Análise da regularidade cinemática em corredores com e sem histórico de lesão

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Juliana Quirino da Silva
• Orientador(a): Sérgio Teixeira da Fonseca
• Banca de defesa: Andre Gustavo Pereira de Andrade
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
• Departamento: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Corrida; Marcha; Entropia; Corredores - Ferimentos e lesões
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/36202

A corrida é uma das atividades físicas mais populares no mundo. Entretanto, essa atividade apresenta uma alta taxa de incidência de lesões. Vários fatores de risco para lesão foram investigados, no entanto não foi gerado um entendimento mais claro da etiologia das lesões. Geralmente, os estudos biomecânicos utilizam métodos focados em variáveis cinemáticas discretas e consideram a existência de uma relação linear, ou seja, de causa e efeito. Recentemente, tem sido sugerido o uso de métodos não lineares para entender a organização do sistema biológico a partir da perspectiva de sistemas complexos e suas relações com o surgimento de lesões. A complexidade dos sistemas biológicos está associada, entre outras características, às interações não lineares entre os vários componentes responsáveis por produzir o movimento humano. Uma alteração nos componentes do sistema biológico pode diminuir a habilidade de um indivíduo para se adaptar adequadamente às mudanças impostas pela tarefa e condições ambientais. Considerando isso, a análise da regularidade do padrão cinemático da corrida é uma das medidas não lineares que pode contribuir para o entendimento sobre a organização do sistema na tarefa. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar a regularidade dos movimentos articulares de membros inferiores em corredores com e sem histórico de lesões durante a corrida. Foi realizado um estudo observacional transversal com dezenove corredores recreacionais com e sem histórico de lesão. Durante a coleta de dados da corrida, os participantes correram em uma esteira, em velocidade autosselecionada. A cinemática do membro inferior no plano sagital foi registrada por meio de um sistema de análise tridimensional ativo. A regularidade das séries temporais cinemáticas de quadril, joelho e tornozelo foram analisadas por meio do cálculo da entropia amostral (SampEn). O teste de ANOVA mista foi usado para avaliar as diferenças entre os grupos. Corredores com histórico de lesão tiveram valores mais baixos de SampEn em comparação com corredores sem histórico de lesão (P = 0.002). SampEn foi maior no tornozelo do que no joelho (P = 0.001) e quadril (P < 0.001). SampEn do joelho foi maior que no quadril (P = 0.001). A maior regularidade do padrão de movimento em corredores com histórico de lesão sugere menor adaptabilidade do sistema neuromusculoesquelético durante a corrida. Além disso, as articulações dos membros inferiores lidam com diferentes demandas e o tornozelo parece ser a articulação mais adaptativa às perturbações impostas pelo ambiente durante a corrida.