Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9 |
Resumo: | A relação entre transtornos mentais graves (SMI) e a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc) não está formalmente reconhecida pela literatura atual. Contudo, os padrões de sintomas e desempenho cognitivo descritos são semelhantes para ambos, e ao menos um pequeno subgrupo de pacientes, compartilha de mutações genéticas patológicas comuns. Objetivos: Investigar o perfil clínico e sociodemográfico de uma amostra ambulatorial de pacientes com diagnóstico de DFTvc e comparar os com história de SMI àqueles sem o transtorno prévio; documentar a ocorrência de DFTvc sucedendo a SMI. Métodos: Estudo transversal avaliando pacientes consecutivamente selecionados, após receberem diagnóstico provável de DFTvc; tinham um familiar/responsável entrevistado e submetido à Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM-IV (SCID-I). Posteriormente à categorização em dois grupos distintos - com ou sem SMI pregresso os indivíduos passaram por avaliações cognitivas (Mini Exame do Estado Mental, fluência verbal, Bateria de Avaliação Frontal - FAB, teste de memória de figuras e reconhecimento de emoções faciais), funcionais (Questionário de Avaliações Funcionais, Escala de Estadiamento e Progressão da Demência Frontotemporal), fenotípicas (perfil de sintomas, Inventário Neuropsiquiátrico - NPI, uso de antipsicóticos e reflexos primitivos) e de história familial (Goldman Scale). Resultados: Os pacientes com história prévia de SMI representaram mais de 1/3 da amostra (n = 17; 36,9%), enquanto 63,1% (n = 29) não apresentaram história de SMI. A principal nosologia identificada foi transtorno afetivo bipolar - TAB - (76,5%), assim distribuída: 64,7% TAB I, 5,9% TAB II e 5,9% TAB SOE. Ainda foram reconhecidos dois outros transtornos: transtorno esquizoafetivo (17,6%) e esquizofrenia (5,9%). Os grupos se diferenciaram no NPI-12 (p = 0,01), uso de antipsicóticos (p = 0,01), história familial de psicose (p = 0,01), presença de reflexos primitivos (p = 0,04), desempenho na FAB (p = 0,01), reconhecimento de emoções faciais (p = 0,03), aprendizado do teste de figuras (p = 0,02), na presença de apatia (p = 0,03) e de comportamento estereotipado, compulsivo ou ritualístico (p = 0,01). Conclusões: A presença de história de SMI pregresso nesta amostra de pacientes com DFTvc se mostrou achado comum e se relacionou a diversidade da apresentação clínica, mas não refletiu em mudanças sociodemográficas e tampouco se associou a maior hereditariedade da doença. |
id |
UFMG_643dc5c85d0ad358e102e4da97f6c30e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AJ5MR9 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Paulo Caramellileonel tadao takadaFernando Silva NevesLeandro Boson Gambogi2019-08-13T09:14:32Z2019-08-13T09:14:32Z2016-08-03http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9A relação entre transtornos mentais graves (SMI) e a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc) não está formalmente reconhecida pela literatura atual. Contudo, os padrões de sintomas e desempenho cognitivo descritos são semelhantes para ambos, e ao menos um pequeno subgrupo de pacientes, compartilha de mutações genéticas patológicas comuns. Objetivos: Investigar o perfil clínico e sociodemográfico de uma amostra ambulatorial de pacientes com diagnóstico de DFTvc e comparar os com história de SMI àqueles sem o transtorno prévio; documentar a ocorrência de DFTvc sucedendo a SMI. Métodos: Estudo transversal avaliando pacientes consecutivamente selecionados, após receberem diagnóstico provável de DFTvc; tinham um familiar/responsável entrevistado e submetido à Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM-IV (SCID-I). Posteriormente à categorização em dois grupos distintos - com ou sem SMI pregresso os indivíduos passaram por avaliações cognitivas (Mini Exame do Estado Mental, fluência verbal, Bateria de Avaliação Frontal - FAB, teste de memória de figuras e reconhecimento de emoções faciais), funcionais (Questionário de Avaliações Funcionais, Escala de Estadiamento e Progressão da Demência Frontotemporal), fenotípicas (perfil de sintomas, Inventário Neuropsiquiátrico - NPI, uso de antipsicóticos e reflexos primitivos) e de história familial (Goldman Scale). Resultados: Os pacientes com história prévia de SMI representaram mais de 1/3 da amostra (n = 17; 36,9%), enquanto 63,1% (n = 29) não apresentaram história de SMI. A