Fatores clínicos e sociais relacionados com o tempo de hospitalização de pacientes com tuberculose na enfermaria de tisiopneumologia do Hospital Eduardo De Menezes, em Belo Horizonte, no ano de 2008

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Jader Bernardo Campomizzi
Orientador(a): Dirceu Bartolomeu Greco
Banca de defesa: Gisela Unis, Silvana Spindola de Miranda
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-84KQLE
Resumo: A tuberculose é uma doença infecciosa que atinge milhões de pessoas em todo o mundo, constituindo-se em um grave problema de saúde pública. O tratamento deve ser feito, preferencialmente, em caráter ambulatorial, conforme preconizado pela DOTS (Estratégia doTratamento Diretamente Observado). A hospitalização é recomendada apenas nos casos de meningoencefalite; indicações clínicas ou cirúrgicas em decorrência da tuberculose ou de comorbidades; intolerância medicamentosa incontrolável em ambulatório; estado geral que não permita tratamento em ambulatório; em casos sociais, como ausência de residência fixa ou grupos com maior probabilidade de abandono, especialmente se for um caso de retratamento ou falência. Apesar das restritas indicações para a hospitalização e dos enormesinvestimentos na estruturação de uma rede ambulatorial capaz de receber e acompanhar os pacientes, ocorreram 17.502 internações no ano de 2008, que geraram um gasto do Sistema Único de Saúde R$ 19.545.384,18. O objetivo da pesquisa foi o de conhecer o perfil dospacientes que foram internados na enfermaria de tisiopneumologia do Hospital Eduardo de Menezes no ano de 2008 e os fatores associados a internações prolongadas. Um dos critérios de exclusão era de pacientes HIV positivo ou com aids, pois nesta enfermaria só se internavam os pacientes soro-negativos. Foi definida como internação prolongada aquela de período superior a 25 dias, e os dados clínicos e sociais dos pacientes foram analisados no Epi Info e no pacote SPSS. O total de pacientes foi de 64 e o perfil médio pode ser caracterizado como sendo homem, com idade entre 35 e 54 anos, não branco, com renda inferior a um salário mínimo, escolaridade de até 1º grau, tabagista, usuário de álcool, com desnutrição, hipoalbuminemia e anemia, que receberam o tratamento com o esquema 1 e com tempo médio de internação de 64 dias. A maioria foi encaminhada para a internação hospitalar deunidades de pronto-atendimento ou de hospitais. A baixa escolaridade e a história de abandono de tratamento tiveram relevância estatisticamente significativa como determinantes de internação prolongada (p 0,02 e 0,018, respectivamente) e a internação por intolerância medicamentosa teve relevância estatística para internações por um período igual ou menor que 25 dias (p 0,05). O grande comprometimento clínico e a precária situação social da maioria dos pacientes, assim como o pequeno tamanho amostra, que apresentou relativa homogeneidade, podem ter dificultado o encontro de outros indicadores relevantes para internações prolongadas. A baixa escolaridade geralmente está associada à pior situação social e, consequentemente, apresentação clínica mais grave da doença, o que prolonga as internações. O histórico de abandono leva, no mais das vezes, a internações prolongadas pelo medo de novos abandonos, agravamento da doença e de suas sequelas e, também, do risco dodesenvolvimento de multirresistência. A internação motivada pela intolerância medicamentosa é interrompida tão logo o paciente apresente condições clínicas de continuar o tratamento em regime ambulatorial, o que acontece, na maioria dos casos, num espaço detempo menor que 25 dias. Entre as propostas que fortaleçam as estratégias de tratamento ambulatorial eficaz e que auxiliem nas estratégias para a redução do tempo de internação hospitalar no tratamento da tuberculose está a de implantar a investigação estratégica da tuberculose nos hospitais de urgência e emergência nos grandes centros urbanos e em grupos de maior risco, além de facilitar o acesso dos pacientes às unidades básicas de saúde; incentivo permanente à capacitação dos profissionais de saúde, com ênfase na capacitaçãomédica para identificação de intolerância e abordagem ambulatorial; construção de ações comuns entre os programas do Sistema Único de Saúde e os do Sistema de Assistência Social, com estudos epidemiológicos de cada área de abrangência das unidades de saúde para elaboração de estratégias que possibilitem reverter o quadro social e a baixa escolaridade, indutores da tuberculose. Também, a ampliação do Programa de Saúde da Família voltado para o atendimento às populações de rua; oferecer abrigos, moradias temporárias e laresabrigados que possam ser utilizados no acolhimentos dos pacientes sem moradia, até o término do tratamento, possibilitando a redução do tempo de internação hospitalar. Toda a equipe de saúde deve se envolver num esforço para reduzir os percentuais de abandono. Porfim, estabelecer políticas públicas de melhoria de qualidade da alimentação, acesso a alimentação saudável e acessível, devem fazer parte das políticas de controle da tuberculose.
