo descritos são semelhantes para ambos, e ao menos um pequeno subgrupo de pacientes, compartilha de mutações genéticas patológicas comuns. Objetivos: Investigar o perfil clínico e sociodemográfico de uma amostra ambulatorial de pacientes com diagnóstico de DFTvc e comparar os com história de SMI àqueles sem o transtorno prévio; documentar a ocorrência de DFTvc sucedendo a SMI. Métodos: Estudo transversal avaliando pacientes consecutivamente selecionados, após receberem diagnóstico provável de DFTvc; tinham um familiar/responsável entrevistado e submetido à Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM-IV (SCID-I). Posteriormente à categorização em dois grupos distintos - com ou sem SMI pregresso os indivíduos passaram por avaliações cognitivas (Mini Exame do Estado Mental, fluência verbal, Bateria de Avaliação Frontal - FAB, teste de memória de figuras e reconhecimento de emoções faciais), funcionais (Questionário de Avaliações Funcionais, Escala de Estadiamento e Progressão da Demência Frontotemporal), fenotípicas (perfil de sintomas, Inventário Neuropsiquiátrico - NPI, uso de antipsicóticos e reflexos primitivos) e de história familial (Goldman Scale). Resultados: Os pacientes com história prévia de SMI representaram mais de 1/3 da amostra (n = 17; 36,9%), enquanto 63,1% (n = 29) não apresentaram história de SMI. A principal nosologia identificada foi transtorno afetivo bipolar - TAB - (76,5%), assim distribuída: 64,7% TAB I, 5,9% TAB II e 5,9% TAB SOE. Ainda foram reconhecidos dois outros transtornos: transtorno esquizoafetivo (17,6%) e esquizofrenia (5,9%). Os grupos se diferenciaram no NPI-12 (p = 0,01), uso de antipsicóticos (p = 0,01), história familial de psicose (p = 0,01), presença de reflexos primitivos (p = 0,04), desempenho na FAB (p = 0,01), reconhecimento de emoções faciais (p = 0,03), aprendizado do teste de figuras (p = 0,02), na presença de apatia (p = 0,03) e de comportamento estereotipado, compulsivo ou ritualístico (p = 0,01). Conclusões: A presença de história de SMI pregresso nesta amostra de pacientes com DFTvc se mostrou achado comum e se relacionou a diversidade da apresentação clínica, mas não refletiu em mudanças sociodemográficas e tampouco se associou a maior hereditariedade da doença.
id UFMG_643dc5c85d0ad358e102e4da97f6c30e
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AJ5MR9
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Paulo Caramellileonel tadao takadaFernando Silva NevesLeandro Boson Gambogi2019-08-13T09:14:32Z2019-08-13T09:14:32Z2016-08-03http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9A relação entre transtornos mentais graves (SMI) e a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc) não está formalmente reconhecida pela literatura atual. Contudo, os padrões de sintomas e desempenho cognitivo descritos são semelhantes para ambos, e ao menos um pequeno subgrupo de pacientes, compartilha de mutações genéticas patológicas comuns. Objetivos: Investigar o perfil clínico e sociodemográfico de uma amostra ambulatorial de pacientes com diagnóstico de DFTvc e comparar os com história de SMI àqueles sem o transtorno prévio; documentar a ocorrência de DFTvc sucedendo a SMI. Métodos: Estudo transversal avaliando pacientes consecutivamente selecionados, após receberem diagnóstico provável de DFTvc; tinham um familiar/responsável entrevistado e submetido à Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM-IV (SCID-I). Posteriormente à categorização em dois grupos distintos - com ou sem SMI pregresso os indivíduos passaram por avaliações cognitivas (Mini Exame do Estado Mental, fluência verbal, Bateria de Avaliação Frontal - FAB, teste de memória de figuras e reconhecimento de emoções faciais), funcionais (Questionário de Avaliações Funcionais, Escala de Estadiamento e Progressão da Demência Frontotemporal), fenotípicas (perfil de sintomas, Inventário Neuropsiquiátrico - NPI, uso de antipsicóticos e reflexos primitivos) e de história familial (Goldman Scale). Resultados: Os pacientes com história prévia de SMI representaram mais de 1/3 da amostra (n = 17; 36,9%), enquanto 63,1% (n = 29) não apresentaram história de SMI. A principal nosologia identificada foi transtorno afetivo bipolar - TAB - (76,5%), assim distribuída: 64,7% TAB I, 