Denúncias e ações de enfrentamento à violência intrafamiliar: Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte 2011-2013

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sandra de Mendonça Mallet
Orientador(a): Eliane Costa Dias Macedo Gontijo
Banca de defesa: Karla Cristina Giacomin, Maria da Conceicao Juste W Cortes, Elizabeth Costa Dias, Jurilza Maria Barros de Mendonça
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ADAPUW
Resumo: Introdução: A violência é um fenômeno social, de abrangência mundial. A violência contra a pessoa idosa representa um grave problema de saúde pública mundial. Organismos internacionais utilizam diferentes conceitos para o mesmo fenômeno (Abath, 2012). A Organização das Nações Unidas a define como todo ato violento de natureza tal que acarrete dano ou incômodo à pessoa idosa (ONU 2002), mesma definição adotada pela Action on Elder Abuse, no Reino Unido e pela Internacional Network for the Prevention of Elder Abuse (INPEA- 2002). Para a Organização Mundial de Saúde (2002) violência contra a pessoa idosa é qualquer ato, único ou repetitivo, ou omissão, que ocorra em qualquer relação supostamente de confiança, que cause dano ou incômodo à pessoa idosa (WHO, 2002). Dentre os vários tipos de violência, os abusos e maus tratos podem ser de natureza física, emocional ou psicológica, financeira, sexual, abandono, negligência e autonegligência, podendo ocorrer fora ou dentro do domicílio da pessoa idosa. No Brasil, a conceituação e a classificação propostas pela OMS estão oficializadas no documento de Política Nacional de Redução de Acidentes e Violências do Ministério da Saúde (2001). Objetivo: Avaliar as denúncias de violência intrafamiliar registradas ou notificadas ao Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte, contra as pessoas idosas, no período de 2011 a 2013. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo com componente analítico de coorte não concorrente do ano de 2013, sobre as denúncias de violência intrafamiliar contra as pessoas idosas recebidas pelo Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte (MG). Resultados: No período foram registradas 859 denúncias, sendo 185 (21,5%) em 2011; 310 (36,1%) em 2012 e 364 (42,4%) em 2013. No período investigado, a taxa duplicou de 6,15 / 10.000 idosos em 2011 para 12,05/10.000 idosos em 2013, com predomínio de vítimas do sexo feminino (70%), em todas as faixas etárias. A faixa etária com maior taxa de incidência foi a de 80 anos e mais, o que aponta maior vulnerabilidade neste grupo, cujo risco aumentou de 16,79/10.000 em 2011, para 34,53/10.000, em 2013. Quanto ao denunciante, as principais fontes de denúncias foram anônimas, representando 50%; as Instituições de saúde, 21%; e a família, 14%. Em relação ao domicílio da pessoa idosa, por regional administrativa, a Regional que registrou a maior taxa de denúncias no período estudado foi a Regional Nordeste (37,89 por 10.000 idosos) enquanto a Regional que menos notificou foi a Regional Centro-Sul (15,38 por 10.000 idosos) a qual abriga o maior contingente de pessoas idosas da cidade. Nos três anos investigados, o maior aumento percentual de denúncias foi observado no Barreiro que registrou um aumento de 232% no período. A tipologia da violência mais identificada nas denúncias, de modo isolado ou associado a outros tipos, foi a negligência (34%), seguida pela violência psicológica (20%) e o abandono (19%), havendo variação no ranking conforme a Regional estudada. Foi possível verificar que das 859 denúncias, 66,13% das vítimas sofreram dois ou mais tipos de violência associadas. Estas 859 denúncias possibilitaram a identificação de 1554 conjuntos de tipologias de violência intrafamiliar contra a pessoa idosa. Apesar de não estar incluída nas classificações de violência propostas pelo Ministério da Saúde (2001), a insuficiência familiar foi registrada nas denúncias de violência recebidas, representando isoladamente 2,6%, e quando associada ao abandono, negligência e autonegligência, atingiu 6,7% do total de denúncias nos 3 anos. Essa forma de violência apresentou distribuição semelhante nas Regionais Barreiro, Nordeste e Noroeste, em 2013. Entre as denúncias recebidas pelo Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte, 810 (94%) foram encaminhadas para a Assistência Social da Regional Administrativa, 18 (2%) para órgãos de defesa de direitos, 5 (1%) para a Saúde e 26 (3%) foram notificações de violações de direitos que já estavam sendo