O genocídio dos adolescentes negros no município de Belo Horizonte: quem importa?

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Rejane Ferreira dos Reis
• Orientador(a): Cristiane de Freitas Cunha
• Banca de defesa: Alzira de Oliveira Jorge, Helvecio Miranda Magalhaes Junior
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Estigma; Racismo; Homicídio; Violência; Ideal de Embranquecimento; Adolescência; Mito da Democracia Racial; Raça
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B43GF5

Os adolescentes negros sofrem uma desqualificação peculiar e desvantagens concorrentes que se originam de sua condição racial. Este estudo adotou uma abordagem quantitativa. Foi realizada análise para caracterizar o perfil epidemiológico das mortes por homicídio e analisar as desigualdades nas taxas de mortalidade por homicídios de adolescentes negros e não negros residentes no Município de Belo Horizonte, no período de 2000 a 2014. Trata-se de estudo transversal de base populacional da mortalidade por homicídios de adolescentes, entre 10 e 19 anos, residentes no município de Belo Horizonte, Minas Gerais, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2014. Para realização deste estudo, foram utilizados dados de fonte secundária, extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), disponibilizados pelo DATASUS. O objetivo desta dissertação foi demonstrar por meio da análise de homicídios o impacto das desigualdades étnico-raciais como uma das múltiplas faces da violência na população de adolescentes residente no Município de Belo Horizonte. Neste trabalho, os principais componentes do racismo e os seus efeitos na sociedade brasileira são analisados por meio de um percurso histórico sobre a América Latina e o Brasil. A descrição da evolução histórica do sistema classificatório racial brasileiro adotado oficialmente mostra que a classificação por raças é resultado de opções socialmente construídas. Ao longo dos anos, a raça foi uma construção útil não só para classificar a variação humana, mas também para fundamentar a exploração de grupos considerados inferiores. A construção do conceito de raça, a escravidão no país, o ideal do embranquecimento e o mito da democracia racial foram definidores para a construção da identidade nacional e das formas de percepção do racismo no Brasil.