Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lucilene Rezende Anastacio
Orientador(a): Eduardo Garcia Vilela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9MRK4S
Resumo: Introdução: A síndrome metabólica (SM) tem sido amplamente descrita em pacientes nos primeiros anos após o transplante hepático (TxH), mas há poucos estudos sobre essa condição em pacientes submetidos ao TxH em longo prazo. Também, embora haja grande quantidade de dados sobre o papel das adipocinas, marcadores inflamatórios e de resistência à insulina na SM, até o momento, esses dados são desconhecidos em pacientes submetidos ao transplante de fígado. Objetivos: Descrever longitudinalmente a prevalência da SM, respectivos componentes e fatores associados e, em um subgrupo, estudar o comportamento das concentrações séricas de adipocinas, marcadores inflamatórios e de resistência à insulina em pacientes submetidos ao TxH em longo prazo. Métodos: Trata-se de estudo longitudinal no qual 117 pacientes após o TxH foram avaliados em dois tempos distintos (2008 e 2012) quanto à presença de SM (utilizando os critérios do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III revisado NCEP ATP III, International Diabetes Federation - IDF e Harmonizing the Metabolic Syndrome - HMS) e respectivos componentes, a composição corporal e a ingestão alimentar também foram analisadas. Dados demográficos, socioeconômicos e clínicos foram coletados. Em 34 pacientes, foram realizadas transversalmente as dosagens de adiponectina, resistina, fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1), interleucina 6 (IL-6), ácidos graxos livres (AGL) e proteína C reativa (PCR). As dosagens de insulina e glicemia de jejum foram realizadas no intuito de se obter o cálculo do índice HOMA-IR (Homeostatic Model Assessment). Resultados: A SM foi diagnosticada em 43,1% (IDF/HMS) e 34,3% (NCEP) dos pacientes com tempo de seguimento pós-TxH mediano de 3 anos (0 a 13 anos) e, após tempo de seguimento mediano de 7 anos (3 a 17 anos), essa foi de 53,3% (p=0,12) e 44,8% (p=0,03), respectivamente. A prevalência de hiperglicemia elevou-se de 34,2% para 48,6% (p<0,01). O perímetro da cintura médio que foi de 93,314,3cm evoluiu para 99,414,9cm (p<0,01) e o percentual de gordura corporal médio, de 30,38,9% para 31,810,3% (p=0,03). A prevalência de obesidade abdominal pelo critério do IDF/HMS foi de 66,7% para 72,0% (p=0,09). Os fatores associados à SM foram: maior idade (OR: 1,05; IC: 1,02-1,11; p=0,02), história familiar de diabetes (OR: 3,38; IC: 1,19-9,61; p=0,02), maior índice de massa corporal (IMC) anterior à doença hepática (OR: 1,39; IC: 1,19-1,63; p<0,01) e maior percentual de gordura corporal (OR: 1,09; IC: 1,03-1,14). Os componentes da SM (obesidade abdominal, pressão arterial e hiperglicemia) associaram-se à maior idade (p<0,05). A obesidade abdominal esteve associada ao maior Índice de Massa Corporal (IMC) (p<0,01), à maior quantidade de gordura corporal (p=0,01) e à falta de exercícios físicos (p=0,01). O HDL reduzido esteve associado ao maior IMC (p<0,01), à maior ingestão de gorduras (p=0,03) e de carboidratos (p=0,03). A hipertrigliceridemia foi associada ao uso atual de corticoesteróides (p=0,04), história familiar de diabetes mellitus (p=0,04), maior IMC (p<0,01) e maior ingestão de gorduras (p<0,01). Os pacientes com SM apresentaram valores superiores de adiponectina (6,74,5 g/mL versus 3,21,2 g/mL, p<0,01). Maiores concentrações séricas de AGL (0,80,3 mEq/L versus 0,50,3 mEq/L, p<0,05) e altos valores de HOMA-IR (4,93,8 versus 1,60,8) também foram observados entre os pacientes submetidos ao TxH com SM. Maior relação cintura-quadril e HDL reduzido foram preditores independentes das concentrações de adiponectina (p<0,05). Menores quantidades de resistina foram observadas em pacientes com pressão arterial elevada e superiores, naqueles com obesidade abdominal (p<0,05). Os valores de HOMA-IR foram independente preditos por obesidade e SM (p<0,05). Variáveis independentes associadas ao TNF-a, MCP-1, IL-6 e AGL não foram identificadas. Conclusão: No pós-operatório tardio de TxH, foi observada SM em mais da metade dos pacientes. Houve aumento da prevalência de SM ao longo dos anos, bem como aumento do perímetro da cintura e da glicemia. SM e respectivos componentes estiveram associados a fatores potencialmente modificáveis, como maior IMC e gordura corporal, falta de exercícios físicos, utilização de corticosteroides e maior ingestão de carboidratos e gorduras. A SM e respectivos componentes estiveram relacionados com as concentrações de AGL, bem como o HOMA-IR aumentados. Adiponectina, resistina e demais marcadores inflamatórios avaliados (TNF-a, IL-6, MCP-1 e PCR) não retratam a SM nesta amostra de pacientes submetidos ao TxH.
