Iniquidades em saúde entre servidores públicos municipais: influência das condições de trabalho e impacto sobre a capacidade para o trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Marcus Alessandro de Alcantara
Orientador(a): Rosana Ferreira Sampaio
Banca de defesa: Fabiana Caetano Martins Silva, Ana Cristina Rodrigues Lacerda, Sheyla Rossana Cavalcanti Furtado, Fabiane Ribeiro Ferreira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98YJZP
Resumo: Introdução: Evidências mostram que iniquidades socioeconômicas estão associadas com pior autoavaliação de saúde, morbidade e mortalidade. A distribuição desigual de indicadores como renda e educação e o acesso diferenciado dos grupos sociais aos serviços e cuidados de saúde são potenciais explicações para tais disparidades. Recentemente, estudos têm examinado a contribuição das condições de trabalho como explicação para as iniquidades socioeconômicas emsaúde e os resultados sugerem que condições precárias no trabalho podem acarretar graves consequências sociais e econômicas, além de comprometer a saúde dos trabalhadores. A saúde, por sua vez, em conjunto com outros recursos do indivíduo, tais como capacidade funcional, competência ou experiência profissional, é um importante elemento para o trabalhador se manter ativo e prolongar sua vida útil no trabalho. Nesse contexto, o trabalho se torna uma referência: por um lado, se os recursos do indivíduo estiverem em equilíbrio com as demandas do trabalho, a capacidade para o trabalho irá permanecer em boas condições. Por outro, considerando o seu papel central, o trabalhador poderá ter benefícios para a saúde e capacidade para o trabalho a partir de ações com vistas a melhorar as suas condições de trabalho. Objetivos: 1) Analisar a contribuição de diferentes categoriasdas condições de trabalho (físicas, psicossociais e ambientais) na associação entre status ocupacional e autoavaliação de saúde; 2) Propor e testar uma operacionalização dos constructos envolvidos no modelo atual de capacidade para o trabalho em uma amostra de trabalhadores brasileiros. Materiais e Método: Foram realizados dois estudos, ambos com desenho observacional de corte transversal,baseados em uma amostra de 5.646 servidores públicos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, que responderam a um inquérito online de saúde em 2009. O questionário incluiu autoavaliação de saúde (muito boa, boa, regular e ruim/muito ruim), condições de trabalho (demanda física, ambiente, demanda psicológica, controle e suporte social no trabalho) e informações sociodemográficas e socioeconômicas. No primeiro estudo, foi testado um modelo de Regressão Logística Ordinal Estereótipo, uma extensão do modelo de regressão multinomial que permite comparar cada categoria da variável resposta com uma categoria de referência. Todas as análises foram estratificadas por sexo. No segundo estudo, foi usada a Modelagem de Equação Estrutural (SEM) para analisar as inter-relações entre os determinantes de capacidade para o trabalho. O método consiste numa combinação de análise fatorial e regressão múltipla que permite a modelagem deestruturas complexas de causalidade, levando em consideração erros de mensuração. Resultados: Os resultados do estudo 1 mostraram que 24% dos servidores avaliaram sua saúde como muito boa, 55% como boa, 19% como regular e 2% como ruim. As variáveis associadas à autoavaliação de saúde ruim que permaneceram no modelo final para as mulheres foram: idade, escolaridade, demanda física (Fator 2 postura e manuseio de peso), condições ambientais (Fator 2 ventilação, temperatura, iluminação e mobiliário), controle, apoio social no trabalho e status ocupacional. O resultado do modelo final estimado para os homens foi o seguinte: idade, demanda física (fator 1 fadiga ou desconforto em geral), condições ambientais (Fator 2 ventilação, temperatura, iluminação e mobiliário), controle, apoio social, demanda psicológica e status ocupacional. Em ambos os sexos, a autoavaliação de saúde foi pior entre aqueles com status ocupacional mais baixo confirmando uma situação de vulnerabilidade entre trabalhadores expostos a condições laborais precárias. A influência das condições de trabalho foi diferente para homens e mulheres, porém, em geral, quanto piores as condições de trabalho, pior a autoavaliação de saúde, independentemente da idade e status ocupacional. No segundo estudo, a operacionalização do Modelo de Capacidade Para o Trabalho em uma amostra de servidores públicos municipais, mostrou que esse constructo é determinado por diferentes fatores que interagem em uma estrutura multidimensional. A saúde foi um importante fator associado à capacidade para o trabalho e parte desse efeito se deve à influência da idade e características do trabalho dos servidores públicos. Além desse efeito indireto, as características do trabalho exerceram um efeito direto sobre a capacidade para o trabalho. Considerando o efeito total (efeito direto + efeito indireto), o constructo características do trabalho também foi um forte fator associado à capacidade para o trabalho, confirmando evidências anteriores. Conclusão: Com base nos resultados do estudo 1, a