Avaliação de perigos e categorização do grau de risco microbiológico em um sistema de tratamento e distribuição de água localizado em um município do interior de Minas Gerais, Brasil

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Marcelo Barbosa Motta
• Orientador(a): Elisabeth Neumann
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
• Departamento: ICB - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Análise da Água; Qualidade da água; Vigilância em saúde
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/42370; https://orcid.org/0000-0002-1454-2383

O consumo de água não potável é um relevante problema de saúde pública devido à possibilidade de veiculação de inúmeros contaminantes químicos e microbiológicos, representando maior perigo à saúde de crianças menores de cinco anos, grupo etário mais suscetível a doenças. Em 2005, o Ministério da Saúde Brasileiro criou o Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA), com a finalidade primordial de gerenciar riscos relacionados ao fornecimento de água a populações humanas no território brasileiro. Entretanto, o VIGIAGUA não possui uma metodologia capaz de caracterizar ou gerenciar riscos, mas alguns pesquisadores têm apresentado propostas para caracterização do perigo, considerado como a primeira etapa do gerenciamento de risco. Na perspectiva de contribuir para uma avaliação de perigos e categorização de riscos associados ao fornecimento de água, este estudo ensejou criar um modelo de trabalho para transformar dados brutos dos parâmetros básicos analisados pelo sistema de vigilância, exigidos pela Portaria/MS 2.914/2011, em dados conceituais relacionados aos níveis de risco classificados em baixo, médio e alto. Os dados utilizados na aplicação do modelo foram obtidos através das análises realizadas pela Gerência Regional de Saúde de Itabira, em um município do Estado de Minas Gerais com menos de 10 mil habitantes, cujo histórico de contaminação da água é alarmante. Foram coletadas 12 amostras/mês entre maio de 2017 e abril de 2018, totalizando 144 (108 de água tratada e 36 não tratada). Os resultados das análises de água tratada foram classificados segundo a presença de perigos e categorizados em níveis de risco. As análises estatísticas foram realizadas através dos testes qui-quadrado e Wilcoxon-Mann-Whitney. Os resultados demonstraram 83,3% de contaminação por coliformes totais na saída do tratamento e 91,6% na rede de distribuição. A contaminação por Escherichia coli foi de 16,7% nas amostras da saída do tratamento e 45,2% na rede de distribuição. Todas as amostras apresentaram valores de cloro residual livre muito abaixo do parâmetro legal. A maioria dos valores médios de turbidez foram satisfatórios, entretanto, 25% dos resultados individuais encontrados na saída do tratamento e duas amostras na rede de distribuição apresentaram valores acima do preconizado. A análise de amostras de água não tratada foi realizada com a finalidade de conhecer o padrão de contaminação da água bruta da região, resultando em 100% de contaminação por coliformes totais e 97,2% de contaminação por E. coli. Os resultados encontrados refletem a incapacidade do sistema de abastecimento analisado em conter a presença de bactérias e sugerem a presença de falhas no tratamento e distribuição de água deste município, sendo categorizado como de “Alto Risco”.