O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/42244 http://orcid.org/0000-0003-1290-5686 |
Resumo: | O argumento desta tese é o de que a invenção e os desdobramentos de práticas de rendar a renda renascença constituíram um acontecimento produtor de modos de organizar, de subjetividades e de maquinários sociais no semiárido nordestino. As práticas de rendar a renda renascença no semiárido nordestino se iniciaram em Poção/PE, pequena cidade do Agreste pernambucano, divisa com a Paraíba, e se disseminaram por outras cidades vizinhas, tanto no Agreste do mesmo estado, como no Cariri do estado vizinho. Com relação à noção de acontecimento, considero um estado de inversões nos jogos de força que fazem emergir a existência, como eventos criadores, irrupções que modificam as condições estabelecidas, invertendo-as, pondo-as em novas relações, em contato com novas forças e novas expressões. Pensar a história e o território como acontecimento é pensá-los como sucessões de um jogo de forças que entram em constante relação e conflito para emergir na realidade de algum modo. Nesta perspectiva, traçar as linhas do acontecimento da renda renascença não é estudar apenas o produto que era e é rendado, ou mesmo a história das pessoas que o produzem, mas a história e territorialização de uma constituição de um campo de existência próprio, de um modo de viver, organizar, produzir e ser, que foi inventado, criado, tornado possível em torno da renda renascença. Para tal, nos baseamos no pensamento de Foucault (2010; 2017a) para traçar um estudo genealógico, isto é, uma análise histórica que se afasta dos universais e toma o cuidado de ouvir a própria história e seguir os traços de suas proveniências, sempre múltiplos e dispersos, se debruçando sobre os movimentos e as relações dos acontecimentos singulares que tornaram o nascimento de algo que não existia possível. De modo adicional, consideramos o pensamento de Deleuze e Guattari (2011; 2012a, 2012b) para delinear os aspectos territoriais deste estudo, compondo, também, uma pesquisa cartográfica que interroga como o território da renda renascença se povoa, como o jogo das forças, as multiplicidades ainda não organizadas, não ligadas, não estratificadas se fizeram, assumiram forma e compuseram terra sólida. Como resultados, traçamos as linhas de territorialização e constituição do próprio território de Poção- PE e os movimentos e proveniências da invenção das primeiras práticas de rendar a renda renascença a partir desse território. Delineamos a constituição do corpo-rendeira e de suas práticas, que estão imbricadas no próprio modo de vida deste lugar. Marcamos as dobras de um comércio da renda, que se inicia como pequeno comércio local, se dobra em comércio de viajantes, comércio com modelos em oficina e, por fim, entram num devir fabril. Traçamos, também, as linhas de abertura de um comércio e meio de vida local para as renderias, que assumiram forma numa cooperativa, na organização de uma feira da renda renascença e no uso da própria cidade como dispositivo para um comércio local. Por fim, destacamos como o devir fabril desse campo de existência alterou as condições locais de se viver da renda, o que tem implicado na precariedade e na impossibilidade de que as rendeiras locais vivam a partir dos seus ganhos com sua atividade. Ao destacar a constituição histórica e territorial das condições de não vivência a partir da renda, consideramos o seu caráter contingencial e arbitrário, isto é, enfatizamos a possibilidade e a necessidade de mudanças e transformações nesse campo de existência e nos seus modos de vida para que o viver da renda seja posto em nova abertura de possibilidades para as mulheres que formam o corpo coletivo dessa prática. |
id |
UFMG_bc59202df94db7b93918235d52f0cbe0 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/42244 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Alexandre de Pádua Carrierihttp://lattes.cnpq.br/0555523196295968Débora Coutinho Paschoal DouradoEduardo Paes Barreto DavelMarco Antônio Sousa AlvesMarina Dantas de Figueiredohttp://lattes.cnpq.br/7269717331487379Marllon Emanoel Souza Medeiros de Vasconcelos2022-06-03T19:28:38Z2022-06-03T19:28:38Z2021-11-30http://hdl.handle.net/1843/42244http://orcid.org/0000-0003-1290-5686O argumento desta tese é o de que a invenção e os desdobramentos de práticas de rendar a renda renascença constituíram um acontecimento produtor de modos de organizar, de subjetividades e de maquinários sociais no semiárido nordestino. As práticas de rendar a renda renascença no semiárido nordestino se iniciaram em Poção/PE, pequena cidade do Agreste pernambucano, divisa com a Paraíba, e se disseminaram por outras cidades vizinhas, tanto no Agreste do mesmo estado, como no Cariri do estado vizinho. Com relação à noção de acontecimento, considero um estado de inversões nos jogos de força que fazem