chance de servidores públicos municipais apresentar autoavaliaçãoruim de saúde foi maior entre aqueles com status ocupacional mais baixo e que trabalham sob piores condições de trabalho. É possível que essa população se beneficie com intervenções de ordem geral, como melhora das condições ambientais e aumento da autonomia e apoio social no trabalho. Demandas físicas e psicológicas podem variar com o gênero e conteúdo do trabalho e devem ser analisadas em contextos específicos. No estudo 2, a SEM mostrou um padrão de relações consistente com o modelo de capacidade para o trabalho proposto peloFinnish Institute of Occupational Health (FIOH). O modelo apresentou índices adequados de ajuste confirmando que a capacidade para o trabalho deve ser entendida como resultado de interações dinâmicas entre o indivíduo e o seu ambiente, além de suas experiências e hábitos, que caracterizam seu contexto. Em conclusão, os estudos realizados confirmam a crescente constatação de trabalho precário no serviço público municipal e evidenciam consequências negativas sobre a autoavaliação de saúde e capacidade para o trabalho dos servidores públicos. Os eventos estudados não são lineares e ao interagir em grupos e contextos diferentes, produzem comportamentos complexos, exigindo soluções amplas e contextualizadas.
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spelling Rosana Ferreira SampaioFabiana Caetano Martins SilvaAna Cristina Rodrigues LacerdaSheyla Rossana Cavalcanti FurtadoFabiane Ribeiro FerreiraMarcus Alessandro de Alcantara2019-08-10T16:02:28Z2019-08-10T16:02:28Z2013-03-14http://hdl.handle.net/1843/BUOS-98YJZPIntrodução: Evidências mostram que iniquidades socioeconômicas estão associadas com pior autoavaliação de saúde, morbidade e mortalidade. A distribuição desigual de indicadores como renda e educação e o acesso diferenciado dos grupos sociais aos serviços e cuidados de saúde são potenciais explicações para tais disparidades. Recentemente, estudos têm examinado a contribuição das condições de trabalho como explicação para as iniquidades socioeconômicas emsaúde e os resultados sugerem que condições precárias no trabalho podem acarretar graves consequências sociais e econômicas, além de comprometer a saúde dos trabalhadores. A saúde, por sua vez, em conjunto com outros recursos do indivíduo, tais como capacidade funcional, competência ou experiência profissional, é um importante elemento para o trabalhador se manter ativo e prolongar sua vida útil no trabalho. Nesse contexto, o trabalho se torna uma referência: por um lado, se os recursos do indivíduo estiverem em equilíbrio com as demandas do trabalho, a capacidade para o trabalho irá permanecer em boas condições. Por outro, considerando o seu papel central, o trabalhador poderá ter benefícios para a saúde e capacidade para o trabalho a partir de ações com vistas a melhorar as suas condições de trabalho. Objetivos: 1) Analisar a contribuição de diferentes categoriasdas condições de trabalho (físicas, psicossociais e ambientais) na associação entre status ocupacional e autoavaliação de saúde; 2) Propor e testar uma operacionalização dos constructos envolvidos no modelo atual de capacidade para o trabalho em uma amostra de trabalhadores brasileiros. Materiais e Método: Foram realizados dois estudos, ambos com desenho observacional de corte transversal,baseados em uma amostra de 5.646 servidores públicos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, que responderam a um inquérito online de saúde em 2009. O questionário incluiu autoavaliação de saúde (muito boa, boa, regular e ruim/muito ruim), condições de trabalho (demanda física, ambiente, demanda psicológica, controle e suporte social no trabalho) e informações sociodemográficas e socioeconômicas. No primeiro estudo, foi testado um modelo de Regressão Logística Ordinal Estereótipo, uma extensão do modelo de regressão multinomial que permite comparar cada categoria da variável resposta com uma categoria de referência. Todas as análises foram estratificadas por sexo. No segundo estudo, foi usada a Modelagem de Equação Estrutural (SEM) para analisar as inter-relações entre os determinantes de capacidade para o trabalho. 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Em ambos os sexos, a autoavaliação de saúde foi pior entre aqueles com status ocupacional mais baixo confirmando uma situação de vulnerabilidade entre trabalhadores expostos a condições laborais precárias. A influência das condições de trabalho foi diferente para homens e mulheres, porém, em geral, quanto piores as condições de trabalho, pior a autoavaliação de saúde, independentemente da idade e status ocupacional. No segundo estudo, a operacionalização do Modelo de Capacidade Para o Trabalho em uma amostra de servidores públicos municipais, mostrou que esse constructo é determinado por diferentes fatores que interagem em uma estrutura multidimensional. A saúde foi um importante fator associado à capacidade para o trabalho e parte desse efeito se deve à influência da idade e características do trabalho dos servidores públicos. Além desse efeito indireto, as características do trabalho exerceram um efeito direto sobre