id UFMG_8f1242478ffee56b21cb4fa770b3dfba
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9MRK4S
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Eduardo Garcia VilelaMaria Isabel Toulson Davisson CorreiaLucilene Rezende Anastacio2019-08-14T14:34:15Z2019-08-14T14:34:15Z2014-03-28http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9MRK4SIntrodução: A síndrome metabólica (SM) tem sido amplamente descrita em pacientes nos primeiros anos após o transplante hepático (TxH), mas há poucos estudos sobre essa condição em pacientes submetidos ao TxH em longo prazo. Também, embora haja grande quantidade de dados sobre o papel das adipocinas, marcadores inflamatórios e de resistência à insulina na SM, até o momento, esses dados são desconhecidos em pacientes submetidos ao transplante de fígado. Objetivos: Descrever longitudinalmente a prevalência da SM, respectivos componentes e fatores associados e, em um subgrupo, estudar o comportamento das concentrações séricas de adipocinas, marcadores inflamatórios e de resistência à insulina em pacientes submetidos ao TxH em longo prazo. Métodos: Trata-se de estudo longitudinal no qual 117 pacientes após o TxH foram avaliados em dois tempos distintos (2008 e 2012) quanto à presença de SM (utilizando os critérios do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III revisado NCEP ATP III, International Diabetes Federation - IDF e Harmonizing the Metabolic Syndrome - HMS) e respectivos componentes, a composição corporal e a ingestão alimentar também foram analisadas. Dados demográficos, socioeconômicos e clínicos foram coletados. Em 34 pacientes, foram realizadas transversalmente as dosagens de adiponectina, resistina, fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1), interleucina 6 (IL-6), ácidos graxos livres (AGL) e proteína C reativa (PCR). As dosagens de insulina e glicemia de jejum foram realizadas no intuito de se obter o cálculo do índice HOMA-IR (Homeostatic Model Assessment). Resultados: A SM foi diagnosticada em 43,1% (IDF/HMS) e 34,3% (NCEP) dos pacientes com tempo de seguimento pós-TxH mediano de 3 anos (0 a 13 anos) e, após tempo de seguimento mediano de 7 anos (3 a 17 anos), essa foi de 53,3% (p=0,12) e 44,8% (p=0,03), respectivamente. A prevalência de hiperglicemia elevou-se de 34,2% para 48,6% (p<0,01). O perímetro da cintura médio que foi de 93,314,3cm evoluiu para 99,414,9cm (p<0,01) e o percentual de gordura corporal médio, de 30,38,9% para 31,810,3% (p=0,03). A prevalência de obesidade abdominal pelo critério do IDF/HMS foi de 66,7% para 72,0% (p=0,09). Os fatores associados à SM foram: maior idade (OR: 1,05; IC: 1,02-1,11; p=0,02), história familiar de diabetes (OR: 3,38; IC: 1,19-9,61; p=0,02), maior índice de massa corporal (IMC) anterior à doença hepática (OR: 1,39; IC: 1,19-1,63; p<0,01) e maior percentual de gordura corporal (OR: 1,09; IC: 1,03-1,14). Os componentes da SM (obesidade abdominal, pressão arterial e hiperglicemia) associaram-se à maior idade (p<0,05). A obesidade abdominal esteve associada ao maior Índice de Massa Corporal (IMC) (p<0,01), à maior quantidade de gordura corporal (p=0,01) e à falta de exercícios físicos (p=0,01). O HDL reduzido esteve associado ao maior IMC (p<0,01), à maior ingestão de gorduras (p=0,03) e de carboidratos (p=0,03). A hipertrigliceridemia foi associada ao uso atual de corticoesteróides (p=0,04), história familiar de diabetes mellitus (p=0,04), maior IMC (p<0,01) e maior ingestão de gorduras (p<0,01). Os pacientes com SM apresentaram valores superiores de adiponectina (6,74,5 g/mL versus 3,21,2 g/mL, p<0,01). Maiores concentrações séricas de AGL (0,80,3 mEq/L versus 0,50,3 mEq/L, p<0,05) e altos valores de HOMA-IR (4,93,8 versus 1,60,8) também foram observados entre os pacientes submetidos ao TxH com SM. Maior relação cintura-quadril e HDL reduzido foram preditores independentes das concentrações de adiponectina (p<0,05). Menores quantidades de resistina foram observadas em pacientes com pressão arterial elevada e superiores, naqueles com obesidade abdominal (p<0,05). Os valores de HOMA-IR foram independente preditos por obesidade e SM (p<0,05). Variáveis independentes associadas ao TNF-a, MCP-1, IL-6 e AGL não foram identificadas. Conclusão: No pós-operatório tardio de TxH, foi observada SM em mais da metade dos pacientes. Houve aumento da prevalência de SM ao longo dos anos, bem como aumento do perímetro da cintura e da