5,9% TAB II e 5,9% TAB SOE. Ainda foram reconhecidos dois outros transtornos: transtorno esquizoafetivo (17,6%) e esquizofrenia (5,9%). Os grupos se diferenciaram no NPI-12 (p = 0,01), uso de antipsicóticos (p = 0,01), história familial de psicose (p = 0,01), presença de reflexos primitivos (p = 0,04), desempenho na FAB (p = 0,01), reconhecimento de emoções faciais (p = 0,03), aprendizado do teste de figuras (p = 0,02), na presença de apatia (p = 0,03) e de comportamento estereotipado, compulsivo ou ritualístico (p = 0,01). Conclusões: A presença de história de SMI pregresso nesta amostra de pacientes com DFTvc se mostrou achado comum e se relacionou a diversidade da apresentação clínica, mas não refletiu em mudanças sociodemográficas e tampouco se associou a maior hereditariedade da doença.The relationship between severe mental illness (SMI) and the behavioral variant of frontotemporal dementia (bvFTD) is currently not formally recognized in the literature. However, the patterns of symptoms and cognitive performance used to describe both conditions are similar and, at least for a small subgroup of patients, both seem to share common pathological genetic mutations. Objectives: to investigate the sociodemographic and clinical profile of a sample of outpatients diagnosed with bvFTD and compare those with a history of SMI with those without; and to document the occurrence of bvFTD succeeding SMI. Methods: Cross-sectional study in which consecutively selected patients, after receiving a diagnosis of probable bvFTD, had a family/guardian interviewed and submitted to the Structured Clinical Interview for DSM-IV Disorders (SCID-I). After the categorization into two groups - with or without prior SMI the subjects went through cognitive (Mini Mental Status Exam, verbal fluency, Frontal Assessment Battery - FAB, memory of figures test and recognition of facial emotions), functional (Functional Activities Questionnaire, Frontotemporal Dementia Rating Scale) phenotype (symptoms profile, Neuropsychiatric Inventory - NPI, use of antipsychotic drugs and primitive reflexes) and family history (Goldman Scale) assessments. Results: Patients with a history of prior SMI accounted for more than 1/3 of the sample (n = 17; 36.9%), while 63.1% (n = 29) showed no SMI history. The main nosology identified was bipolar affective disorder - BAD - (76.5%), distributed as follows: 64.7% BAD I, 5.9% and 5.9% BAD II and TAB NOS. Two other disorders were also recognized: schizoaffective disorder (17.6%) and schizophrenia (5.9%). The groups differed in NPI-12 (p = 0.01), antipsychotics (p = 0.01), family history of psychosis (p = 0.01), the presence of primitive reflexes (p = 0.04), FAB performance (p = 0.01), facial emotion recognition (p = 0.03), learning score in the memory of figures test (p = 0.02), in the presence of apathy (p = 0.03) and behavior stereotypic, compulsive or ritualistic (p = 0.01). Conclusions: A prior history of SMI was a common finding in this sample of bvFTD patients and seemed to modify their clinical presentation, but did not affect sociodemographic factors and was not associated with higher heritability of the disease.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGNeurociênciasTranstorno esquizoafetivoDemência frontotemporalEsquizofreniaTanstornos esquizofreniformesTranstornos mentaisTranstorno bipolarPerfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregressoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdfapplication/pdf2072727https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/1/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdfa62f691fe5c43b3f964850ec2ac2b1e4MD51TEXTdisserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txtdisserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txtExtracted texttext/plain159580https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/2/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txt0d89f0a274339bb3489f5ac0bfa0432bMD521843/BUOS-AJ5MR92019-11-14 22:18:42.218oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AJ5MR9Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:18:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
title Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
spellingShingle Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