principal nosologia identificada foi transtorno afetivo bipolar - TAB - (76,5%), assim distribuída: 64,7% TAB I, 5,9% TAB II e 5,9% TAB SOE. Ainda foram reconhecidos dois outros transtornos: transtorno esquizoafetivo (17,6%) e esquizofrenia (5,9%). Os grupos se diferenciaram no NPI-12 (p = 0,01), uso de antipsicóticos (p = 0,01), história familial de psicose (p = 0,01), presença de reflexos primitivos (p = 0,04), desempenho na FAB (p = 0,01), reconhecimento de emoções faciais (p = 0,03), aprendizado do teste de figuras (p = 0,02), na presença de apatia (p = 0,03) e de comportamento estereotipado, compulsivo ou ritualístico (p = 0,01). Conclusões: A presença de história de SMI pregresso nesta amostra de pacientes com DFTvc se mostrou achado comum e se relacionou a diversidade da apresentação clínica, mas não refletiu em mudanças sociodemográficas e tampouco se associou a maior hereditariedade da doença.The relationship between severe mental illness (SMI) and the behavioral variant of frontotemporal dementia (bvFTD) is currently not formally recognized in the literature. However, the patterns of symptoms and cognitive performance used to describe both conditions are similar and, at least for a small subgroup of patients, both seem to share common pathological genetic mutations. Objectives: to investigate the sociodemographic and clinical profile of a sample of outpatients diagnosed with bvFTD and compare those with a history of SMI with those without; and to document the occurrence of bvFTD succeeding SMI. Methods: Cross-sectional study in which consecutively selected patients, after receiving a diagnosis of probable bvFTD, had a family/guardian interviewed and submitted to the Structured Clinical Interview for DSM-IV Disorders (SCID-I). After the categorization into two groups - with or without prior SMI the subjects went through cognitive (Mini Mental Status Exam, verbal fluency, Frontal Assessment Battery - FAB, memory of figures test and recognition of facial emotions), functional (Functional Activities Questionnaire, Frontotemporal Dementia Rating Scale) phenotype (symptoms profile, Neuropsychiatric Inventory - NPI, use of antipsychotic drugs and primitive reflexes) and family history (Goldman Scale) assessments. Results: Patients with a history of prior SMI accounted for more than 1/3 of the sample (n = 17; 36.9%), while 63.1% (n = 29) showed no SMI history. The main nosology identified was bipolar affective disorder - BAD - (76.5%), distributed as follows: 64.7% BAD I, 5.9% and 5.9% BAD II and TAB NOS. Two other disorders were also recognized: schizoaffective disorder (17.6%) and schizophrenia (5.9%). The groups differed in NPI-12 (p = 0.01), antipsychotics (p = 0.01), family history of psychosis (p = 0.01), the presence of primitive reflexes (p = 0.04), FAB performance (p = 0.01), facial emotion recognition (p = 0.03), learning score in the memory of figures test (p = 0.02), in the presence of apathy (p = 0.03) and behavior stereotypic, compulsive or ritualistic (p = 0.01). Conclusions: A prior history of SMI was a common finding in this sample of bvFTD patients and seemed to modify their clinical presentation, but did not affect sociodemographic factors and was not associated with higher heritability of the disease.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGNeurociênciasTranstorno esquizoafetivoDemência frontotemporalEsquizofreniaTanstornos esquizofreniformesTranstornos mentaisTranstorno bipolarPerfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregressoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdfapplication/pdf2072727https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/1/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdfa62f691fe5c43b3f964850ec2ac2b1e4MD51TEXTdisserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txtdisserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txtExtracted texttext/plain159580https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/2/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txt0d89f0a274339bb3489f5ac0bfa0432bMD521843/BUOS-AJ5MR92019-11-14 22:18:42.218oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AJ5MR9Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:18:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso |
title |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso |
