Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Helga Livia Aparecida Silva de Melo
Orientador(a): Maria Antonieta A de M Cohen
Banca de defesa: Alexia Teles Duchowny, Soélis Teixeira do Prado Mendes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/LETR-APTM6L
Resumo: Esta dissertação traz uma contribuição para o estudo do Português seiscentista, apresentando uma descrição detalhada da colocação dos pronomes clíticos em 83 cartas missivas da rainha Catarina de Bragança, que foram escritas entre os anos de 1685 e 1692. Considera-se um corpus confiável, pois trata-se de um documento monotestemunhal, original e pouco explorado em pesquisas linguísticas. Nessas cartas, foram coletadas todas as ocorrências de pronomes clíticos, levando em conta seus verbos hospedeiros. As ocorrências foram classificadas de acordo com a posição do pronome em relação ao verbo e da posição do verbo na frase. A análise foi feita de acordo com os modos verbais (indicativo, subjuntivo e imperativo) e com as formas nominais (gerúndio e infinitivo), nos casos de sintagmas verbais simples, e com os tipos de perífrases verbais (com particípio, com gerúndio, ou com infinitivo), nos casos de sintagmas verbais complexos. Os casos de interpolação foram analisados separadamente. A partir da aparente variabilidade entre próclise e ênclise, procedeuse a uma descrição detalhada dos ambientes em que a escolha por uma ou por outra forma variante é determinada por fatores sintáticos, bem como por ambientes em que a variação se mostra possível. Com o verbo hospedeiro no modo indicativo, em contextos relevantes, a variação de colocação ocorreu em favor da próclise (86% das ocorrências). Já com o verbo hospedeiro no infinitivo, a variação ocorreu em favor da ênclise (55,7%). Considerando a colocação dos clíticos como um fator indicativo das mudanças linguísticas ocorridas no português europeu, esta descrição revela uma gramática mais conservadora, uma vez que mantém certos padrões que viriam a cair em desuso nos séculos seguintes, como o uso generalizado da próclise em orações finitas neutras, contexto que a gramática atual revela como predominante enclítico.
id UFMG_7919df22f9bf227572f99e82053d8a37
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-APTM6L
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Maria Antonieta A de M CohenAlexia Teles DuchownySoélis Teixeira do Prado MendesHelga Livia Aparecida Silva de Melo2019-08-09T12:20:50Z2019-08-09T12:20:50Z2017-06-30http://hdl.handle.net/1843/LETR-APTM6LEsta dissertação traz uma contribuição para o estudo do Português seiscentista, apresentando uma descrição detalhada da colocação dos pronomes clíticos em 83 cartas missivas da rainha Catarina de Bragança, que foram escritas entre os anos de 1685 e 1692. Considera-se um corpus confiável, pois trata-se de um documento monotestemunhal, original e pouco explorado em pesquisas linguísticas. Nessas cartas, foram coletadas todas as ocorrências de pronomes clíticos, levando em conta seus verbos hospedeiros. As ocorrências foram classificadas de acordo com a posição do pronome em relação ao verbo e da posição do verbo na frase. A análise foi feita de acordo com os modos verbais (indicativo, subjuntivo e imperativo) e com as formas nominais (gerúndio e infinitivo), nos casos de sintagmas verbais simples, e com os tipos de perífrases verbais (com particípio, com gerúndio, ou com infinitivo), nos casos de sintagmas verbais complexos. Os casos de interpolação foram analisados separadamente. A partir da aparente variabilidade entre próclise e ênclise, procedeuse a uma descrição detalhada dos ambientes em que a escolha por uma ou por outra forma variante é determinada por fatores sintáticos, bem como por ambientes em que a variação se mostra possível. Com o verbo hospedeiro no modo indicativo, em contextos relevantes, a variação de colocação ocorreu em favor da próclise (86% das ocorrências). Já com o verbo hospedeiro no infinitivo, a variação ocorreu em favor da ênclise (55,7%). Considerando a colocação dos clíticos como um fator indicativo das mudanças linguísticas ocorridas no português europeu, esta descrição revela uma gramática mais conservadora, uma vez que mantém certos padrões que viriam a cair em desuso nos séculos seguintes, como o uso generalizado da próclise em orações finitas neutras, contexto que a gramática atual revela como predominante enclítico.This dissertation brings a contribution to the study of seventeenth-century Portuguese language, by means of a detailed description of the clitic placement in 83 letters written by the Queen Catarina de Bragança, between 1685 and 1692. It is considered a valuable corpus, because it is authograph, original and nearly unknown to linguistic research. In these letters, all the occurrences of clitics were collected, taking into account their host verbs. The occurrences were classified according to the clitic placement (proclisis or enclisis) and according to the types of sentence. The analysis was made according to the finite (indicative, subjunctive and imperative) and non finite (gerund and infinitive verbal forms and to types of verbal periphrases (with past participle, gerund, or infinitive). The interpolation was analyzed separately. On the basis of the apparent variability between proclisis and enclisis, a detailed description of the syntactic contexts in which the choice between one or the other variant form determined by syntactic factors has been made , and also a description of the syntactic context in which the alternance was possible. When the host verb is in the indicative mode, in variation contexts, we have the predominance of proclisis (86%). When the host verb is in the infinitive, the variation occurred in favor of the enclisis (55,7%). Considering the clitic placement as a grammatical indicator of the linguistic change that has occurred in European Portuguese, this description reveals a more conservative grammar, since it maintains some patterns that would become obsolete in the following centuries. The generalized use of proclisis in finite clauses is a context that the current grammar is predominantly enclitic.