a capacidade para o trabalho. Considerando o efeito total (efeito direto + efeito indireto), o constructo características do trabalho também foi um forte fator associado à capacidade para o trabalho, confirmando evidências anteriores. Conclusão: Com base nos resultados do estudo 1, a chance de servidores públicos municipais apresentar autoavaliaçãoruim de saúde foi maior entre aqueles com status ocupacional mais baixo e que trabalham sob piores condições de trabalho. É possível que essa população se beneficie com intervenções de ordem geral, como melhora das condições ambientais e aumento da autonomia e apoio social no trabalho. Demandas físicas e psicológicas podem variar com o gênero e conteúdo do trabalho e devem ser analisadas em contextos específicos. No estudo 2, a SEM mostrou um padrão de relações consistente com o modelo de capacidade para o trabalho proposto peloFinnish Institute of Occupational Health (FIOH). O modelo apresentou índices adequados de ajuste confirmando que a capacidade para o trabalho deve ser entendida como resultado de interações dinâmicas entre o indivíduo e o seu ambiente, além de suas experiências e hábitos, que caracterizam seu contexto. Em conclusão, os estudos realizados confirmam a crescente constatação de trabalho precário no serviço público municipal e evidenciam consequências negativas sobre a autoavaliação de saúde e capacidade para o trabalho dos servidores públicos. Os eventos estudados não são lineares e ao interagir em grupos e contextos diferentes, produzem comportamentos complexos, exigindo soluções amplas e contextualizadas.Introduction: Evidences shows that socioeconomic inequalities are associated with poorer self-rated health, morbidity and mortality. The unequal distribution of indicators such as income and education and the differential access of the social groups to services and health care are potential explanations for such disparities. Recently, studies have examined the contribution of the working conditions as explanation for inequities in health and the results suggest that precarious workingconditions can result in serious social and economic consequences and compromise the health of workers. The health, in conjunction with other resources of the individual such as functional capability, knowledge and skill, is crucial for the workers maintain good work ability and prolong their working life. In this context, the work is a reference: If the resources of the individual are in balance with the work, work ability will remain good. On the other hand, considering its central role, the employee mayhave benefits for health and ability to work based on actions to improve their working conditions. Objectives: 1) To analyze the contribution of different categories of working conditions (physical, psychosocial and environmental) on the association between occupational status and self-rated health, 2) propose and test an operationalization of the constructs involved in the new model of work ability in a sample of Brazilian workers. Materials and Method: We performed two studies, bothcross-sectional observational designs. The sample consisted of 5646 public employees of the city of Belo Horizonte that responded to a web survey in 2009. The questionnaire included self-rated health (very good, good, fair, poor/very poor), working conditions (physical demand, environment, psychological demand, control and support social at work) and sociodemographic and economic data. In the first study, a stereotype ordinal regression model stratified by gender was tested. The method is an extension of the multinomial regression model and allows comparingeach category of response variable with a reference category. In the second study, we use a structural equation modeling (SEM) to analyze the interrelationship between the work ability determinants. The method consists of a factor analyses and multiple regressions that allow the modeling of complex causality structures, taking measurement errors into consideration. Results: The results of first study showed that 24% of the workers rated their health as very good, 55% as good, 19% as fair and 2% as poor. The variables associated with poor self-rated health that remained in the women final model were: age, education, physical demand (Factor 2 - posture and weight management), environmental conditions (Factor 2 - ventilation, temperature, lighting and furniture), control and social support at work and occupational status. The result of the final model estimated for men were as follows: age, physical demand (factor 1 - fatigue or discomfort in general), environmental conditions (Factor 2 - ventilation, temperature, lighting and furniture), control andsocial support at work, psychological demand and occupational status. In both gender, the self-rated health was worse among those with lower occupational status confirming a situation of vulnerability among employees exposed to precarious working conditions. The influence of working conditions was different for men and women, but in general, the worst working conditions, worse self-assessment of health, regardless of age and occupational status. In the second study, the