spellingShingle |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso Leandro Boson Gambogi Transtorno esquizoafetivo Demência frontotemporal Esquizofrenia Tanstornos esquizofreniformes Transtornos mentais Transtorno bipolar Neurociências |
title_short |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso |
title_full |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso |
title_fullStr |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso |
title_full_unstemmed |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso |
title_sort |
Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso |
author |
Leandro Boson Gambogi |
author_facet |
Leandro Boson Gambogi |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Paulo Caramelli |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
leonel tadao takada |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Fernando Silva Neves |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Leandro Boson Gambogi |
contributor_str_mv |
Paulo Caramelli leonel tadao takada Fernando Silva Neves |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Transtorno esquizoafetivo Demência frontotemporal Esquizofrenia Tanstornos esquizofreniformes Transtornos mentais Transtorno bipolar |
topic |
Transtorno esquizoafetivo Demência frontotemporal Esquizofrenia Tanstornos esquizofreniformes Transtornos mentais Transtorno bipolar Neurociências |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Neurociências |
description |
A relação entre transtornos mentais graves (SMI) e a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc) não está formalmente reconhecida pela literatura atual. Contudo, os padrões de sintomas e desempenho cognitivo descritos são semelhantes para ambos, e ao menos um pequeno subgrupo de pacientes, compartilha de mutações genéticas patológicas comuns. Objetivos: Investigar o perfil clínico e sociodemográfico de uma amostra ambulatorial de pacientes com diagnóstico de DFTvc e comparar os com história de SMI àqueles sem o transtorno prévio; documentar a ocorrência de DFTvc sucedendo a SMI. Métodos: Estudo transversal avaliando pacientes consecutivamente selecionados, após receberem diagnóstico provável de DFTvc; tinham um familiar/responsável entrevistado e submetido à Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM-IV (SCID-I). Posteriormente à categorização em dois grupos distintos - com ou sem SMI pregresso os indivíduos passaram por avaliações cognitivas (Mini Exame do Estado Mental, fluência verbal, Bateria de Avaliação Frontal - FAB, teste de memória de figuras e reconhecimento de emoções faciais), funcionais (Questionário de Avaliações Funcionais, Escala de Estadiamento e Progressão da Demência Frontotemporal), fenotípicas (perfil de sintomas, Inventário Neuropsiquiátrico - NPI, uso de antipsicóticos e reflexos primitivos) e de história familial (Goldman Scale). Resultados: Os pacientes com história prévia de SMI representaram mais de 1/3 da amostra (n = 17; 36,9%), enquanto 63,1% (n = 29) não apresentaram história de SMI. A principal nosologia identificada foi transtorno afetivo bipolar - TAB - (76,5%), assim distribuída: 64,7% TAB I, 5,9% TAB II e 5,9% TAB SOE. Ainda foram reconhecidos dois outros transtornos: transtorno esquizoafetivo (17,6%) e esquizofrenia (5,9%). Os grupos se diferenciaram no NPI-12 (p = 0,01), uso de antipsicóticos (p = 0,01), história familial de psicose (p = 0,01), presença de reflexos primitivos (p = 0,04), desempenho na FAB (p = 0,01), reconhecimento de emoções faciais (p = 0,03), aprendizado do teste de figuras (p = 0,02), na presença de apatia (p = 0,03) e de comportamento estereotipado, compulsivo ou ritualístico (p = 0,01). Conclusões: A presença de história de SMI pregresso nesta amostra de pacientes com DFTvc se mostrou achado comum e se relacionou a diversidade da apresentação clínica, mas não refletiu em mudanças sociodemográficas e tampouco se associou a maior hereditariedade da doença. |
publishDate |
2016 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016-08-03 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-13T09:14:32Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-13T09:14:32Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/1/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJ5MR9/2/disserta__o___leandro_boson_gambogi___31_08_16___final.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
a62f691fe5c43b3f964850ec2ac2b1e4 0d89f0a274339bb3489f5ac0bfa0432b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1793891094438608896 |