Urbanização extensiva na Amazônia Oriental: escavando a não-cidade em Carajás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigo Castriota de Mello Santos lattes
Orientador(a): Roberto Luís de Melo Monte-Mór lattes
Banca de defesa: Sibelle Cornélio Diniz da Costa, Carolina Moulin Aguiar, Rita de Cássia Lucena Velloso, Cibele Saliba Rizek, Fernando Michelotti
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Economia
Departamento: FACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/38598
Resumo: Este trabalho parte da hipótese de que uma concepção renovada dos processos de urbanização é fundamental para compreender, histórica e contemporaneamente, as transformações socioeconômicas, espaciais e ecológicas na Amazônia. Considerada em seu sentido concentrado e extensivo, e enfatizada sua função mediadora, a urbanização permite reinterpretar tanto as diversas rodadas de colonização regional, de homogeneização e de degradação socioambiental, quanto as novas materialidades e subjetividades radicais que emergem com a expansão do universo urbano-industrial. Ao mesmo tempo, há no estudo dessas mesmas transformações na região amazônica uma oportunidade de reabilitar os estudos urbanos e de deslocar o imaginário geográgico do “cânone” brasileiro, há muito fundados na velha dicotomia urbano-rural, na experiência sudestina e em seu objeto de estudo privilegiado: a cidade. Dentro dessa perspectiva, a região de Carajás, na Amazônia Oriental, configura um terreno privilegiado de análise pela diversidade de formas e processos de urbanização concentrada e extensiva que se desdobraram nas últimas décadas. Tomando a mineração e as demais dinâmicas neo-extrativistas como indutoras de processos de urbanização, procuro discutir tanto as camadas geohistóricas de transformações socioespaciais regionais, quanto os processos contemporâneos - em especial, as transformações no município de Canaã dos Carajás a partir da instalação do Complexo S11D, contruído pela Vale entre 2011-2016, que abriga a maior mina a céu aberto da história da humanidade. A partir dos dados coletados em trabalho de campo – envolvendo observação participante, entrevistas semi-estruturadas, fotografias – e da análise de outros materiais documentais, históricos e cartográficos, este trabalho apresenta e discute, de um lado, a trajetória dessa cidade mineradora e, de outro lado, as complexidades e diversidades da “não-cidade” profundamente transformada pela urbanização. De um lado, o ‘boom’ e o declínio do centro urbano que abriga a força de trabalho migrante. De outro lado, a urbanização extensiva induzida pelo complexo minerador, expressa em rodovias, ferrovias, hidrelétricas e unidades de conservação, mas também na reorganização do espaço agrário municipal – e que tem como resposta a formação de acampamentos sem terra em áreas controladas ou pretendidas pela Vale. Nesse processo de apropriações e contestações, enfatizo a relação entre as novas materialidades, novas subjetividades e novas possibilidades vinculadas aos processos de urbanização – das mega-infraestruturas logísticas e mineradoras e das formas variadas de opressão, vigilância e controle, às novas formas de ação coletiva e reivindicações de cidadania a partir da “não-cidade” camponesa. A região de Carajás permite desestabilizar o pensamento dicotômico urbano-rural; tensionar grandes categorias do campo dos estudos urbanos frequentemente mobilizadas de forma auto-evidente; reafirmar a centralidade do conceito (e do processo) de urbanização extensiva; e, finalmente, questionar perspectivas que magnificam ou celebram acriticamente “a cidade” como entidade concebida, percebida e vivida na direção de uma crítica da problemática do citadismo.
