Prevalência estimada e fatores associados à hipertensão arterial em indígenas Krenak do estado de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cristiane Alvarenga Chagas
Orientador(a): Adriano Marcal Pimenta
Banca de defesa: Larissa Loures Mendes, Sergio Veloso Brant Pinheiro, Mateus Gomes Pedrosa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B2XFUS
Resumo: Introdução: Um complexo quadro de adoecimento tem sido observado nas últimas décadas entre os povos indígenas brasileiros. As doenças crônicas não transmissíveis, responsáveis pela maior carga de doença no mundo, têm afetado também estes povos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) antes não observada entre os indígenas, hoje já se faz prevalente, sendo considerado um problema de saúde nos povos indígenas brasileiros. Objetivo: Analisar os fatores associados à hipertensão arterial em indígenas das aldeias Krenak do Estado de Minas Gerais. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento transversal realizado com indígenas com idade > 18 anos de ambos os sexos da terra indígena Krenak, Minas Gerais. Os dados relativos às variáveis sociodemográficas, estilo de vida e hábitos alimentares foram coletados por meio de questionário estruturado. Foram aferidos peso e estatura para posterior cálculo do índice de massa corporal, perímetro da cintura, glicemia capilar e pressão arterial (PA). Os participantes que apresentaram PA sistólica > 140 mmHg e/ou PAS > 90 mmHg e/ou sob utilização de medicamentos anti-hipertensivos, foram considerados com HAS. A análise dos dados foi efetuada no programa Stata, versão 14. Uma análise bivariada foi realizada entre as variáveis independentes e a variável dependente, estas foram estimadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson. A força de associação foi medida através da razão de prevalência por meio da regressão de Poisson. Foi construído um modelo estatístico multivariado com a técnica de regressão de Poisson e modelo teórico adaptado. Todas as variáveis que apresentaram p < 0,20 na análise bivariada foram inseridas na elaboração do modelo multivariado final. Resultados: Participaram do estudo 183 indígenas. A maioria dos participantes era do sexo feminino (52,8%). A prevalência de HAS foi 31,1% (IC95% 24,37 37,92). Após ajuste das variáveis os fatores associados a HAS entre os indígenas foram: aqueles nas faixas etárias mais avançadas, 30-39 anos (RP=3,99 IC95% 1,49-10,69)/ 40-49 anos (RP=5,11 IC95% 1,85-14,08)/ 50-59 anos (RP=6,23 IC95% 2,05-18,90)/ 60 anos ou mais (RP=7,45 IC95% 2,64-20,97) e obesidade abdominal com risco muito elevado para doenças cardiovasculares (RP=2,83 IC95% 2,54-9,40). Conclusão: A prevalência de HAS nos indígenas Krenak foi alta, isso aponta a necessidade de se pensar em intervenções para prevenção e controle da HAS, visto que essa pode trazer consequências irreversíveis. Tais ações devem ser sustentáveis e adequadas aos recursos disponíveis no território devido a uma enorme sociodiversidade existente entre os indígenas.
