A toponímia africana em Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Emanoela Cristina Lima
Orientador(a): Maria Candida Trindade Costa de Seabra
Banca de defesa: Sonia Maria de Melo Queiroz, Yeda Antonita Pessoa de Castro, Lucia Monteiro de Barros Fulgencio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/LETR-96LNKL
Resumo: Neste trabalho, buscando contribuir com as investigações linguístico-culturais referentes à formação do português do Brasil, realizamos o estudo dos nomes de lugar de provável origem africana que compõem parte da realidade toponímica do território mineiro. Como se sabe, a presença significativa do negro, iniciada nos séculos XVIII e XIX, período em que ocorreu povoamento do território mineiro, deixou marcas em diversos aspectos da cultura local e, consequentemente, no léxico toponímico de Minas Gerais. Tendo ciência desse fato e, ainda, sabendo que os topônimos testemunham parte da história da língua, já que os contatos linguísticos e culturais entre os povos costumam ser registrados e conservados por esses signos linguísticos, propusemo-nos a estudá-los, apontando suas ocorrências, descrevendo-os e investigando-os, seguindo os embasamentos teórico-metodológicos de Dauzat (1926) e Dick (1990a, 1990b e 2004). O corpus da pesquisa é proveniente do banco de dados do projeto ATEMIG (FALE/UFMG), no qual estão registrados todos os topônimos mineiros presentes em cartas topográficas do IBGE. Para análise linguística das bases léxicas, utilizamos dicionários gerais, etimológico, morfológico e vocabulários diversos que reúnem palavras de possível origem africana. A análise das bases léxicas revelou que as palavras de origem banto foram predominantes na toponímia mineira; dos 1480 africanismos que compõem nosso corpus, 898 são de origem banto. Os hibridismos também foram bastante recorrentes, principalmente os formados por banto + português. A análise das taxionomias toponímicas mostrou que, dentre os topônimos de Minas Gerais de provável origem africana, houve maior ocorrência de taxionomias de natureza antropocultural. A motivação toponímica mais recorrente nesse estado foi representada pelos nomes relativos às atividades sociais do homem, os sociotopônimos. A quantificação dos africanismos mineiros revelou uma baixa margem percentual de topônimos de base africana em todas as regiões mineiras. A região Oeste de Minas apresentou maior ocorrência e o Jequitinhonha, menor.
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Tendo ciência desse fato e, ainda, sabendo que os topônimos testemunham parte da história da língua, já que os contatos linguísticos e culturais entre os povos costumam ser registrados e conservados por esses signos linguísticos, propusemo-nos a estudá-los, apontando suas ocorrências, descrevendo-os e investigando-os, seguindo os embasamentos teórico-metodológicos de Dauzat (1926) e Dick (1990a, 1990b e 2004). O corpus da pesquisa é proveniente do banco de dados do projeto ATEMIG (FALE/UFMG), no qual estão registrados todos os topônimos mineiros presentes em cartas topográficas do IBGE. Para análise linguística das bases léxicas, utilizamos dicionários gerais, etimológico, morfológico e vocabulários diversos que reúnem palavras de possível origem africana. A análise das bases léxicas revelou que as palavras de origem banto foram predominantes na toponímia mineira; dos 1480 africanismos que compõem nosso corpus, 898 são de origem banto. Os hibridismos também foram bastante recorrentes, principalmente os formados por banto + português. A análise das taxionomias toponímicas mostrou que, dentre os topônimos de Minas Gerais de provável origem africana, houve maior ocorrência de taxionomias de natureza antropocultural. A motivação toponímica mais recorrente nesse estado foi representada pelos nomes relativos às atividades sociais do homem, os sociotopônimos. A quantificação dos africanismos mineiros revelou uma baixa margem percentual de topônimos de base africana em todas as regiões mineiras. A região Oeste de Minas apresentou maior ocorrência e o Jequitinhonha, menor.In this assignment, aiming to contribute to the linguistic -cultural investigations concerning to the formation of the portuguese language in Brazil, we have accomplished the study of the places names which were probably of african origin that compose part of the toponymic reality of the territory of Minas Gerais. As it is known, the significant presence o f black people, initiated in the 18th and 19th centuries, period in which began the process of population of the territory of Minas Gerais, has left residues in several aspects of local culture and, consequently, in the lexicon toponymic of Minas Gerais. Being aware of this fact and also knowing that the toponyms testify the history of language, since the linguistic and cultural contacts between peoples are often recorded and kept by these linguistic signs, we proposed to study them, pointing to their occurrences, describing and investigating them, according to Dauzat (1926) and Dick (1990a, 1990b and 2004) theoretical and methodological base. The corpus of this research is originating from the database of the ATEMIG Project (FALE/ UFMG), in which are recorded all toponyms of Minas Gerais that are present in the IBGE topographic maps. For linguistic analysis of lexical databases, we used general, etymological and morphological dictionaries, and various vocabularies that bring together words of the possible african origin. The analysis of lexical databases demonstrated that the words of bantu origin were predominant in the toponymy of Minas Gerais; of 1480 africanisms that composes our corpus, 898 are of bantu origin. The hybridisms were also quite recurring, especially those ones formed by bantu + portuguese. The analysis of toponymic taxonomies showed that, among the toponyms of probable african origin of Minas Gerais, there was a greater occurrence of taxonomies of antropocultural kind. The most recurrent toponymic motivation in this state was represented by the names related to social activities of man, the sociotoponyms. The quantification of africanisms of Minas Gerais showed a low percentage margin of toponyms of african base in all regions of Minas Gerais. The Oeste de Minas presented the most frequence of african base toponyms and the Jequitinhonha Region presented the less of them.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMudanças lingüísticasLingüísticaLíngua portuguesa Regionalismos Minas GeraisLíngua portuguesa LexicografiaLíngua portuguesa LexicologiaOnomásticaToponímia Minas GeraisLingua portuguesa AfricanismosLinguagem e culturaMinas GeraisLéxicoAfricanismoToponímiaA toponímia africana em Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALa_topon_mia_africana_em_minas_gerais___emanoela_lima.pdfapplication/pdf5098953https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-96LNKL/1/a_topon_mia_africana_em_minas_gerais___emanoela_lima.pdf77377cb2b99641c2b0ac9437001f523eMD51TEXTa_topon_mia_africana_em_minas_gerais___emanoela_lima.pdf.txta_topon_mia_africana_em_minas_gerais___emanoela_lima.pdf.txtExtracted texttext/plain431505https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-96LNKL/2/a_topon_mia_africana_em_minas_gerais___emanoela_lima.pdf.txt47ed1cb8a46d5d44edcbf0a60a9f7aaaMD521843/LETR-96LNKL2019-11-14 15:01:58.036oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-96LNKLRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:01:58Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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