Pobre pai : a construção da identidade em homens pais pobres urbanos

• Ano de defesa: 2000
• Autor(a) principal: Rubens Ferreira do Nascimento
• Orientador(a): Sandra Maria da Mata Azerêdo
• Banca de defesa: Cornelis Johannes van Stralen, Maria Lúcia Miranda Afonso, William César Castilho Pereira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
• Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Paternidade; Masculinidade; Pobreza; Identidade psicossocial
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/55664

Esta dissertação elucida um conceito psicossocial de identidade articulando contribuições básicas da psicanálise com teorias da ideologia. Partindo da tese fundamental de que a identidade é psicossocial e socioculturalmente construída, procura-se afirmar que relações de poder, em termos de classe, gênero e raça, são fatores significativos na construção da masculinidade e da paternidade nas classes trabalhadoras urbanas. A pesquisa qualitativa é desenvolvida por meio do método do estudo de caso. Tem como unidade: cinco homens heterossexuais adultos, pobres e que são pais na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para a coleta de dados, recorreu-se à entrevistas individuais e semiabertas. A tese defendida é de que alguns homens pobres buscam identificar-se com os traços de masculinidade valorizados socialmente; o trabalho é um deles, a família é outro. Num contexto patriarcal em declínio, esses homens pobres, mesmo distanciados dos modelos ideológicos de masculinidade, ainda encontram no lugar de pai uma referência de poder, nos pontos em que se identificam como trabalhadores e provedores. No lugar de pai, o homem pobre, que está distanciado do modelo normativo ou ideológico de homem universal, encontra uma referência de poder. Conclui-se que os homens pais não provedores ou provedores insuficientes se experimentam diminuídos em sua condição masculina e recorrem a recursos paliativos para sua insatisfação narcísica. Violência conjugal e doméstica, alcoolismo, infidelidade, distanciamento e abandono das famílias são vistos, em parte, como reações dos homens pais às perdas de lugar social e à incapacidade ou impossibilidade da conquista de posições socialmente valorizadas.