emergir a existência, como eventos criadores, irrupções que modificam as condições estabelecidas, invertendo-as, pondo-as em novas relações, em contato com novas forças e novas expressões. Pensar a história e o território como acontecimento é pensá-los como sucessões de um jogo de forças que entram em constante relação e conflito para emergir na realidade de algum modo. Nesta perspectiva, traçar as linhas do acontecimento da renda renascença não é estudar apenas o produto que era e é rendado, ou mesmo a história das pessoas que o produzem, mas a história e territorialização de uma constituição de um campo de existência próprio, de um modo de viver, organizar, produzir e ser, que foi inventado, criado, tornado possível em torno da renda renascença. Para tal, nos baseamos no pensamento de Foucault (2010; 2017a) para traçar um estudo genealógico, isto é, uma análise histórica que se afasta dos universais e toma o cuidado de ouvir a própria história e seguir os traços de suas proveniências, sempre múltiplos e dispersos, se debruçando sobre os movimentos e as relações dos acontecimentos singulares que tornaram o nascimento de algo que não existia possível. De modo adicional, consideramos o pensamento de Deleuze e Guattari (2011; 2012a, 2012b) para delinear os aspectos territoriais deste estudo, compondo, também, uma pesquisa cartográfica que interroga como o território da renda renascença se povoa, como o jogo das forças, as multiplicidades ainda não organizadas, não ligadas, não estratificadas se fizeram, assumiram forma e compuseram terra sólida. Como resultados, traçamos as linhas de territorialização e constituição do próprio território de Poção- PE e os movimentos e proveniências da invenção das primeiras práticas de rendar a renda renascença a partir desse território. Delineamos a constituição do corpo-rendeira e de suas práticas, que estão imbricadas no próprio modo de vida deste lugar. Marcamos as dobras de um comércio da renda, que se inicia como pequeno comércio local, se dobra em comércio de viajantes, comércio com modelos em oficina e, por fim, entram num devir fabril. Traçamos, também, as linhas de abertura de um comércio e meio de vida local para as renderias, que assumiram forma numa cooperativa, na organização de uma feira da renda renascença e no uso da própria cidade como dispositivo para um comércio local. Por fim, destacamos como o devir fabril desse campo de existência alterou as condições locais de se viver da renda, o que tem implicado na precariedade e na impossibilidade de que as rendeiras locais vivam a partir dos seus ganhos com sua atividade. Ao destacar a constituição histórica e territorial das condições de não vivência a partir da renda, consideramos o seu caráter contingencial e arbitrário, isto é, enfatizamos a possibilidade e a necessidade de mudanças e transformações nesse campo de existência e nos seus modos de vida para que o viver da renda seja posto em nova abertura de possibilidades para as mulheres que formam o corpo coletivo dessa prática.The argument of this thesis is that the invention and unfolding of practices to lace renaissance lace constituted an event that produced ways of organizing, subjectivities and social machinery in the northeaster semi-arid region of Brazil. The practices of renaissance lace in the Brazilian semi-arid North-eastern began in Poção/PE, a small town in the Agreste region of Pernambuco, on the border with the Paraíba, and spread to other neighbouring cities, both in the Agreste of the same state and in Cariri in the neighbouring state. Regarding the notion of event, I consider it as a state of inversions in the power games that make existence emerge, and as creative events, irruptions that modify the established conditions, inverting them, putting them in new relationships, in contact with new strengths and new expressions. To think of history and territory as an event is to think of them as successions of a game of forces that enter into constant relationship and conflict to emerge in the reality of something new. In this perspective, tracing the lines of the renaissance income lace event is not just studying the product, or even the history of the people who produce it, but the history and territorialization of a constitution of a field of existence of its own, of a way of living, organizing, producing and being, which was invented, created, made possible around renaissance lace. To this end, we use the thought of Foucault (2010; 2017a) to outline a genealogical study, that is, a historical analysis that distances itself from universals and takes care to listen to its own history and follow the traces of its origins, always multiple and dispersed, focusing on the movements and relationships of singular events that made the birth of something that did not exist before possible. Additionally, we consider the thought of Deleuze and