A percepção de idosos muito idosos, que sentem dor, sobre a necessidade de assistência para realização das atividades de vida diária

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Fausto Henrique Dias
• Orientador(a): Rosana Ferreira Sampaio
• Banca de defesa: Leani Souza Máximo Pereira, Priscila Cristina Correa Ribeiro
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
• Departamento: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Idosos; Dor na velhice; Qualidade de vida
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/49395

A população mundial experimenta um processo gradativo de envelhecimento que está relacionado à melhoria das condições de saúde e qualidade de vida, com consequente aumento da expectativa de vida. No Brasil, também houve a mudança do perfil etário e o grupo que mais cresce é composto por idosos com 80 anos e mais, denominados idosos muito idosos. Com essa mudança no perfil etário, há o aumento das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, que podem apresentar a dor como sintomatologia comum e causar um processo de incapacidade funcional. A dor é uma vivência subjetiva, influenciada pelo contexto social e cultural. O idoso que sente dor pode ter limitações e necessitar de auxílio para realizar suas atividades cotidianas. Os níveis de assistência podem variar de apoio verbal, onde há o encorajamento para realização da atividade, a assistência total, na qual se realiza a atividade para a pessoa. O objetivo deste estudo foi compreender a percepção dos idosos muito idosos, que sentem dor, sobre a necessidade de receber assistência nas atividades de vida diária. Estudo qualitativo, realizado com idosos de 80 anos e mais, recrutados do estudo multicêntrico, internacional Back Complaints in the Elderly (BACE). A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas e o número de participantes foi definido pelo critério de saturação. Utilizou-se análise de conteúdo temático para análise dos dados. Participaram do estudo 32 idosos, 30 mulheres e dois homens com idade variando entre 80 e 91 anos. Após análise criteriosa das entrevistas, emergiram duas categorias: “Necessidade de assistência no dia a dia do idoso com dor” e “Quero ajuda, mas quem pode ajudar?”. Os participantes afirmaram que precisam de assistência total para realizar as atividades instrumentais de vida diária, relacionadas ao cuidado com a casa, e para mobilidade. Apontaram também que a ajuda fornecida é advinda de seus familiares, vizinhos, e que na impossibilidade dos mesmos, uma alternativa foi pagar para receber assistência. O conhecimento destes resultados poderá contribuir para que profissionais de saúde e cuidadores, formais e informais, ampliem a sua compreensão sobre as demandas dos idosos e o complexo processo de assistência, durante o desempenho das atividades cotidianas. E assim possam intervir considerando a subjetividade da dor e o amplo espectro de modalidades de assistência junto ao idoso muito idoso.