acompanhadas pelos serviços da PBH. Esse estudo interessou por monitorar o desfecho das denúncias recebidas no ano de 2013. Quando analisado o vínculo familiar do agressor com a vítima, verificou-se que em 165 casos (45,3%) a violência era praticada por mais de um membro da família, em 105 (28,8%) por um filho, em 45 (12,4%) pela filha e em 51 (14%) pelos demais familiares (irmãos, netos, sobrinhos e cônjuge). Dos 195 agressores identificados, 46 (23,59%) eram abusadores de álcool e droga e 9 (4,6%) apresentavam algum tipo de sofrimento mental. Do total das 364 denúncias recebidas e encaminhadas pelo Conselho Municipal do Idoso para os serviços da Prefeitura de Belo Horizonte em 2013, para 280 (77%) casos houve retorno desse encaminhamento. Em 11 casos (3%) houve cancelamento da denúncia por parte do denunciante e em 73 (20%) após 17 meses de acompanhamento, as regionais administrativas não haviam dado nenhum retorno para o CMI/BH. Do total de 280 denúncias com retorno os serviços comunicaram que: encerraram o atendimento em 151 (54%); continuam o acompanhamento em 55 (20%); e não identificaram situação de violação de direitos em 74 (26%). Os casos encerrados pelos serviços da PBH, no total de 151, 16 (10,6%) foram encaminhados para outros órgãos; 21(14%) houve esgotamento das possibilidades de intervenção dos serviços; 20 (13,2%) houve institucionalização da pessoa idosa; 55 (36,4%) houve resolução em âmbito familiar após intervenção dos serviços e 39 (25,8%) vieram a óbito. Vale salientar que em mais de um terço dos casos os serviços da PBH deram retorno para o CMI/BH, a intervenção desses foi resolutiva, porém mais de um quarto dos casos resultou em óbito da vítima. Dos retornos realizados, para o CMI/BH, o período máximo de tempo para a resposta foi de 120 semanas. Conclusão: O espaço familiar merece ser foco de atenção das políticas públicas principalmente no que se refere à negligência, maior índice de violência detectado. Muitas vezes a família não sabe como cuidar ou ainda não quer cuidar de seus idosos. É preciso equipamentos que promovam o cuidado diurno da pessoa idosa evitando-se assim sua institucionalização. Contudo, a opção do Estado de criminalizar a negligência e o abandono familiar não resolve a falta de estruturas de apoio para cuidar da velhice com dependência. Esse estudo possibilitou o levantamento de algumas situações problemas e proposições conforme recomendações internacional e nacional.
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spelling Eliane Costa Dias Macedo GontijoMaria da Conceicao Juste W CortesKarla Cristina GiacominKarla Cristina GiacominMaria da Conceicao Juste W CortesElizabeth Costa DiasJurilza Maria Barros de MendonçaSandra de Mendonça Mallet2019-08-11T07:02:47Z2019-08-11T07:02:47Z2015-08-19http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ADAPUWIntrodução: A violência é um fenômeno social, de abrangência mundial. A violência contra a pessoa idosa representa um grave problema de saúde pública mundial. Organismos internacionais utilizam diferentes conceitos para o mesmo fenômeno (Abath, 2012). A Organização das Nações Unidas a define como todo ato violento de natureza tal que acarrete dano ou incômodo à pessoa idosa (ONU 2002), mesma definição adotada pela Action on Elder Abuse, no Reino Unido e pela Internacional Network for the Prevention of Elder Abuse (INPEA- 2002). Para a Organização Mundial de Saúde (2002) violência contra a pessoa idosa é qualquer ato, único ou repetitivo, ou omissão, que ocorra em qualquer relação supostamente de confiança, que cause dano ou incômodo à pessoa idosa (WHO, 2002). Dentre os vários tipos de violência, os abusos e maus tratos podem ser de natureza física, emocional ou psicológica, financeira, sexual, abandono, negligência e autonegligência, podendo ocorrer fora ou dentro do domicílio da pessoa idosa. No Brasil, a conceituação e a classificação propostas pela OMS estão oficializadas no documento de Política Nacional de Redução de Acidentes e Violências do Ministério da Saúde (2001). Objetivo: Avaliar as denúncias de violência intrafamiliar registradas ou notificadas ao Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte, contra as pessoas idosas, no período de 2011 a 2013. