Análise químico ambiental da bacia do Rio Santo Antônio - MG por meio da avaliação de amostras de água e sedimentos.

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Marcos Geraldo Barbosa Pimenta
• Orientador(a): Adolf Heinrich Horn
• Banca de defesa: Paulo Henrique Ferreira Galvão, Deyse Almeida dos Reis
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia
• Departamento: IGC - DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Rio Santo Antônio; Água; Solo; Sedimentos; Rochas; Contaminação
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/43463

A bacia do rio Santo Antônio, situada na porção leste do estado de Minas Gerais, é a maior e mais preservada dentre os afluentes da Bacia Hidrográfica do rio Doce. No entanto, a bacia tem sido cada vez mais impactada pela ação antrópica, devido ao aumento populacional e às crescentes atividades de mineração. Este mestrado buscou entender qual é a influência das ações geogênica e antropogênica para a composição química da água da bacia do rio Santo Antônio. Para isso, realizou-se uma campanha de amostragem em setembro de 2019 (período de estiagem) e coletou-se amostras de água e sedimentos em 16 pontos previamente selecionados com o intuito de se levantar parâmetros para esta análise ambiental. Em campo, foram realizadas análises físicas e químicas da água, e em laboratório, realizou-se análises químicas da água e dos sedimentos por ICP-OES, sendo que os resultados foram submetidos a tratamentos estatísticos. Ademais, o estudo dos sedimentos ainda envolveu análises granulométricas e mineralógicas. Sobre os parâmetros físicos e químicos da água, observou-se que o parâmetro “oxigênio dissolvido na água” estava fora dos padrões determinados para a classe 2 da norma CONAMA 357/2005 na cabeceira do rio Santo Antônio, em Conceição do Mato Dentro. Sobre os parâmetros químicos obtidos da água em laboratório, verificou-se que há alta concentração de Fe em pontos específicos do alto e médio Santo Antônio, situados próximos a áreas de mineração, bem como há alta concentração dos elementos Fe e Mn na confluência do rio Santo Antônio com o rio Doce, em virtude da influência do rio principal sobre o seu afluente. As análises granulométricas sugerem que os sedimentos mais grosseiros, predominantes na bacia, sejam um empecilho para a adsorção dos metais potencialmente tóxicos e estes atuem como um importante fator de degradação da matéria orgânica. A análise mineralógica revelou que o substrato geológico da bacia reflete a mineralogia do arcabouço geológico regional. A composição química dos sedimentos indica que há contaminação de As (confluência do rio Santo Antônio), Cd (córrego Jirau, médio rio Santo Antônio e rio Guanhães) e Cr (rio Guanhães e confluência do rio Santo Antônio) na bacia, a partir da comparação com os dados da regulamentação CONAMA 454/2012. O tratamento estatístico permitiu correlacionar os dados químicos da água e dos sedimentos com a litologia local. Dessa forma, verificou-se a correlação positiva entre os seguintes grupos de elementos: Ca-Mg-K-Na, Fe- Mn-Co, Cr-Ni, Cu-Zn e Pb-Ti. O índice de geoacumulação mostrou que vários pontos das drenagens da bacia apresentam boas condições para abrigar vida e abastecer a população com água de boa qualidade.