A efetividade das experiências de ócio em um programa governamental de atividade física

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Marcos Gonçalves Maciel
• Orientador(a): Luiz Alex Silva Saraiva
• Banca de defesa: Ana Cláudia Porfirio Couto, Cleber Augusto Gonçalves Dias, José Clerton de Oliveira Martins, Yara Maria de Carvalho
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos do Lazer
• Departamento: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Efetividade; Experiência de Ócio; Saúde; Programas sociais; Atividade Física
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/53165

No Brasil desde o início dos anos 2000, há uma expansão dos programas governamentais de atividade física. A vivência da atividade física é desenvolvida, sobretudo, com viés utilitarista. Todavia, realizo uma reflexão para além dessa perspectiva, propondo sua ―humanização‖. Para tanto, analiso a efetividade das experiências de ócio, segundo a percepção de alunos participantes em um programa na cidade de Belo Horizonte/MG. A efetividade é um parâmetro da avaliação de desempenho com enfoque qualitativo, denotando uma satisfação por parte dos envolvidos. Por sua vez, a escolha da abordagem filosófica e teórica do ócio apresenta como pressuposto a subjetividade, a qualificação e intencionalidade atribuída pela pessoa às experiências provenientes de sua vivência. A pesquisa caracterizada como qualitativa, descritiva-exploratória, realizou uma análise bibliográfica e documental, associada a uma investigação de campo, transversal, do tipo estudo de caso, adotando a perspectiva fenomenológica. A coleta dos dados consistiu em observações não participante e entrevistas em profundidade. A seleção do local investigado e dos participantes foi de forma intencional, sendo o número desses, definido pelo critério de saturação. A interpretação dos dados foi de acordo com a abordagem sociocognitiva. Participaram da pesquisa 18 pessoas, sendo três profissionais de Educação Física e 15 alunos, de ambos os sexos. Os principais resultados apontam que a atividade física realizada segue uma perspectiva semelhante às realizadas em academias de ginásticas tradicionais; os alunos não percebem essa vivência como sendo de lazer, mas, sobretudo, segundo os discursos biomédico e estético. No entanto, conforme a análise sociocognitiva, foi identificada a efetividade dessa vivência, pois apresenta atributos que a caracteriza como experiências de ócio. Conclui-se que há um paradoxo entre os discursos dos alunos. Estes se apropriam do discurso biomédico como principal motivo para participar do programa. Todavia, a análise da prática discursiva revelou o vínculo social estabelecido entre os alunos-professores, como a causa mais relevante de adesão às aulas. Infere-se que há uma ressignificação da vivência estereotipada, em experiências significativas. No entanto, é relevante desenvolver a atividade física com base em uma perspectiva humanizadora em detrimento de um viés prioritariamente utilitarista, visando a potencialização da vida pelas experiências de ócio.