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo com componente analítico de coorte não concorrente do ano de 2013, sobre as denúncias de violência intrafamiliar contra as pessoas idosas recebidas pelo Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte (MG). Resultados: No período foram registradas 859 denúncias, sendo 185 (21,5%) em 2011; 310 (36,1%) em 2012 e 364 (42,4%) em 2013. No período investigado, a taxa duplicou de 6,15 / 10.000 idosos em 2011 para 12,05/10.000 idosos em 2013, com predomínio de vítimas do sexo feminino (70%), em todas as faixas etárias. A faixa etária com maior taxa de incidência foi a de 80 anos e mais, o que aponta maior vulnerabilidade neste grupo, cujo risco aumentou de 16,79/10.000 em 2011, para 34,53/10.000, em 2013. Quanto ao denunciante, as principais fontes de denúncias foram anônimas, representando 50%; as Instituições de saúde, 21%; e a família, 14%. Em relação ao domicílio da pessoa idosa, por regional administrativa, a Regional que registrou a maior taxa de denúncias no período estudado foi a Regional Nordeste (37,89 por 10.000 idosos) enquanto a Regional que menos notificou foi a Regional Centro-Sul (15,38 por 10.000 idosos) a qual abriga o maior contingente de pessoas idosas da cidade. Nos três anos investigados, o maior aumento percentual de denúncias foi observado no Barreiro que registrou um aumento de 232% no período. A tipologia da violência mais identificada nas denúncias, de modo isolado ou associado a outros tipos, foi a negligência (34%), seguida pela violência psicológica (20%) e o abandono (19%), havendo variação no ranking conforme a Regional estudada. Foi possível verificar que das 859 denúncias, 66,13% das vítimas sofreram dois ou mais tipos de violência associadas. Estas 859 denúncias possibilitaram a identificação de 1554 conjuntos de tipologias de violência intrafamiliar contra a pessoa idosa. Apesar de não estar incluída nas classificações de violência propostas pelo Ministério da Saúde (2001), a insuficiência familiar foi registrada nas denúncias de violência recebidas, representando isoladamente 2,6%, e quando associada ao abandono, negligência e autonegligência, atingiu 6,7% do total de denúncias nos 3 anos. Essa forma de violência apresentou distribuição semelhante nas Regionais Barreiro, Nordeste e Noroeste, em 2013. Entre as denúncias recebidas pelo Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte, 810 (94%) foram encaminhadas para a Assistência Social da Regional Administrativa, 18 (2%) para órgãos de defesa de direitos, 5 (1%) para a Saúde e 26 (3%) foram notificações de violações de direitos que já estavam sendo acompanhadas pelos serviços da PBH. Esse estudo interessou por monitorar o desfecho das denúncias recebidas no ano de 2013. Quando analisado o vínculo familiar do agressor com a vítima, verificou-se que em 165 casos (45,3%) a violência era praticada por mais de um membro da família, em 105 (28,8%) por um filho, em 45 (12,4%) pela filha e em 51 (14%) pelos demais familiares (irmãos, netos, sobrinhos e cônjuge). Dos 195 agressores identificados, 46 (23,59%) eram abusadores de álcool e droga e 9 (4,6%) apresentavam algum tipo de sofrimento mental. Do total das 364 denúncias recebidas e encaminhadas pelo Conselho Municipal do Idoso para os serviços da Prefeitura de Belo Horizonte em 2013, para 280 (77%) casos houve retorno desse encaminhamento. Em 11 casos (3%) houve cancelamento da denúncia por parte do denunciante e em 73 (20%) após 17 meses de acompanhamento, as regionais administrativas não haviam dado nenhum retorno para o CMI/BH. Do total de 280 denúncias com retorno os serviços comunicaram que: encerraram o atendimento em 151 (54%); continuam o acompanhamento em 55 (20%); e não identificaram situação de violação de direitos em 74 (26%). Os casos encerrados pelos serviços da PBH, no total de 151, 16 (10,6%) foram encaminhados para outros órgãos; 21(14%) houve esgotamento das possibilidades de intervenção dos serviços; 20 (13,2%) houve institucionalização da pessoa idosa; 55 (36,4%) houve resolução em âmbito familiar após intervenção dos serviços e 39 (25,8%) vieram a óbito. Vale salientar que em mais de um terço dos casos os serviços da PBH deram retorno para o CMI/BH, a intervenção desses foi resolutiva, porém mais de um quarto dos casos resultou em óbito da vítima. Dos retornos realizados, para o CMI/BH, o período máximo de tempo para a resposta foi de 120 semanas. Conclusão: O espaço familiar merece ser foco de atenção das políticas públicas principalmente no que se refere à negligência, maior índice de violência detectado. Muitas vezes a família não sabe como cuidar ou ainda não quer cuidar de seus idosos. É preciso equipamentos que promovam o cuidado diurno da