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Apesar das restritas indicações para a hospitalização e dos enormesinvestimentos na estruturação de uma rede ambulatorial capaz de receber e acompanhar os pacientes, ocorreram 17.502 internações no ano de 2008, que geraram um gasto do Sistema Único de Saúde R$ 19.545.384,18. O objetivo da pesquisa foi o de conhecer o perfil dospacientes que foram internados na enfermaria de tisiopneumologia do Hospital Eduardo de Menezes no ano de 2008 e os fatores associados a internações prolongadas. Um dos critérios de exclusão era de pacientes HIV positivo ou com aids, pois nesta enfermaria só se internavam os pacientes soro-negativos. Foi definida como internação prolongada aquela de período superior a 25 dias, e os dados clínicos e sociais dos pacientes foram analisados no Epi Info e no pacote SPSS. O total de pacientes foi de 64 e o perfil médio pode ser caracterizado como sendo homem, com idade entre 35 e 54 anos, não branco, com renda inferior a um salário mínimo, escolaridade de até 1º grau, tabagista, usuário de álcool, com desnutrição, hipoalbuminemia e anemia, que receberam o tratamento com o esquema 1 e com tempo médio de internação de 64 dias. A maioria foi encaminhada para a internação hospitalar deunidades de pronto-atendimento ou de hospitais. A baixa escolaridade e a história de abandono de tratamento tiveram relevância estatisticamente significativa como determinantes de internação prolongada (p 0,02 e 0,018, respectivamente) e a internação por intolerância medicamentosa teve relevância estatística para internações por um período igual ou menor que 25 dias (p 0,05). O grande comprometimento clínico e a precária situação social da maioria dos pacientes, assim como o pequeno tamanho amostra, que apresentou relativa homogeneidade, podem ter dificultado o encontro de outros indicadores relevantes para internações prolongadas. A baixa escolaridade geralmente está associada à pior situação social e, consequentemente, apresentação clínica mais grave da doença, o que prolonga as internações. O histórico de abandono leva, no mais das vezes, a internações prolongadas pelo medo de novos abandonos, agravamento da doença e de suas sequelas e, também, do risco dodesenvolvimento de multirresistência. A internação motivada pela intolerância medicamentosa é interrompida tão logo o paciente apresente condições clínicas de continuar o tratamento em regime ambulatorial, o que acontece, na maioria dos casos, num espaço detempo menor que 25 dias. Entre as propostas que fortaleçam as estratégias de tratamento ambulatorial eficaz e que auxiliem nas estratégias para a redução do tempo de internação hospitalar no tratamento da tuberculose está a de implantar a investigação estratégica da tuberculose nos hospitais de urgência e emergência nos grandes centros urbanos e em grupos de maior risco, além de facilitar o acesso dos pacientes às unidades básicas de saúde; incentivo permanente à capacitação dos profissionais de saúde, com ênfase na capacitaçãomédica para identificação de intolerância e abordagem ambulatorial; construção de ações comuns entre os programas do Sistema Único de Saúde e os do Sistema de Assistência Social, com estudos epidemiológicos de cada área de abrangência das unidades de saúde para elaboração de estratégias que possibilitem reverter o quadro social e a baixa escolaridade, indutores da tuberculose. Também, a ampliação do Programa de Saúde da Família voltado para o atendimento às populações de rua; oferecer abrigos, moradias temporárias e laresabrigados que possam ser utilizados no acolhimentos dos pacientes sem moradia, até o término do tratamento, possibilitando a redução do tempo de internação hospitalar. Toda a equipe de saúde deve se envolver num esforço para reduzir os percentuais de abandono. Porfim, estabelecer políticas públicas de melhoria de qualidade da alimentação, acesso a alimentação saudável e acessível, devem fazer parte das políticas de controle da tuberculose.Tuberculosis is an infectious disease that affects millions of people around the world, thus becoming a serious public health problem. Treatment should be done, preferably, on an outpatient basis, as recommended by the DOTS strategy (Directly Observed Treatment).Hospitalization is recommended only in cases of meningoencephalitis, clinical indications and surgical due to tuberculosis or comorbidities, drug intolerance uncontrollable ambulatory, general do not allow day-care, in social affairs, as no fixed abode or groups with higherlikelihood of abandonment, especially if a retreatment or bankruptcy. Despite the limited