Obesidade: do caráter desvairado da pulsão ao sintoma analisável

• Ano de defesa: 2012
• Autor(a) principal: Paula Duarte Felix de Souza
• Orientador(a): Marcia Maria Rosa Vieira
• Banca de defesa: Marcia Mello de Lima, Roberto Assis Ferreira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Sintoma; Caráter; Direção do tratamento; Pulsão
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9GAGVP

A sociedade contemporânea, com sua orientação para o gozo e a satisfação por meio de objetos de consumo curto e rápido, associada à debilidade da autoridade paterna, que outrora regulava e orientava os modos de gozo, tem contribuído nitidamente para o desregramento do funcionamento pulsional e o rechaço do saber inconsciente, o que tem trazido consequências na forma como o adoecimento psíquico tem se manifestado nos dias de hoje. A construção dessa dissertação teve início a partir de um caso clínico em que a forma assintomática e a dificuldade com a associação livre apresentada inicialmente pela paciente suscitaram muitas questões relativas à prática e teoria psicanalíticas, no que diz respeito à entrada em análise e à direção do tratamento. Foram utilizados dois casos da literatura psicanalítica que nos auxiliaram a localizar a problemática clínica em questão e as diretrizes possíveis para a condução do tratamento. Ao resgatarmos a noção de caráter na história da psicanálise, localizamos nele um instrumento teórico importante para a investigação de manifestações de sofrimento psíquico nas quais não está em questão um sintoma. O caráter supõe algo mais arcaico que o sintoma, portanto, anterior ao estágio de sua formação, onde a pulsão se satisfaz na ação. A direção do tratamento, de acordo com alguns autores, aponta para a retificação do circuito pulsional, para a construção de um sintoma analisável que faça conexão com o inconsciente, para a tradução em termos de saber do que se realiza como gozo, e, ainda, para a saída da posição alienada do eu não penso em direção ao eu não sou.