pessoa idosa evitando-se assim sua institucionalização. Contudo, a opção do Estado de criminalizar a negligência e o abandono familiar não resolve a falta de estruturas de apoio para cuidar da velhice com dependência. Esse estudo possibilitou o levantamento de algumas situações problemas e proposições conforme recomendações internacional e nacional.Introduction: Violence is a social phenomenon world-wide. Violence against the elderly is a serious problem of global public health. International organizations use different concepts for the same (Abath, 2012). The United Nations defines it as "any violent act such as to entail harm or nuisance to the elderly " (ONU 2002) , the same definition adopted by Action on Elder Abuse in the United Kingdom and the International Network for the Prevention of Elder Abuse ( INPEA- 2002). To the World Health Organization (2002 ) violence against the elderly is any act, single or repetitive, or omission occurring in any relationship allegedly trust , which causes harm or nuisance to the elderly (WHO, 2002). Among the various types of violence, abuse and mistreatment can be physical, emotional or psychological , financial , sexual, abandonment, neglect and self-neglect , which may occur outside or inside the home of the elderly. In Brazil, the concept and the classification proposed by WHO are made official in the National Policy Document to Reduce Accidents and Violence of the Ministry of Health (2001). Objective: To analyze allegations of domestic violence registered or notified to the Municipal of Belo Horizonte Senior Council against older people in the period 2011-2013. Method: This is a quantitative, descriptive study with an analytical component cohort not 2013 years of competing on allegations of domestic violence against the elderly received by the Municipal Council of the Elderly of Belo Horizonte (MG). Results: In the period 859 complaints were registered, and 185 (21.5%) in 2011; 310 (36.1%) in 2012 and 364 (42.4%) in 2013. In the investigation period, the rate doubled from 6.15/ 10,000 seniors in 2011 to 12.05/10,000 seniors in 2013, with a predominance of victims female (70%) in all age groups. The age group with the highest incidence rate was the 80 years and more, which indicates greater vulnerability in this group, the risk of which has increased from 16.79/10,000 in as for the complainant, the main sources of complaints were anonymous, accounting for 50 %; health institutions, 21%; and family, 14%. Regarding the home of the elderly, by administrative regional, Regional which recorded the highest rate of complaints during the study period was the Northeast Regional (37.89 per 10,000 elderly) while the Regional fewer notified was the Regional Center-South (15.38 per 10,000 elderly) which houses the largest number of elderly people in the city. In the three years surveyed, the largest percentage increase of complaints was observed in Barreiro which recorded an the typology of more violence identified in the complaints , in isolation or associated with other types, it was the negligence (34%), followed by psychological violence (20%) and withdrawal (19%), with variation in the ranking as the Regional studied. It found that of 859 complaints, 66.13% of the victims suffered two or more types of associated violence. These 859 complaints in 1554 allowed the identification of sets of domestic violence typologies although not included in the rankings of violence proposed by the Ministry of Health (2001), the familiar failure was recorded in reports of violence received, representing 2.6% alone, and when coupled with abandonment, neglect and self-neglect, reached 6,7 % of total complaints in three years. This form of violence showed a similar distribution in Regional Barreiro, Northeast and Northwest in 2013. Among the complaints received by the Municipal Council of the Elderly in Belo Horizonte, 810 (94%) were referred to the Social Welfare Regional Administration, 18 (2%) to advocacy agencies, 5 (1%) for Health and 26 (3%) were reports of rights violations that were being followed by the services of PBH. This Study interested in monitoring the outcome of the complaints received in 2013. When analyzed the family relationship of the perpetrator to the victim, it was found that in 165 cases (45.3%) the violence was committed by more than one member of family in 105 (28.8%) for a child in 45 (12.4%) by the daughter and in 51 (14%) by other family members (brothers, grandchildren, nieces