glicemia. SM e respectivos componentes estiveram associados a fatores potencialmente modificáveis, como maior IMC e gordura corporal, falta de exercícios físicos, utilização de corticosteroides e maior ingestão de carboidratos e gorduras. A SM e respectivos componentes estiveram relacionados com as concentrações de AGL, bem como o HOMA-IR aumentados. Adiponectina, resistina e demais marcadores inflamatórios avaliados (TNF-a, IL-6, MCP-1 e PCR) não retratam a SM nesta amostra de pacientes submetidos ao TxH.Background: Metabolic syndrome (MS) has been widely reported among liver graft recipients on the early years after liver transplantation (LTx), however, there are few studies of this condition in the long-term. Furthermore and despite the amount of data on the role of adipokines under this condition, there is scarce information after LTx. Objetivos: To longitudinally describe the prevalence of MS, its components and associated factors in long-term LTx survivors. In a subgroup of individuals, we have studied the pathophysiological mechanisms by means of serum adipokines, inflammatory and insulin resistance markers. Methods: This was a longitudinal study in which 117 patients were evaluated in two distinct times (2008 e 2012) for the presence of MS (National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III revised NCEP ATP III, International Diabetes Federation - IDF e Harmonizing the Metabolic Syndrome HMS criteria) and its components, as well as body composition parameters and dietary intake. Demographic, socioeconomic and clinical data were also collected. In 34 patients, serum dosages of adiponectin, resistin, Tumor Necrose Factor (TNF-a), monocyte chemoattractant protein-1 (MCP-1), interleukin-6 (IL-6), (MCP-1), free fatty acids (FFA), C-protein reactive (CPR), fasting insulin and blood glucose for HOMA-IR (Homeostatic Model Assessment) calculation were transversally assessed. Potential associated factors with MS and its components were assessed using multivariate logistic regression. Potential associated factors to adipokines, inflammatory and insulin resistance markers were studied using multiple linear regression. Results: MS was diagnosed in 43.1% (IDF/HMS) and 34.3% (NCEP) in patients who underwent LTx with median follow-up of 3 years (range 0-13 years) and these numbers were 53.3% (p=0.12) and 44.8% (p=0.03), respectively, when patients had median of 7 years of follow-up (range 3-17 years) (p=0.12 e p<0.01, respectively). The prevalence of hyperglycemia increased from 34.2% to 48.6% (p<0.01). The waist circumference rose from 93.314.3cm to 99.414.9cm (p<0.01) and body fat percentage from 30.38.9% to 31.810.3% (p=0.03). Abdominal obesity prevalence by the IDF/HMS criteria increased from 66.7% to 72.0% (p=0.09). Associated factors to MS were: older age (OR: 1.05; CI: 1.02-1.11; p=0.02), familiar history of diabetes (OR: 3.38; CI: 1.19-9.61; p=0.02), greater body mass index (BMI) prior to liver disease (OR: 1.39; CI: 1.19- 1.63; p<0.01) and body fat percentage (OR: 1.09; CI: 1.03-1.14). MS components (abdominal obesity, arterial hypertension, hyperglycemia) were associated to older age (p<0.05). Abdominal obesity was associated to greater body fat amount (p=0.01) and lack of exercise (p=0.01). Low HDL was associated to increased BMI (p<0.01), greater fat (p=0.03) and carbohydrate intake (p=0.03). High triglycerides were associated to current corticosteroid use (p=0.04), family history of diabetess (p=0.04), greater BMI (p<0.01) and increased fat intake (p<0.01). Higher adiponectin concentrations (6.74.5 g/mL versus 3.21.2 g/mL. p<0.01) and FFA concentrations (0.80.3 mEq/L versus 0.50.3 mEq/L. p<0.05) and greater HOMA-IR values (4.93.8 versus 1.60.8) were observed in LTx receptors diagnosed with MS. Increased waisthip ratio and low HDL were independent of adiponectin concentrations (p<0.05). Lower resistin concentrations were seen in patients with high blood pressure and greater, in those with abdominal obesity (p<0.05). HOMA-IR values were independently predicted by obesity and MS (p<0.05). Independent variables associated to TNF-a, MCP-1, IL-6 and FFA were not identified. Conclusion: MS was observed in more than half of the liver graft recipients on the long-term. There was an increase in the prevalence of MS over the years, as well as for the waist circumference and blood glucose. MS and its components were associated to potentially modifiable factors, as greater BMI and body fat, lack of exercises, current use of corticosteroids and increased intake of fat and car bohydrates. MS and its components were associated with FFA, as well as with HOMA-IR, increasing both of them. Adiponectin, resistin and other inflammatory markers (TNF, IL-6, MCP-1 and CRP) did not portray the MS in this sample of patients who underwent LTx.