Remoções em estágio probatório e socialização organizacional: um estudo com os assistentes em administração de uma universidade federal

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Ana Paula Dias Macedo
• Orientador(a): Livia de Oliveira Borges
• Banca de defesa: Virginia Donizete de Carvalho, Ariane Agnes Corradi
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Remoção; Estágio Probatório; Universidade e Socialização Organizacional
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B6ZFYD

Ao ingressar em uma universidade pública, os servidores recém-admitidos iniciam o estágio probatório. Esse período abrange três anos e requer aprovação do desempenho do servidor para efetivar o vínculo estatutário com a universidade. Mediante dificuldades no processo de integração, parte dos servidores tem optado pela remoção, que é o deslocamento do servidor, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Esta pesquisa teve por objetivo geral compreender as remoções em estágio probatório, no contexto do processo de socialização organizacional dos servidores, no cargo de assistente em administração, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O referido cargo conta com o quadro de pessoal mais extenso entre os técnicos administrativos. Os objetivos específicos foram: a) identificar quais táticas de socialização e suas dimensões têm sido implementadas pela universidade no processo de socialização dos assistentes em administração; b) identificar os comportamentos pró-ativos desenvolvidos pelos assistentes em administração em busca da socialização na universidade; c) conhecer as razões e os desdobramentos da remoção, a partir da visão dos assistentes em administração que aguardam remoção e dos removidos e d) descrever o processo de remoção dos assistentes administrativos na UFMG, no que diz respeito, ao seu trâmite, critérios norteadores, influência do estágio probatório e papéis dos atores envolvidos. Desenvolvi uma pesquisa exploratória com a realização de entrevistas semiestruturadas. Entrevistei dez assistentes em administração (cinco que aguardam remoção e cinco removidos) e duas pessoas-chave ligadas a Pró-reitoria de Recursos Humanos (responsável pelo acompanhamento do estágio probatório e remoção dos servidores). Como principais resultados encontrei: 1) uma predominância da aplicação de táticas de socialização individuais, com pouco planejamento; 2) um precário apoio institucional nos setores de trabalho, tornando as táticas mais dependentes de aspectos pessoais, tais como empatia, habilidades interpessoais e a vontade espontânea de ajudar os novatos; 3) a busca de informação e atos de ensaio e erro como os principais comportamentos pró-ativos desenvolvidos pelos participantes para se socializarem; 4) problemas sociogerenciais entre as principais razões dos pedidos de remoção e interferindo no processo de socialização dos participantes no novo setor; 5) enfrentamento de problemas sociogerenciais pelos participantes removidos no novo setor, embora a remoção tenha gerado satisfação; 6) insuficientes informações sobre o processo de remoção para os participantes. Conclui que se, por um lado, as remoções evidenciam problemas na socialização, por outro contribuem para sua manutenção, na medida em que a remoção é uma forma paliativa de resolvê-los. A insuficiência de políticas de socialização e de gestão favoreceu a ocorrência de vários problemas no processo de socialização dos participantes desse estudo, bem como foi uma das razões que os levaram a pedir remoção. Tais resultados poderão contribuir para o aperfeiçoamento de práticas e políticas da gestão universitária, em aspectos relacionados ao processo de remoção e de socialização dos assistentes administrativos. Essa pesquisa também contribui para ampliar a literatura nacional sobre socialização organizacional.