and spouses). Of the identified 195 offenders, 46 (23.59%) were abusers of alcohol and drugs and 9 (4.6%) had some type of mental suffering. Of the total 364 complaints received and forwarded by the Municipal Council of the Elderly for the services of the Municipality of Belo Horizonte in 2013 to 280 (77%) cases there was return of this referral. In 11 cases (3%) there was cancellation of the complaint by the complainant and in 73 (20%) after 17 months of monitoring, administrative regional had not given any return to the CMI/BH. Of the 280 complaints with return services reported that: closed the service in 151 (54%); monitoring continues for 55 (20%); and identified no rights violation situation in 74 (26%). The cases closed by the services of PBH, totaling 151, 16 (10.6%) were referred to other agencies; 21 (14%) there was exhaustion of possibilities of intervention services; 20 (13.2%) there was institutionalization of the elderly; 55 (36.4%) were resolved in the family environment after intervention services and 39 (25.8%) have died. It is worth noting that in over a third of cases of PBH services have to return the CMI/ BH, the intervention of these was resolute, but more than a quarter of the cases resulted in the victim's death. The realized returns to the CMI/BH, the maximum period of time for response was 120 weeks. Conclusion: The family space deserves to be the focus of attention of public politics especially with regard to negligence, the highest rate of violence detected. Often the family does not know how to care or not to care for their elderly. We need equipment that promotes daycare elder thus avoiding the institutionalization. However, the state's option to criminalize neglect and family abandonment does not solve the lack of support structures to take care of old age with dependence. This study enabled the survey of some problem situations and propositions as international and national recommendationsUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGViolência domésticaViolência familiaEnvelhecimentoSaúde do idosoEnfrentamentoIntrafamiliarMaus tratosViolênciaEnvelhecimentoDenúncias e ações de enfrentamento à violência intrafamiliar: Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte 2011-2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALppgpromsaudeprevviolencia_sandramendon_amallet_dissertacaomestrado.pdfapplication/pdf2842997https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADAPUW/1/ppgpromsaudeprevviolencia_sandramendon_amallet_dissertacaomestrado.pdfd361f989df8720aecbaca8ce60980fe3MD51TEXTppgpromsaudeprevviolencia_sandramendon_amallet_dissertacaomestrado.pdf.txtppgpromsaudeprevviolencia_sandramendon_amallet_dissertacaomestrado.pdf.txtExtracted texttext/plain171797https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADAPUW/2/ppgpromsaudeprevviolencia_sandramendon_amallet_dissertacaomestrado.pdf.txtf9720580c707c518a12e87e9b58821c7MD521843/BUBD-ADAPUW2020-01-30 16:33:18.329oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-ADAPUWRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-30T19:33:18Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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Dentre os vários tipos de violência, os abusos e maus tratos podem ser de natureza física, emocional ou psicológica, financeira, sexual, abandono, negligência e autonegligência, podendo ocorrer fora ou dentro do domicílio da pessoa idosa. No Brasil, a conceituação e a classificação propostas pela OMS estão oficializadas no documento de Política Nacional de Redução de Acidentes e Violências do Ministério da Saúde (2001). Objetivo: Avaliar as denúncias de violência intrafamiliar registradas ou notificadas ao Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte, contra as pessoas idosas, no período de 2011 a 2013. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo com componente analítico de coorte não concorrente do ano de 2013, sobre as denúncias de violência intrafamiliar contra as pessoas idosas recebidas pelo Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte (MG). Resultados: No período foram registradas 859 denúncias, sendo 185 (21,5%) em 2011; 310 (36,1%) em 2012 e 364 (42,4%) em 2013. No período investigado, a taxa duplicou de 6,15 / 10.000 idosos em 2011 para 12,05/10.000 idosos em 2013, com predomínio de vítimas do sexo feminino (70%), em todas as faixas etárias. A faixa etária com maior taxa de incidência foi a de 80 anos e mais, o que aponta maior vulnerabilidade neste grupo, cujo risco aumentou de 16,79/10.000 em 2011, para 34,53/10.000, em 2013. Quanto ao denunciante, as principais fontes de denúncias foram anônimas, representando 50%; as Instituições de saúde, 21%; e a família, 14%. Em relação ao domicílio da pessoa idosa, por regional administrativa, a Regional que registrou a maior taxa de denúncias no período estudado foi a Regional Nordeste (37,89 por 10.000 idosos) enquanto a Regional que menos notificou foi a Regional Centro-Sul (15,38 por 10.000 idosos) a qual abriga o maior contingente de pessoas idosas da cidade. Nos três anos investigados, o maior aumento percentual de denúncias foi observado no Barreiro que registrou um aumento de 232% no período. A tipologia da violência mais identificada nas denúncias, de modo isolado ou associado a outros tipos, foi a negligência (34%), seguida pela violência psicológica (20%) e o abandono (19%), havendo variação no ranking conforme a Regional estudada. Foi possível verificar que das 859 denúncias, 66,13% das vítimas sofreram dois ou mais tipos de violência associadas. Estas 859 denúncias possibilitaram a identificação de 1554 conjuntos de tipologias de violência intrafamiliar contra a pessoa idosa. Apesar de não estar incluída nas classificações de violência propostas pelo Ministério da Saúde (2001), a insuficiência familiar foi registrada nas denúncias de violência recebidas, representando isoladamente 2,6%, e quando associada ao abandono, negligência e autonegligência, atingiu 6,7% do total de denúncias nos 3 anos. Essa forma de violência apresentou distribuição semelhante nas Regionais Barreiro, Nordeste e Noroeste, em 2013. Entre as denúncias recebidas pelo Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte, 810 (94%) foram encaminhadas para a Assistência Social da Regional Administrativa, 18 (2%) para órgãos de defesa de direitos, 5 (1%) para a Saúde e 26 (3%) foram notificações de violações de direitos que já estavam sendo acompanhadas pelos serviços da PBH. Esse estudo interessou por monitorar o desfecho das denúncias recebidas no ano de 2013. Quando analisado o vínculo familiar do agressor com a vítima, verificou-se que em 165 casos (45,3%) a violência era praticada por mais de um membro da família, em 105 (28,8%) por um filho, em 45 (12,4%) pela filha e em 51 (14%) pelos demais familiares (irmãos, netos, sobrinhos e cônjuge). Dos 195 agressores identificados, 46 (23,59%) eram abusadores de álcool e droga e 9 (4,6%) apresentavam algum tipo de sofrimento mental. Do total das 364 denúncias recebidas e encaminhadas pelo Conselho Municipal do Idoso para os serviços da Prefeitura de Belo Horizonte em 2013, para 280 (77%) casos houve retorno desse encaminhamento. Em 11 casos (3%) houve cancelamento da denúncia por parte do denunciante e em 73 (20%) após 17 meses de acompanhamento, as regionais administrativas não haviam dado nenhum retorno para o CMI/BH. Do total de 280 denúncias com retorno os serviços comunicaram que: encerraram o atendimento em 151 (54%); continuam o acompanhamento em 55 (20%); e não identificaram situação de violação de direitos em 74 (26%). Os casos encerrados pelos serviços da PBH, no total de 151, 16 (10,6%) foram encaminhados para outros órgãos; 21(14%) houve esgotamento das possibilidades de intervenção dos serviços; 20 (13,2%) houve institucionalização da pessoa idosa; 55 (36,4%) houve resolução em âmbito familiar após intervenção dos serviços e 39 (25,8%) vieram a óbito. Vale salientar que em mais de um terço dos casos os serviços da PBH deram retorno para o CMI/BH, a intervenção desses foi resolutiva, porém mais de um quarto dos casos resultou em óbito da vítima. Dos retornos realizados, para o CMI/BH, o período máximo de tempo para a resposta foi de 120 semanas. Conclusão: O espaço familiar merece ser foco de atenção das políticas públicas principalmente no que se refere à negligência, maior índice de violência detectado. Muitas vezes a família não sabe como cuidar ou ainda não quer cuidar de seus idosos. É preciso equipamentos que promovam o cuidado diurno da pessoa idosa evitando-se assim sua institucionalização. Contudo, a opção do Estado de criminalizar a negligência e o abandono familiar não resolve a falta de estruturas de apoio para cuidar da velhice com dependência. Esse estudo possibilitou o levantamento de algumas situações problemas e proposições conforme recomendações internacional e nacional.
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