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFígado TransplanteComplicações pós-operatóriasMarcadores biológicosSeguimentosMedicinaImunossupressoresDoenças metabólicasTransplante de fígadoAdipocinasTransplante hepáticoDiabetes mellitusAgentes imunossupressoresObesidadeSíndrome metabólicaResistência à insulinaAspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepáticoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_de_doutorado_final_lucilene_rezende_01_de_maio_de_2014_1_.pdfapplication/pdf670897https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9MRK4S/1/tese_de_doutorado_final_lucilene_rezende_01_de_maio_de_2014_1_.pdf6f8cad6ac3ce4732542c53d1f98c01acMD51TEXTtese_de_doutorado_final_lucilene_rezende_01_de_maio_de_2014_1_.pdf.txttese_de_doutorado_final_lucilene_rezende_01_de_maio_de_2014_1_.pdf.txtExtracted texttext/plain162072https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9MRK4S/2/tese_de_doutorado_final_lucilene_rezende_01_de_maio_de_2014_1_.pdf.txtd9b2af20ac5ba48ee3a06182b1d683aaMD521843/BUBD-9MRK4S2019-11-14 03:02:34.016oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9MRK4SRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:02:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
title Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
spellingShingle Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
Lucilene Rezende Anastacio
Adipocinas
Transplante hepático
Diabetes mellitus
Agentes imunossupressores
Obesidade
Síndrome metabólica
Resistência à insulina
Fígado Transplante
Complicações pós-operatórias
Marcadores biológicos
Seguimentos
Medicina
Imunossupressores
Doenças metabólicas
Transplante de fígado
title_short Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
title_full Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
title_fullStr Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
title_full_unstemmed Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
title_sort Aspectos clínicos e comportamento dos marcadores bioquímicos da síndrome metabólica no pós-operatório tardio do transplante hepático
author Lucilene Rezende Anastacio
author_facet Lucilene Rezende Anastacio
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Eduardo Garcia Vilela
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Maria Isabel Toulson Davisson Correia
dc.contributor.author.fl_str_mv Lucilene Rezende Anastacio
contributor_str_mv Eduardo Garcia Vilela
Maria Isabel Toulson Davisson Correia
dc.subject.por.fl_str_mv Adipocinas
Transplante hepático
Diabetes mellitus
Agentes imunossupressores
Obesidade
Síndrome metabólica
Resistência à insulina
topic Adipocinas
Transplante hepático
Diabetes mellitus
Agentes imunossupressores
Obesidade
Síndrome metabólica
Resistência à insulina
Fígado Transplante
Complicações pós-operatórias
Marcadores biológicos
Seguimentos
Medicina
Imunossupressores
Doenças metabólicas
Transplante de fígado
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Fígado Transplante
Complicações pós-operatórias
Marcadores biológicos
Seguimentos
Medicina
Imunossupressores
Doenças metabólicas
Transplante de fígado
description Introdução: A síndrome metabólica (SM) tem sido amplamente descrita em pacientes nos primeiros anos após o transplante hepático (TxH), mas há poucos estudos sobre essa condição em pacientes submetidos ao TxH em longo prazo. Também, embora haja grande quantidade de dados sobre o papel das adipocinas, marcadores inflamatórios e de resistência à insulina na SM, até o momento, esses dados são desconhecidos em pacientes submetidos ao transplante de fígado. Objetivos: Descrever longitudinalmente a prevalência da SM, respectivos componentes e fatores associados e, em um subgrupo, estudar o comportamento das concentrações séricas de adipocinas, marcadores inflamatórios e de resistência à insulina em pacientes submetidos ao TxH em longo prazo. Métodos: Trata-se de estudo longitudinal no qual 117 pacientes após o TxH foram avaliados em dois tempos distintos (2008 e 2012) quanto à presença de SM (utilizando