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Os dados relativos às variáveis sociodemográficas, estilo de vida e hábitos alimentares foram coletados por meio de questionário estruturado. Foram aferidos peso e estatura para posterior cálculo do índice de massa corporal, perímetro da cintura, glicemia capilar e pressão arterial (PA). Os participantes que apresentaram PA sistólica > 140 mmHg e/ou PAS > 90 mmHg e/ou sob utilização de medicamentos anti-hipertensivos, foram considerados com HAS. A análise dos dados foi efetuada no programa Stata, versão 14. Uma análise bivariada foi realizada entre as variáveis independentes e a variável dependente, estas foram estimadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson. A força de associação foi medida através da razão de prevalência por meio da regressão de Poisson. Foi construído um modelo estatístico multivariado com a técnica de regressão de Poisson e modelo teórico adaptado. Todas as variáveis que apresentaram p < 0,20 na análise bivariada foram inseridas na elaboração do modelo multivariado final. Resultados: Participaram do estudo 183 indígenas. A maioria dos participantes era do sexo feminino (52,8%). A prevalência de HAS foi 31,1% (IC95% 24,37 37,92). Após ajuste das variáveis os fatores associados a HAS entre os indígenas foram: aqueles nas faixas etárias mais avançadas, 30-39 anos (RP=3,99 IC95% 1,49-10,69)/ 40-49 anos (RP=5,11 IC95% 1,85-14,08)/ 50-59 anos (RP=6,23 IC95% 2,05-18,90)/ 60 anos ou mais (RP=7,45 IC95% 2,64-20,97) e obesidade abdominal com risco muito elevado para doenças cardiovasculares (RP=2,83 IC95% 2,54-9,40). Conclusão: A prevalência de HAS nos indígenas Krenak foi alta, isso aponta a necessidade de se pensar em intervenções para prevenção e controle da HAS, visto que essa pode trazer consequências irreversíveis. Tais ações devem ser sustentáveis e adequadas aos recursos disponíveis no território devido a uma enorme sociodiversidade existente entre os indígenas.Introduction: A complex scenario of illness has been observed in recent decades among Brazilian indigenous peoples. The chronic non- communicable diseases, responsible for the greatest burden of disease in the world, have also affected these people. This may be associated with changes in the way of living and interaction with other societies. The arterial hypertension previously not observed among the Indians, is now prevalent, being considered a health problem in Brazilian indigenous peoples. Objective: To analyze the factors associated with arterial hypertension in indigenous people of the Krenak villages in the State of Minas Gerais. Materials and Methods: It is a cross-sectional study carried out with natives aged> 18 years of both sexes of the Krenak indigenous land, Minas Gerais. Data on sociodemographic variables, lifestyle and eating habits were collected using a structured questionnaire. Weight and height were measured for subsequent calculation of body mass index, waist circumference, capillary glycaemia and blood pressure (BP). Participants who presented systolic BP> 140 mmHg and / or SBP> 90 mmHg and / or under the use of antihypertensive drugs, were considered with SAH. Data analysis was performed in the Stata program, version 14. A bivariate analysis was performed between the independent variables and the dependent variables, these were estimated using the Pearson chi-square test. The strength of the association was measured by the prevalence ratio using Poisson regression. A multivariate statistical model was constructed with the Poisson regression technique and adapted theoretical model. All the variables that presented P < 0.20 in the bivariate analysis were inserted in the elaboration of the final multivariate model. Results: 183 indigenous people participated in the study. The majority of participants were female (52.8%). The prevalence of hypertension was 31.1% (CI95% 24.37 37.92). After adjusting the variables, the factors associated with hypertension among the natives were: Those in the most advanced aged groups, 30-39 years (RP= 3.99 CI 95% 1.49-10.69) / 40-49 years (RP= 5.95% CI: 1.8514.08) / 50-59 years (RP = 6.23 CI 95%2.05-18,90) / 60 years or more (RP = 7.45 CI 95% 20.97) and abdominal obesity with a very high risk for cardiovascular diseases (RP = 2.83, 95%CI 2.54-9.40). Conclusion: The prevalence of hypertension between indigenous Krenak was high, which indicates the need to think about interventions for the prevention and control of arterial hypertension, since this may have irreversible consequences. Such actions must be sustainable and adequate to the resources available in the territory due to a huge sociodiversity among indigenous people.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEstilo de VidaComportamento AlimentarEnfermagemHipertensão/epidemiologiaPopulação IndígenaFatores de RiscoHipertensão ArterialPovos Indígenas do BrasilTaxa de PrevalênciaFatores de RiscoPrevalência estimada e fatores associados à hipertensão arterial em indígenas Krenak do estado de Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_cristiane_alvarenga_chagas_2018.pdfapplication/pdf1162103https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B2XFUS/1/disserta__o_cristiane_alvarenga_chagas_2018.pdfcb0ae7794745ccae9aa1669121527f25MD51TEXTdisserta__o_cristiane_alvarenga_chagas_2018.pdf.txtdisserta__o_cristiane_alvarenga_chagas_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain161786https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B2XFUS/2/disserta__o_cristiane_alvarenga_chagas_2018.pdf.txte136f31255f3018409058faad84d1367MD521843/BUOS-B2XFUS2019-11-14 17:09:59.642oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B2XFUSRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:09:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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