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLingüística históricaLíngua portuguesa VariaçãoLíngua portuguesa VerbosLíngua portuguesa HistóriaLíngua portuguesa Pronomeshospedeiros verbaisséculo XVIIclíticosvariação e mudançaClíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVIIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_liviademelo2017.pdfapplication/pdf4064936https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-APTM6L/1/dissertacao_liviademelo2017.pdf34ec1ca574af745830f3d15c6e37e29bMD51TEXTdissertacao_liviademelo2017.pdf.txtdissertacao_liviademelo2017.pdf.txtExtracted texttext/plain418749https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-APTM6L/2/dissertacao_liviademelo2017.pdf.txt799c750a8b41a702c2aa747f1a6ef033MD521843/LETR-APTM6L2019-11-14 08:36:15.656oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-APTM6LRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:36:15Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
title Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
spellingShingle Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
Helga Livia Aparecida Silva de Melo
hospedeiros verbais
século XVII
clíticos
variação e mudança
Lingüística histórica
Língua portuguesa Variação
Língua portuguesa Verbos
Língua portuguesa História
Língua portuguesa Pronomes
title_short Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
title_full Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
title_fullStr Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
title_full_unstemmed Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
title_sort Clíticos: variação da colocação pronominal no português em documento do século XVII
author Helga Livia Aparecida Silva de Melo
author_facet Helga Livia Aparecida Silva de Melo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maria Antonieta A de M Cohen
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Alexia Teles Duchowny
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Soélis Teixeira do Prado Mendes
dc.contributor.author.fl_str_mv Helga Livia Aparecida Silva de Melo
contributor_str_mv Maria Antonieta A de M Cohen
Alexia Teles Duchowny
Soélis Teixeira do Prado Mendes
dc.subject.por.fl_str_mv hospedeiros verbais
século XVII
clíticos
variação e mudança
topic hospedeiros verbais
século XVII
clíticos
variação e mudança
Lingüística histórica
Língua portuguesa Variação
Língua portuguesa Verbos
Língua portuguesa História
Língua portuguesa Pronomes
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Lingüística histórica
Língua portuguesa Variação
Língua portuguesa Verbos
Língua portuguesa História
Língua portuguesa Pronomes
description Esta dissertação traz uma contribuição para o estudo do Português seiscentista, apresentando uma descrição detalhada da colocação dos pronomes clíticos em 83 cartas missivas da rainha Catarina de Bragança, que foram escritas entre os anos de 1685 e 1692. Considera-se um corpus confiável, pois trata-se de um documento monotestemunhal, original e pouco explorado em pesquisas linguísticas. Nessas cartas, foram coletadas todas as ocorrências de pronomes clíticos, levando em conta seus verbos hospedeiros. As ocorrências foram classificadas de acordo com a posição do pronome em relação ao verbo e da posição do verbo na frase. A análise foi feita de acordo com os modos verbais (indicativo, subjuntivo e imperativo) e com as formas nominais (gerúndio e infinitivo), nos casos de sintagmas verbais simples, e com os tipos de perífrases verbais (com particípio, com gerúndio, ou com infinitivo), nos casos de sintagmas verbais complexos. Os casos de interpolação foram analisados separadamente. A partir da aparente variabilidade entre próclise e ênclise, procedeuse a uma descrição detalhada dos ambientes em que a escolha por uma ou por outra forma variante é determinada por fatores sintáticos, bem como por ambientes em que a variação se mostra possível. Com o verbo hospedeiro no modo indicativo, em contextos relevantes, a variação de colocação ocorreu em favor da próclise (86% das ocorrências). Já com o verbo hospedeiro no infinitivo, a variação ocorreu em favor da ênclise (55,7%). Considerando a colocação dos clíticos como um fator indicativo das mudanças linguísticas ocorridas no português europeu, esta descrição revela uma gramática mais conservadora, uma vez que mantém certos padrões que viriam a cair em desuso nos séculos seguintes, como o uso generalizado da próclise em orações finitas neutras, contexto que a gramática atual revela como predominante enclítico.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-06-30
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-09T12:20:50Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-09T12:20:50Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/LETR-APTM6L
url http://hdl.handle.net/1843/LETR-APTM6L
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-APTM6L/1/dissertacao_liviademelo2017.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-APTM6L/2/dissertacao_liviademelo2017.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 34ec1ca574af745830f3d15c6e37e29b
799c750a8b41a702c2aa747f1a6ef033
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797973132331450368