operationalization of Work Ability Model in a public employees sample showed that this construct is composed of multiple elements that interact in time and space in a multidimensional structure. The health was the important factor associated with work ability. Part of this effect is due to the influence of age and working conditions of public employees. In addition to this indirect effect, the work conditions exerted a direct effect on the ability to work. Considering the total effect (direct effect + indirecteffect), the construct work conditions was also a strong factor associated with work ability, confirming previous evidence. Conclusion: Based on results of first study, the public employees with lower occupational status or poorer working conditions had a higher chance of assess their health as poor. The shape and magnitude of health inequalities depended on gender and the work conditions. Improving environmental conditions and increasing job control and social support at work provide potential general interventions to reduced inequalities in health among these public employees. Physical and psychological demands may vary with the gender and content of the work and should be analyzed in specific contexts. In the second study, the SEM results founded a relationship pattern consistent with the Work Ability Model proposed by the Finnish Institute of Occupational Health (FIOH). The model presented appropriate fit indexes, confirming the fact that work ability should be understood as the result of dynamic interactions between the individual and his/herenvironment, as well as his/her experiences and habits, which contribute to his/her context. In conclusion, the studies carried out confirm the growing recognition of precarious working conditions in the municipal public service. Furthermore, provide evidences of negative consequences on the self-rated health and work ability of public employees. The events investigated are nonlinear and the interacting with different groups and context, produce complex behavior, requiring comprehensive and contextualized solutions.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGReabilitaçãoQualidade de vida no trabalhoEnvelhecimentoImpacto psicossocialAvaliação da capacidade de trabalhoCondições de trabalhoSaúdeEnvelhecimentoIniquidades em saúde entre servidores públicos municipais: influência das condições de trabalho e impacto sobre a capacidade para o trabalhoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_marcus_vers_o_final.pdfapplication/pdf1446938https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98YJZP/1/tese_marcus_vers_o_final.pdfce5a012932d9a0799648e65afac8ad30MD51TEXTtese_marcus_vers_o_final.pdf.txttese_marcus_vers_o_final.pdf.txtExtracted texttext/plain248329https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-98YJZP/2/tese_marcus_vers_o_final.pdf.txtb610ec4794d84177f2c061233aa9cc8dMD521843/BUOS-98YJZP2019-11-14 08:29:39.839oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-98YJZPRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:29:39Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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Materiais e Método: Foram realizados dois estudos, ambos com desenho observacional de corte transversal,baseados em uma amostra de 5.646 servidores públicos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, que responderam a um inquérito online de saúde em 2009. O questionário incluiu autoavaliação de saúde (muito boa, boa, regular e ruim/muito ruim), condições de trabalho (demanda física, ambiente, demanda psicológica, controle e suporte social no trabalho) e informações sociodemográficas e socioeconômicas. No primeiro estudo, foi testado um modelo de Regressão Logística Ordinal Estereótipo, uma extensão do modelo de regressão multinomial que permite comparar cada categoria da variável resposta com uma categoria de referência. Todas as análises foram estratificadas por sexo. No segundo estudo, foi usada a Modelagem de Equação Estrutural (SEM) para analisar as inter-relações entre os determinantes de capacidade para o trabalho. 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Em ambos os sexos, a autoavaliação de saúde foi pior entre aqueles com status ocupacional mais baixo confirmando uma situação de vulnerabilidade entre trabalhadores expostos a condições laborais precárias. A influência das condições de trabalho foi diferente para homens e mulheres, porém, em geral, quanto piores as condições de trabalho, pior a autoavaliação de saúde, independentemente da idade e status ocupacional. No segundo estudo, a operacionalização do Modelo de Capacidade Para o Trabalho em uma amostra de servidores públicos municipais, mostrou que esse constructo é determinado por diferentes fatores que interagem em uma estrutura multidimensional. A saúde foi um importante fator associado à capacidade para o trabalho e parte desse efeito se deve à influência da idade e características do trabalho dos servidores públicos. Além desse efeito indireto, as características do trabalho exerceram um efeito direto sobre a capacidade para o trabalho. 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