A filosofia da história em Arthur C. Clarke : uma relação singular com o tempo histórico no âmago da era espacial (1951-1962)

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Henrique Carvalho Figueredo
• Orientador(a): Douglas Attila Marcelino
• Banca de defesa: Aline Magalhaes Pinto, Henrique Estrada Rodrigues
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
• Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Arthur C. Clarke; Filosofia da história; Progresso; Futuro; Conquista do espaço
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/60321

Esta dissertação tem como objeto de análise a escrita ficcional e não ficcional de Arthur C. Clarke, mais especificamente aquela produzida entre o início de sua carreira e o início da Corrida Espacial (1951-1962). Buscamos examinar a possível existência de uma filosofia da história disposta ao longo da produção textual que constituía o projeto político e intelectual desse escritor em um contexto que singularizava suas ideias. Para tal, analisamos as obras The Exploration of Space (1951), Prelude to Space (1951), The City and the Stars (1956) e Profiles of the Future: An Inquiry into the Limits of the Possible (1962). Nas fontes selecionadas, alguns elementos narrativos - comumente presentes no modo como as filosofias da história da modernidade elaboraram o tempo histórico - foram mapeados a partir de uma preocupação com a persistência da relação com o tempo histórico sustentada pela filosofia do progresso, identificada de forma ressignificada no período estudado. Elementos como uma concepção de história, de finalidade histórica, de dinâmica histórica, de motor da história, de natureza humana, de agência histórica e de presente, passado e futuro, guiaram a presente investigação. Analisamos como esses elementos foram apropriados por Clarke a partir das especificidades de seu contexto linguístico e social. Para isso, relacionamos a atuação intelectual do autor com as características da expressão de suas ideias em cada obra, levando em conta a inserção social de cada uma e seu tipo. Obtivemos assim, uma imagem historicizada da produção discursiva de Clarke que revela a tradição de elaboração do tempo histórico a qual ele deu vazão ao propor seu projeto, apesar de suas intenções verbalizadas. Tal projeto, a partir dos recursos linguísticos disponíveis e das demandas sociais de seu contexto, visou uma transformação do mundo que, em sua tradução discursiva, expressou uma filosofia da história otimista e cientificista da humanidade.