Guattari (2011; 2012a, 2012b) to outline the territorial aspects of this study, also composing cartographic research that questions how the territory of renaissance lace is populated, that is, how the game of forces, the multiplicities not yet organized, unconnected, not stratified were made, took shape and composed solid earth. As a result, we traced the lines of territorialization and constitution of the territory of Poção-PE and the movements and provenances of the invention of the first practices to lace renaissance on and from this territory. We outline the constitution of the lacemaker-body and its practices, which are imbricated in the way of life in this place. We mark the folds of a trade of lace, which begins as a small local trade, folds into a trade for travellers, trade with models in a workshop and, finally, enters into a factory becoming. We also traced the lines of opening with a local commerce and livelihood for the lacemakers, which took the form of a cooperative, in the organization of a renaissance lace fair and in the use of the city itself as a device for local commerce. Finally, we highlight how the factory development on this field of existence changed the local conditions of living of the lace, which has implied the precariousness and impossibility of local lacemakers living from their earnings from their activity. By highlighting the historical and territorial constitution of non-living conditions based on income, we consider their contingent and arbitrary character, that is, we emphasize the possibility and need for changes and transformations in this field of existence and in their ways of life so that living from renaissance lace is placed in a new opening of possibilities for the women who form the collective body of this practice.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFMGBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessDesenvolvimento regionalBrasil, NordesteCorte e costuraTrabalhadoras têxteisrenda renascençaacontecimentogenealogiacartografiarelações de poder/sabersubjetividademaquináriosO acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestinoThe event of renaissance lace: forces, subjectivities and machinery in the northeaster semi-arid region of Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese - Marllon Vasconcelos.pdfTese - Marllon Vasconcelos.pdfapplication/pdf15512422https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42244/1/Tese%20-%20Marllon%20Vasconcelos.pdf8db6d5b8c6bc547739c73dd78aaf8aeeMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42244/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42244/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/422442022-06-03 16:28:39.057oai:repositorio.ufmg.br:1843/42244TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-06-03T19:28:39Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
The event of renaissance lace: forces, subjectivities and machinery in the northeaster semi-arid region of Brazil |
title |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino |
spellingShingle |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino Marllon Emanoel Souza Medeiros de Vasconcelos renda renascença acontecimento genealogia cartografia relações de poder/saber subjetividade maquinários Desenvolvimento regional Brasil, Nordeste Corte e costura Trabalhadoras têxteis |
title_short |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino |
title_full |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino |
title_fullStr |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino |
title_full_unstemmed |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino |
title_sort |
O acontecimento da renda renascença: forças, subjetividades e maquinários no semiárido nordestino |
author |
Marllon Emanoel Souza Medeiros de Vasconcelos |
author_facet |
Marllon Emanoel Souza Medeiros de Vasconcelos |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Alexandre de Pádua Carrieri |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0555523196295968 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Débora Coutinho Paschoal Dourado |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Eduardo Paes Barreto Davel |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Marco Antônio Sousa Alves |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Marina Dantas de Figueiredo |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/7269717331487379 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Marllon Emanoel Souza Medeiros de Vasconcelos |
contributor_str_mv |
Alexandre de Pádua Carrieri Débora Coutinho Paschoal Dourado Eduardo Paes Barreto Davel Marco Antônio Sousa Alves Marina Dantas de Figueiredo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
renda renascença acontecimento genealogia cartografia relações de poder/saber subjetividade maquinários |
topic |
