A retextualização de crônicas para memes como estratégia de leitura de textos literários

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Jéssica Estevão Ribeiro
• Orientador(a): Evaldo Balbino da Silva
• Banca de defesa: Ilca Vieira de Oliveira, Leni Nobre de Oliveira, Cristiano Silva de Barros
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
• Departamento: FALE - FACULDADE DE LETRAS
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: retextualização; crônica; inferência; meme; leitura
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/36505

Com os adventos digitais, faz-se cada vez mais urgente a procura por práticas pedagógicas que busquem atrelar o ensino da língua portuguesa a práticas de letramento digital na perspectiva de despertar o interesse dos alunos pelas aulas de língua portuguesa e ampliar suas habilidades referentes à leitura. Este trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de um projeto de ensino desenvolvido através de atividades de retextualização, tendo como foco dois gêneros – a crônica literária e o meme –, com os alunos do 9º ano do ensino fundamental II, na perspectiva de aproximá-los de práticas de letramento literário e ampliar seus conhecimentos relativos à inferência de informações, de forma a contribuir para sua formação de leitor crítico e reflexivo. A pesquisa tem caráter qualitativo, intervencionista e foi aplicada a alunos do ensino fundamental II de uma escola pública da Zona da Mata Mineira e justifica-se por propor reflexões sobre práticas pedagógicas contemporâneas que visem à formação do leitor literário, como também a desenvolver uma habilidade de leitura essencial para a compreensão de todos os gêneros – a inferência. Além disso, busca associar o processo de ensino e aprendizagem a um gênero muito utilizado pelos alunos, o meme, que é aqui associado ao gênero crônica, visto que ambos, de modo ágil, exercem o papel de desenvolver no leitor uma visão de mundo crítica e reflexiva. As informações para a pesquisa foram obtidas através de anotações no diário da professora-pesquisadora, gravações em áudio, além das análises dos questionários e memes produzidos. Para a realização dos estudos, consideraram-se as competências sugeridas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o referencial teórico baseado, principalmente, nas seguintes obras: Retextualização de gêneros escritos (2007), de Regina L. Dell’Isola; Estética da criação verbal (1997), de Mikail Bakhtin; O gene egoísta (2007), de Richard Dawkins; “O direito à literatura”, presente em Vários escritos (2004), de Antonio Candido; Letramento literário: teoria e prática (2016), de Rildo Cosson; Gêneros orais e escritos na escola (2004), de Joaquim Dolz e outros autores. Além disso, recorremos também a trabalhos de Luiz Marcuschi e Jorge Sá, como Da fala para a escrita: atividades de retextualização (2001) e A crônica (2008), respectivamente. Os resultados da pesquisa apontaram que os processos de retextualização, atrelados aos gêneros propostos, contribuíram para ampliar as habilidades de leitura inferencial relacionadas à ironia, ao humor e ao senso crítico, bem como possibilitaram relacionar o processo de letramento literário a uma prática agradável, contemporânea e capaz de estimular a leitura eficaz dos gêneros textuais trabalhados.