os critérios do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III revisado NCEP ATP III, International Diabetes Federation - IDF e Harmonizing the Metabolic Syndrome - HMS) e respectivos componentes, a composição corporal e a ingestão alimentar também foram analisadas. Dados demográficos, socioeconômicos e clínicos foram coletados. Em 34 pacientes, foram realizadas transversalmente as dosagens de adiponectina, resistina, fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1), interleucina 6 (IL-6), ácidos graxos livres (AGL) e proteína C reativa (PCR). As dosagens de insulina e glicemia de jejum foram realizadas no intuito de se obter o cálculo do índice HOMA-IR (Homeostatic Model Assessment). Resultados: A SM foi diagnosticada em 43,1% (IDF/HMS) e 34,3% (NCEP) dos pacientes com tempo de seguimento pós-TxH mediano de 3 anos (0 a 13 anos) e, após tempo de seguimento mediano de 7 anos (3 a 17 anos), essa foi de 53,3% (p=0,12) e 44,8% (p=0,03), respectivamente. A prevalência de hiperglicemia elevou-se de 34,2% para 48,6% (p<0,01). O perímetro da cintura médio que foi de 93,314,3cm evoluiu para 99,414,9cm (p<0,01) e o percentual de gordura corporal médio, de 30,38,9% para 31,810,3% (p=0,03). A prevalência de obesidade abdominal pelo critério do IDF/HMS foi de 66,7% para 72,0% (p=0,09). Os fatores associados à SM foram: maior idade (OR: 1,05; IC: 1,02-1,11; p=0,02), história familiar de diabetes (OR: 3,38; IC: 1,19-9,61; p=0,02), maior índice de massa corporal (IMC) anterior à doença hepática (OR: 1,39; IC: 1,19-1,63; p<0,01) e maior percentual de gordura corporal (OR: 1,09; IC: 1,03-1,14). Os componentes da SM (obesidade abdominal, pressão arterial e hiperglicemia) associaram-se à maior idade (p<0,05). A obesidade abdominal esteve associada ao maior Índice de Massa Corporal (IMC) (p<0,01), à maior quantidade de gordura corporal (p=0,01) e à falta de exercícios físicos (p=0,01). O HDL reduzido esteve associado ao maior IMC (p<0,01), à maior ingestão de gorduras (p=0,03) e de carboidratos (p=0,03). A hipertrigliceridemia foi associada ao uso atual de corticoesteróides (p=0,04), história familiar de diabetes mellitus (p=0,04), maior IMC (p<0,01) e maior ingestão de gorduras (p<0,01). Os pacientes com SM apresentaram valores superiores de adiponectina (6,74,5 g/mL versus 3,21,2 g/mL, p<0,01). Maiores concentrações séricas de AGL (0,80,3 mEq/L versus 0,50,3 mEq/L, p<0,05) e altos valores de HOMA-IR (4,93,8 versus 1,60,8) também foram observados entre os pacientes submetidos ao TxH com SM. Maior relação cintura-quadril e HDL reduzido foram preditores independentes das concentrações de adiponectina (p<0,05). Menores quantidades de resistina foram observadas em pacientes com pressão arterial elevada e superiores, naqueles com obesidade abdominal (p<0,05). Os valores de HOMA-IR foram independente preditos por obesidade e SM (p<0,05). Variáveis independentes associadas ao TNF-a, MCP-1, IL-6 e AGL não foram identificadas. Conclusão: No pós-operatório tardio de TxH, foi observada SM em mais da metade dos pacientes. Houve aumento da prevalência de SM ao longo dos anos, bem como aumento do perímetro da cintura e da glicemia. SM e respectivos componentes estiveram associados a fatores potencialmente modificáveis, como maior IMC e gordura corporal, falta de exercícios físicos, utilização de corticosteroides e maior ingestão de carboidratos e gorduras. A SM e respectivos componentes estiveram relacionados com as concentrações de AGL, bem como o HOMA-IR aumentados. Adiponectina, resistina e demais marcadores inflamatórios avaliados (TNF-a, IL-6, MCP-1 e PCR) não retratam a SM nesta amostra de pacientes submetidos ao TxH.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-03-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-14T14:34:15Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-14T14:34:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9MRK4S
url http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9MRK4S
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9MRK4S/1/tese_de_doutorado_final_lucilene_rezende_01_de_maio_de_2014_1_.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9MRK4S/2/tese_de_doutorado_final_lucilene_rezende_01_de_maio_de_2014_1_.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 6f8cad6ac3ce4732542c53d1f98c01ac
d9b2af20ac5ba48ee3a06182b1d683aa
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797972970262495232