indications for hospitalization and the huge investments in building a network capable of receiving outpatient care and follow up patients, there were 17,502 admissions in 2008, whichgenerated an expense in the Health System R$ 19,545,384.18. The objective of this research was to know the profile of patients who were admitted to the ward tisiopneumologia Hospital Eduardo de Menezes in 2008 and the factors associated with prolonged hospital stay. One ofthe exclusion criteria was HIV positive or with AIDS, because this ward only interned patients HIV negative. Was defined as that of hospital stay longer than 25 days, and the clinical and social data were analyzed using Epi Info and SPSS. The total number of patients was 64 and the average profile can be characterized as being a man, aged between 35 and 54 years, not white, with incomes below the minimum wage, with schooling up to 1 degree, smoker, user spirit, malnutrition, hypoalbuminemia and anemia, who were treated with regimen 1 and the mean hospital stay of 64 days. Most were sent to the hospital units of emergency care orhospitals. The low educational level and history of noncompliance with treatment had a statistically significant relevance as determinants of prolonged hospitalization (p 0.02 and 0.02, respectively) and hospitalization due to drug intolerance was statistically significant forhospitalization for a period equal to or less than 25 days. The greatest clinical impairment and the precarious social situation of most patients, as well as the small size of the sample, which showed relative homogeneity made it difficult to meet other indicators relevant to prolonged hospitalizations. The low educational level is usually associated with poor social situation and therefore clinic, which prolongs the hospital. The history of early leads in most cases, the prolonged hospital stay for fear of further noncompliance, worsening of the disease and its sequels and also the risk of developing multidrug resistance. Admission motivated by intolerance to medication is discontinued once the patient has medical conditions to continue treatment on an outpatient basis, what happens in most cases, within a time less than 25 days.The proposals that strengthen the strategies of outpatient treatment and effective strategies that help to reduce the length of hospital stay to treat tuberculosis is to implement the strategic research of tuberculosis in hospital emergency rooms in major cities and in groups higher risk,and facilitate patients' access to primary health care and encouraging the ongoing training of health professionals, with emphasis on medical training to identify and intolerance outpatient approach, the construction of common stock between the programs of the SUS and Social System, with epidemiological studies of each area covered by the health units to develop strategies that could reverse the social environment and low education inducers of tuberculosis. Also, the expansion of the Health Program of Family-oriented care to street people. Providing shelter, temporary housing and shelters that can be used in the care ofhomeless patients by the end of treatment. All healthcare staff should be involved to reduce the percentage of abandonment. Establish public policies for improving the quality of food, access to healthy food is affordable and should be part of policies to control tuberculosisUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGPerfil de saúdeTempo de internaçãoCentros de saúdeAssistência à saúdeQuartos de pacientesIndicadores básicos de saúdePolíticas públicas de saúdeMedicina tropicalPneumologiaTuberculoseInfectologia e Medicina TropicalCiências da SaúdeFatores clínicos e sociais relacionados com o tempo de hospitalização de pacientes com tuberculose na enfermaria de tisiopneumologia do Hospital Eduardo De Menezes, em Belo Horizonte, no ano de 2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALjader_bernardo_campomizzi.pdfapplication/pdf415892https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-84KQLE/1/jader_bernardo_campomizzi.pdf66e2ee9d8c282f0012f80f6d3b72d665MD51TEXTjader_bernardo_campomizzi.pdf.txtjader_bernardo_campomizzi.pdf.txtExtracted texttext/plain182375https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-84KQLE/2/jader_bernardo_campomizzi.pdf.txt84b7443af6c85d0f3c1c52ceef99602aMD521843/ECJS-84KQLE2019-11-14 07:40:14.949oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-84KQLERepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:40:14Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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