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Ao mesmo tempo, há no estudo dessas mesmas transformações na região amazônica uma oportunidade de reabilitar os estudos urbanos e de deslocar o imaginário geográgico do “cânone” brasileiro, há muito fundados na velha dicotomia urbano-rural, na experiência sudestina e em seu objeto de estudo privilegiado: a cidade. Dentro dessa perspectiva, a região de Carajás, na Amazônia Oriental, configura um terreno privilegiado de análise pela diversidade de formas e processos de urbanização concentrada e extensiva que se desdobraram nas últimas décadas. Tomando a mineração e as demais dinâmicas neo-extrativistas como indutoras de processos de urbanização, procuro discutir tanto as camadas geohistóricas de transformações socioespaciais regionais, quanto os processos contemporâneos - em especial, as transformações no município de Canaã dos Carajás a partir da instalação do Complexo S11D, contruído pela Vale entre 2011-2016, que abriga a maior mina a céu aberto da história da humanidade. A partir dos dados coletados em trabalho de campo – envolvendo observação participante, entrevistas semi-estruturadas, fotografias – e da análise de outros materiais documentais, históricos e cartográficos, este trabalho apresenta e discute, de um lado, a trajetória dessa cidade mineradora e, de outro lado, as complexidades e diversidades da “não-cidade” profundamente transformada pela urbanização. De um lado, o ‘boom’ e o declínio do centro urbano que abriga a força de trabalho migrante. De outro lado, a urbanização extensiva induzida pelo complexo minerador, expressa em rodovias, ferrovias, hidrelétricas e unidades de conservação, mas também na reorganização do espaço agrário municipal – e que tem como resposta a formação de acampamentos sem terra em áreas controladas ou pretendidas pela Vale. Nesse processo de apropriações e contestações, enfatizo a relação entre as novas materialidades, novas subjetividades e novas possibilidades vinculadas aos processos de urbanização – das mega-infraestruturas logísticas e mineradoras e das formas variadas de opressão, vigilância e controle, às novas formas de ação coletiva e reivindicações de cidadania a partir da “não-cidade” camponesa. A região de Carajás permite desestabilizar o pensamento dicotômico urbano-rural; tensionar grandes categorias do campo dos estudos urbanos frequentemente mobilizadas de forma auto-evidente; reafirmar a centralidade do conceito (e do processo) de urbanização extensiva; e, finalmente, questionar perspectivas que magnificam ou celebram acriticamente “a cidade” como entidade concebida, percebida e vivida na direção de uma crítica da problemática do citadismo.This work is based on a double premise. On the one hand, a renewed conceptualization of urbanization is crucial to understand socioeconomic, spatial and ecological transformations in the Amazon both historically and contemporarily. Considering its concentrated and extended dimensions as well as its mediating function, urbanization allows for a reinterpretation of the various rounds of regional colonization, homogenization and socio-environmental degradation, in addition to the new materialities and radical subjectivities that emerge with the expansion of the urban-industrial universe. At the same time, the study of these same transformations in the Amazon creates an opportunity to rehabilitate the field of urban studies and to displace the “canonic” geographic imagination within Brazilian scholarship, for too long founded on the old urban-rural dichotomy, on the southeastern experience and on its privileged object of study: the city. Within this perspective, the region of Carajás, in the Eastern Amazon, is a privileged terrain of analysis due to the diversity of forms and processes of concentrated and extended urbanization that have been unfolding in past decades. Taking mining and other neo-extractive dynamics as inducers of urbanization processes, I discuss both geohistorical layers of regional socio-spatial transformations, as well as contemporary processes – particularly the transformations in the municipality of Canaã dos Carajá driven by the implantation of the S11D Mining Complex, built by Vale between 2011-2016, that shelters the largest open-pit mine of human history. Based on fieldwork data –participant observation, semi-structured interviews, photographs – and further documental, historical and cartographic materials, this work presents and discusses, on the one hand, the trajectory of a mining town and, on the other, the complexities and diversities of the “non-city” deeply transformed by urbanization. On the one hand, the boom and the decline of the urban center that houses the migrant labor force; on the other, the mining-induced extended urbanization expressed in highways, railroads, hydroelectric dams and conservation units, as well as in the reorganization of municipal agrarian space – including the formation of landless workers settlements in areas that are either controlled or intended by Vale. In these processes of appropriations and contestations, I emphasize the emerging relations between new materialities, new subjectivities and new possibilities attached to urbanization processes – from massive mining and logistics assemblies and the unfolding forms of oppression, vigilance and control, to the new forms of collective action and citizenship claims from the “non-city”. The region of Carajás enables the destabilization of the urban-rural dichotomy; the tensioning of major categories in the field of urban studies, often mobilized as self-evident terms; the reassertion of the concept (and the process) of extended urbanization; and, finally, the critique of both academic and non-academic perspectives that uncritically magnify or celebrate “the city” as a conceived, perceived or lived entity towards a critique of cityism.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em EconomiaUFMGBrasilFACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICASAmazôniaUrbanizaçãoMinas e mineraçãoCarajas, Serra dos, Região (PA)Urbanização extensivaCarajásAmazôniaMineraçãoExtrativismoLuta pela terraMediaçãoHenri LefebvreCitadismoUrbanização extensiva na Amazônia Oriental: escavando a não-cidade em Carajásinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese Rodrigo Castriota_Repositório UFMG_compressed.pdfTese Rodrigo Castriota_Repositório UFMG_compressed.pdfapplication/pdf11381371https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38598/1/Tese%20Rodrigo%20Castriota_Reposito%cc%81rio%20UFMG_compressed.pdf3a4af9b620be78e624c1d0d28721eec2MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38598/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/385982021-11-05 10:28:52.753oai:repositorio.ufmg.br:1843/38598TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-11-05T13:28:52Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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