Da classificação ao diagnóstico: a psicopatia entre a norma e a subjetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Maria Elisa Fonseca Goduardo Campos
Orientador(a): Antonio Marcio Ribeiro Teixeira
Banca de defesa: Tania Coelho dos Santos, Andrea Maris Campos Guerra, Angela Maria Resende Vorcaro, Ilka Franco Ferrari
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9PMKZE
Resumo: Esta pesquisa busca fazer uma discussão sobre a questão do diagnóstico em psicanálise, em contraposição ao atual modelo classificatório da psiquiatria. Utilizou-se a classificação do psicopata ou portador de Transtorno de Personalidade Antissocial como paradigmático para se verificar como o diagnosticar foi se transformando no classificar, a partir de dados comportamentais que revelam uma inadequação à norma social. Partindo das contribuições de Georges Canguilhem e de Michel Foucault, pudemos demonstrar como os limites do normal e do patológico são tênues e como a noção de anormalidade é atravessada por valores morais. Nesse intuito, verificou-se como o psicopata da psiquiatria clássica foi se transformando no atual Transtorno de Personalidade Antissocial do DSM-III e seguintes. Se, a princípio, essa classificação era tratada como uma característica que se manifestava como um excesso de algum traço da personalidade (anormalidade), não se constituindo propriamente em um diagnóstico, na atualidade, ela toma a vertente da delinquência e da criminalidade. Consequentemente, surge a associação da classificação a uma intratabilidade que só pode oferecer-se como resposta à segregação. Busca-se, a partir de um caso clínico, demonstrar que a intratabilidade se verifica do lado do sujeito, como um limite colocado pelo próprio caso, e que não pode ser estabelecida a priori. Por outro lado, apresenta-se um caso classificado inicialmente como psicopata, monstro e intratável e verifica-se que essas nomeações apenas favoreceram a segregação. Com o recurso de um terceiro caso clínico, busca-se, enfim, demonstrar a diferença entre fazer uma perícia, orientada pela norma, e estabelecer um diagnóstico, de acordo com a psicanálise, priorizando-se os elementos da subjetividade.
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