Leandro Boson Gambogi
Transtorno esquizoafetivo
Demência frontotemporal
Esquizofrenia
Tanstornos esquizofreniformes
Transtornos mentais
Transtorno bipolar
Neurociências
title_short Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
title_full Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
title_fullStr Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
title_full_unstemmed Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
title_sort Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
author Leandro Boson Gambogi
author_facet Leandro Boson Gambogi
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Paulo Caramelli
dc.contributor.referee1.fl_str_mv leonel tadao takada
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Fernando Silva Neves
dc.contributor.author.fl_str_mv Leandro Boson Gambogi
contributor_str_mv Paulo Caramelli
leonel tadao takada
Fernando Silva Neves
dc.subject.por.fl_str_mv Transtorno esquizoafetivo
Demência frontotemporal
Esquizofrenia
Tanstornos esquizofreniformes
Transtornos mentais
Transtorno bipolar
topic Transtorno esquizoafetivo
Demência frontotemporal
Esquizofrenia
Tanstornos esquizofreniformes
Transtornos mentais
Transtorno bipolar
Neurociências
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Neurociências
description A relação entre transtornos mentais graves (SMI) e a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc) não está formalmente reconhecida pela literatura atual. Contudo, os padrões de sintomas e desempenho cognitivo descritos são semelhantes para ambos, e ao menos um pequeno subgrupo de pacientes, compartilha de mutações genéticas patológicas comuns. Objetivos: Investigar o perfil clínico e sociodemográfico de uma amostra ambulatorial de pacientes com diagnóstico de DFTvc e comparar os com história de SMI àqueles sem o transtorno prévio; documentar a ocorrência de DFTvc sucedendo a SMI. Métodos: Estudo transversal avaliando pacientes consecutivamente selecionados, após receberem diagnóstico provável de DFTvc; tinham um familiar/responsável entrevistado e submetido à Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM-IV (SCID-I). Posteriormente à categorização em dois grupos distintos - com ou sem SMI pregresso os indivíduos passaram por avaliações cognitivas (Mini Exame do Estado Mental, fluência verbal, Bateria de Avaliação Frontal - FAB, teste de memória de figuras e reconhecimento de emoções faciais), funcionais (Questionário de Avaliações Funcionais, Escala de Estadiamento e Progressão da Demência Frontotemporal), fenotípicas (perfil de sintomas, Inventário Neuropsiquiátrico - NPI, uso de antipsicóticos e reflexos primitivos) e de história familial (Goldman Scale). Resultados: Os pacientes com história prévia de SMI representaram mais de 1/3 da amostra (n = 17; 36,9%), enquanto 63,1% (n = 29) não apresentaram história de SMI. A principal nosologia identificada foi transtorno afetivo bipolar - TAB - (76,5%), assim distribuída: 64,7% TAB I, 5,9% TAB II e 5,9% TAB SOE. Ainda foram reconhecidos dois outros transtornos: transtorno esquizoafetivo (17,6%) e esquizofrenia (5,9%). Os grupos se diferenciaram no NPI-12 (p = 0,01), uso de antipsicóticos (p = 0,01), história familial de psicose (p = 0,01), presença de reflexos primitivos (p = 0,04), desempenho na FAB (p = 0,01), reconhecimento de emoções faciais (p = 0,03), aprendizado do teste de figuras (p = 0,02), na presença de apatia (p = 0,03) e de comportamento estereotipado, compulsivo ou ritualístico (p = 0,01). Conclusões: A presença de história de SMI pregresso nesta amostra de pacientes com DFTvc se mostrou achado comum e se relacionou a diversidade da apresentação clínica, mas não refletiu em mudanças sociodemográficas e tampouco se associou a maior hereditariedade da doença.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-08-03
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-13T09:14:32Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-13T09:14:32Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/1/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/2/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv a62f691fe5c43b3f964850ec2ac2b1e4
0d89f0a274339bb3489f5ac0bfa0432b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793891094438608896