renda renascença acontecimento genealogia cartografia relações de poder/saber subjetividade maquinários Desenvolvimento regional Brasil, Nordeste Corte e costura Trabalhadoras têxteis |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Desenvolvimento regional Brasil, Nordeste Corte e costura Trabalhadoras têxteis |
description |
O argumento desta tese é o de que a invenção e os desdobramentos de práticas de rendar a renda renascença constituíram um acontecimento produtor de modos de organizar, de subjetividades e de maquinários sociais no semiárido nordestino. As práticas de rendar a renda renascença no semiárido nordestino se iniciaram em Poção/PE, pequena cidade do Agreste pernambucano, divisa com a Paraíba, e se disseminaram por outras cidades vizinhas, tanto no Agreste do mesmo estado, como no Cariri do estado vizinho. Com relação à noção de acontecimento, considero um estado de inversões nos jogos de força que fazem emergir a existência, como eventos criadores, irrupções que modificam as condições estabelecidas, invertendo-as, pondo-as em novas relações, em contato com novas forças e novas expressões. Pensar a história e o território como acontecimento é pensá-los como sucessões de um jogo de forças que entram em constante relação e conflito para emergir na realidade de algum modo. Nesta perspectiva, traçar as linhas do acontecimento da renda renascença não é estudar apenas o produto que era e é rendado, ou mesmo a história das pessoas que o produzem, mas a história e territorialização de uma constituição de um campo de existência próprio, de um modo de viver, organizar, produzir e ser, que foi inventado, criado, tornado possível em torno da renda renascença. Para tal, nos baseamos no pensamento de Foucault (2010; 2017a) para traçar um estudo genealógico, isto é, uma análise histórica que se afasta dos universais e toma o cuidado de ouvir a própria história e seguir os traços de suas proveniências, sempre múltiplos e dispersos, se debruçando sobre os movimentos e as relações dos acontecimentos singulares que tornaram o nascimento de algo que não existia possível. De modo adicional, consideramos o pensamento de Deleuze e Guattari (2011; 2012a, 2012b) para delinear os aspectos territoriais deste estudo, compondo, também, uma pesquisa cartográfica que interroga como o território da renda renascença se povoa, como o jogo das forças, as multiplicidades ainda não organizadas, não ligadas, não estratificadas se fizeram, assumiram forma e compuseram terra sólida. Como resultados, traçamos as linhas de territorialização e constituição do próprio território de Poção- PE e os movimentos e proveniências da invenção das primeiras práticas de rendar a renda renascença a partir desse território. Delineamos a constituição do corpo-rendeira e de suas práticas, que estão imbricadas no próprio modo de vida deste lugar. Marcamos as dobras de um comércio da renda, que se inicia como pequeno comércio local, se dobra em comércio de viajantes, comércio com modelos em oficina e, por fim, entram num devir fabril. Traçamos, também, as linhas de abertura de um comércio e meio de vida local para as renderias, que assumiram forma numa cooperativa, na organização de uma feira da renda renascença e no uso da própria cidade como dispositivo para um comércio local. Por fim, destacamos como o devir fabril desse campo de existência alterou as condições locais de se viver da renda, o que tem implicado na precariedade e na impossibilidade de que as rendeiras locais vivam a partir dos seus ganhos com sua atividade. Ao destacar a constituição histórica e territorial das condições de não vivência a partir da renda, consideramos o seu caráter contingencial e arbitrário, isto é, enfatizamos a possibilidade e a necessidade de mudanças e transformações nesse campo de existência e nos seus modos de vida para que o viver da renda seja posto em nova abertura de possibilidades para as mulheres que formam o corpo coletivo dessa prática. |
publishDate |
2021 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2021-11-30 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-06-03T19:28:38Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2022-06-03T19:28:38Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/42244 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
http://orcid.org/0000-0003-1290-5686 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/42244 http://orcid.org/0000-0003-1290-5686 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Administração |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42244/1/Tese%20-%20Marllon%20Vasconcelos.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42244/2/license_rdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42244/3/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8db6d5b8c6bc547739c73dd78aaf8aee cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1793890949971050496 |