EnvelheSer em Meninas de Sinhá

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Raquel de Magalhães Borges
• Orientador(a): Cristiane Miryam Drumond de Brito
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos do Lazer
• Departamento: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Envelhecimento; Lazer; Mulheres idosas
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/33521

O “Grupo Cultural Meninas de Sinhá” é composto por mulheres idosas e de baixa renda, em sua maioria negras, residentes numa comunidade periférica da cidade de Belo Horizonte/Minas Gerais. Existente há vinte e três anos, o grupo teve no princípio, um encontro marcado por mulheres acometidas pela depressão, que utilizaram a memória da infância, sobretudo a brincadeira de dança de roda, como uma potência curativa, capaz de torná-las mais saudáveis. Atualmente, com dezoito componentes, o grupo possui sede própria localizada em sua comunidade, dois discos autorais e um documentário musical. Realiza shows e projetos culturais e sociais. Esta pesquisa discute a velhice das mulheres deste grupo diante da complexidade humana sapiens-demens, forjada em meio aos desafios da senescência, à noção sociocultural sobre o corpo que envelhece, e às experiências vividas em grupo. Portanto, consiste numa investigação sobre as percepções e sentidos atribuídos ao envelhecer, ao lazer e à saúde, entrelaçados com prática artística comunitária. Foi realizada uma abordagem qualitativa, do tipo Estudo de Caso, com diversidade de procedimentos de coleta de dados como: entrevistas, análise documental, observação participante e grupo focal. A análise dos dados foi baseada no Discurso do Sujeito Coletivo. Conclui-se que, a brincadeira e seu desenrolar criativo, foi potente ao desconstruir um padrão idealizado de velhice, de ser mulher, de ser pobre e negra. As mulheres do “Meninas de Sinhá” assumiram a autoria de suas histórias de vida, estabeleceram redes sociais e construíram espaço e tempo de lazer. Nesta perspectiva, consideramos que a brincadeira de roda e seu desenvolvimento como prática artística comunitária, constituiu-se como uma necessidade social específica para fruição da experiência do lazer, para a convivência afetiva e para o empoderamento de mulheres em sua maioria negras e pobres.