Industrialização, parcelamento do solo e metropolização: o processo de estruturação urbana recente do vetor oeste da RMBH

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Sofia Santos Lages
• Orientador(a): Jupira Gomes de Mendonça
• Banca de defesa: Roberto Luís de Melo Monte-Mór, Felipe Nunes Coelho Magalhães
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
• Departamento: ARQ - ESCOLA DE ARQUITETURA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Vetor oeste da RMBH; Parcelamento do solo; Industrialização; Metropolização; Estrutura urbana
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/35249

Este trabalho tem como objeto investigar a relação entre o parcelamento do solo e a industrialização no recorte territorial denominado vetor oeste da RMBH. Conformada pelos municípios de Contagem, Betim, Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, Igarapé, São Joaquim de Bicas, Juatuba e Mateus Leme, a área de estudo, eixo da primeira conurbação da metrópole belo-horizontina, tem, desde os primórdios de sua ocupação, conexão direta com o desenvolvimento industrial da capital mineira. Essa relação com a industrialização foi influenciada, sobretudo, pelo incentivo do poder público para o fortalecimento dessa atividade econômica, até então apoiada nas bases fordistas de produção. Nas últimas décadas do século XX, contudo, o processo produtivo industrial foi alterado em nível global a partir da substituição gradativa do fordismo pelo modelo conhecido como acumulação flexível, o que repercutiu em uma reconfiguração das plantas industriais consolidadas, bem como nos processos logísticos e de articulação da cadeia produtiva. Essas alterações refletiram espacialmente na RMBH em uma pulverização de indústrias nos demais municípios da região, em localizações estratégicas para a articulação do processo produtivo, uma vez que não havia mais a necessidade de se concentrarem em terras mais valorizadas, imediatamente próximas aos centros industriais. Essas mudanças impactaram tanto os indicadores demográficos de municípios próximos àqueles com maior relevância econômica-industrial, que passaram a atrair um grande contingente populacional nas últimas décadas, quanto, consequentemente, no parcelamento do solo, como resposta às demandas espaciais emergentes do novo paradigma econômico-produtivo. Assim, este estudo verifica, a partir do cruzamento de dados demográficos, econômicos, industriais e de registro imobiliário dos parcelamentos aprovados no vetor oeste da RMBH entre 1998 e 2018, como se configura a estrutura urbana recente desses municípios, reflexo, dentre outros aspectos, das alterações globais/nacionais no modelo de produção vigente. Esta pesquisa, cujo método utilizado é o estudo de caso, analisa dados relacionados aos modelos formais de parcelamento do solo e, neste contexto, verifica a proposição de novos complexos industriais e logísticos no vetor oeste, especialmente em Betim e Contagem, bem como a consolidação de áreas diretamente ligadas à moradia popular e operária, como em Ibirité e Sarzedo, e outras gradativamente ocupadas por condomínios de alto padrão, como observado em partes de Mário Campos e Igarapé. Já na escala regional de análise da estruturação metropolitana, os dados apontam que, apesar da existência de um movimento de parcelamento do solo de municípios mais distantes do polo, indicando uma expansão urbana linear e muito associada aos eixos viários principais, ainda existe uma forte predominância de propostas formais de parcelamento naqueles municípios mais próximos de Belo Horizonte e cujo desenvolvimento urbano se encontra em etapa mais avançada que nos demais, o que reforça o caráter ainda centralizador do município polo, de Contagem e de Betim no contexto do vetor oeste da RMBH.