Identificação e avaliação de áreas potenciais de uso agrícola do lodo de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário nas bacias dos rios Velhas, Jequitaí e Pacuí

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Lucas de Almeida Chamhum Silva
• Orientador(a): Cesar Rossas Mota Filho
• Banca de defesa: Carlos Augusto de Lemos Chernicharo, Cleverson Vitório Andreoli
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos
• Departamento: ENG - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Lodo de esgoto; Disposição final; Uso agrícola; Geotecnologias
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/31495

O lodo de esgoto sanitário representa o material na fase sólida gerado no processo de tratamento de esgoto sanitário, podendo ser tratado sob a ótica de resíduo ou subproduto desse tratamento. Na condição de subproduto, o lodo apresenta algumas possibilidades de aproveitamento, dentre as quais destaca-se seu uso como adubo orgânico e como material condicionante e estruturante do solo, em razão dos elevados teores de matéria orgânica e nutrientes que possui. Embora amplamente difundida e consolidada, em especial no cenário internacional, no Brasil são pontuais os casos de aplicação dessa técnica. Supõe-se que entre os fatores que contribuem para a baixa disseminação da prática estejam a dificuldade no atendimento aos critérios legais (estabelecidos na Resolução CONAMA 375) e a percepção social acerca do aproveitamento agrícola do lodo. O objetivo da presente pesquisa consistiu na identificação das ETEs inseridas nas bacias hidrográficas dos rios Velhas, Jequitaí, Pacuí e trecho do São Francisco, ambas em Minas Gerais, e avaliação da geração de lodo nessas ETEs e sua disposição final. Ademais, propôs-se mapear áreas aptas à disposição do lodo, classificando-as de acordo com a potencialidade para seu aproveitamento agrícola. Finalmente, avaliou-se a aceitação de produtores rurais, no que se refere à utilização do lodo de ETE em atividades agrossilvipastoris. Para a consecução da pesquisa foram obtidos dados de operação das ETEs, dados georreferenciados relacionados ao relevo, tipo de solo e sua forma de uso e ocupação, os quais foram manipulados em ambiente de sistema de informações geográficas. Realizou-se um grupo focal com produtores rurais de 3 municípios distintos, a fim de verificar a aplicabilidade do uso agrícola do lodo. Foram identificadas 70 ETEs em operação, com equivalente populacional total superior a 4 milhões de habitantes, cuja geração de lodo desaguado foi estimada em 81.000 m³/ano. Desse total, cerca de 77% foi disposto em aterro sanitário. Em relação à aptidão do solo com vistas ao aproveitamento agrícola do lodo, verificou-se que cerca de 4% foi classificada como classe I (maior nível de aptidão); 10% classe II; 20% classe III; 13% classe IV e; 52% classe V (áreas inaptas ao uso do lodo). Os resultados do grupo focal indicaram maior resistência ao uso do lodo em olerícolas, raízes e tubérculos, em razão da possibilidade do contato direto da parte comestível da planta. Silvicultura, recuperação de áreas degradadas e lavouras de longo prazo, nas quais não há contato direto do lodo com a planta, foram apontados como atividades potencialmente receptoras de lodo.