O sofrimento mental contemporâneo na universidade : a perspectiva docente
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
|
Departamento: |
FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/33595 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo geral qualificar a experiência de sofrimento mental dos professores universitários, a partir da discussão sobre a universidade contemporânea. Comparando dados epidemiológicos globais sobre saúde mental e os da universidade estudada, identifica-se que os dados da instituição refletem a prevalência encontrada na população geral. No entanto, compreendendo a saúde mental como um problema psicossocial, reitera-se a importância de focalizar a universidade em suas atualidades para que se possa contribuir para elaboração de políticas de saúde mental para sua comunidade. A escolha dos professores universitários como população alvo do estudo se dá devido à constatação feita por meio de relatórios institucionais de que o sofrimento dos docentes estaria sendo invisibilizado na universidade, contrariando a literatura específica da área que constata significativo adoecimento docente. Para a construção deste trabalho, utilizou-se a discussão teórica sobre sofrimento mental diferenciado de dor e adoecimento, além de discutir as principais mudanças contemporâneas da educação e da universidade que incidem na vivência de sofrimento dentro da universidade. Para investigar estas questões, os objetivos específicos elaborados foram: 1) explorar a complexidade do conceito de sofrimento mental, a partir de uma perspectiva psicossociológica; 2) problematizar a invisibilidade do sofrimento mental dos professores universitários na universidade; 3) relacionar as experiências de sofrimento mental dos professores universitários com as características sócio-históricas e políticas da universidade; 4) identificar ações de visibilidade e estratégias como resposta ao sofrimento mental vivenciado na universidade. Desenvolveu-se uma pesquisa exploratória, em parceria com o Sindicato dos Professores, com a realização de entrevistas semiestruturadas e observação participante em Rodas de Conversa sobre saúde mental e qualidade de vida. Como resultados desta pesquisa identificou-se que: os professores que comunicam seu sofrimento são convocados a normalizar suas expressões, buscando apoio naquilo que é legitimado socialmente (questão médica ou jurídica); os professores utilizam estratégias individuais para lidar com o sofrimento, invisibilizando-o dentro da universidade; as transformações do ensino superior brasileiro trazem mudanças para a universidade, afetando a relação com o saber, as condições de trabalho e as relações profissionais estabelecidas; o produtivismo acadêmico e as formas de avaliação dentro da universidade se configuram como as principais causas de sofrimento entre os professores; a relação estabelecida entre os pares, em decorrência das formas de se organizar o trabalho, são permeadas pela competição, individualismo, comparação, uso de poder e ausência de sentimento de pertença a um coletivo; as principais estratégias utilizadas pelos professores em resposta ao sofrimento mental vivenciado são o isolamento, tentativa de mobilidade interna e descredenciamento da pós-graduação. Concluímos que o sofrimento mental dos professores é uma pauta ainda desconhecida dentro da universidade. Tais resultados poderão contribuir para a elaboração de práticas e políticas da gestão universitária relacionadas à saúde mental docente. Reitera-se a importância de se pensar a questão de saúde mental, a partir de uma perspectiva psicossocial que não reduza o sofrimento ao adoecimento, mas amplie a percepção sobre o contexto em que ele se manifesta, desvelando os sujeitos doloridos, promovendo seu protagonismo e possibilitando a construção coletiva de soluções. |
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Como resultados desta pesquisa identificou-se que: os professores que comunicam seu sofrimento são convocados a normalizar suas expressões, buscando apoio naquilo que é legitimado socialmente (questão médica ou jurídica); os professores utilizam estratégias individuais para lidar com o sofrimento, invisibilizando-o dentro da universidade; as transformações do ensino superior brasileiro trazem mudanças para a universidade, afetando a relação com o saber, as condições de trabalho e as relações profissionais estabelecidas; o produtivismo acadêmico e as formas de avaliação dentro da universidade se configuram como as principais causas de sofrimento entre os professores; a relação estabelecida entre os pares, em decorrência das formas de se organizar o trabalho, são permeadas pela competição, individualismo, comparação, uso de poder e ausência de sentimento de pertença a um coletivo; as principais estratégias utilizadas pelos professores em resposta ao sofrimento mental vivenciado são o isolamento, tentativa de mobilidade interna e descredenciamento da pós-graduação. Concluímos que o sofrimento mental dos professores é uma pauta ainda desconhecida dentro da universidade. Tais resultados poderão contribuir para a elaboração de práticas e políticas da gestão universitária relacionadas à saúde mental docente. 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