Tradição, linguagem e orientação: a escrita da história de Manoel Bomfim (1923-1931)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carolina de Oliveira Silva Othero lattes
Orientador(a): Douglas Attila Marcelina lattes
Banca de defesa: Angela Maria de Castro Gomes, Luisa Rauter Pereira, Maria da Glória de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/31964
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como objeto a escrita da história em Manoel Bomfim, mais especificamente aquela produzida em sua trilogia sobre a “formação nacional”. Os ensaios O Brasil na América (1929), O Brasil na História (1930) e O Brasil Nação (1931) foram analisados a partir da perspectiva de uma história da historiografia preocupada com a escritura, ou seja, com a dimensão narrativa da escrita da história e com a centralidade da linguagem na construção do passado. Investigamos a partir de quais recursos narrativos uma determinada experiência temporal foi construída e elaborada, ao longo dos ensaios. Para isso, analisamos o aparato conceitual empregado pelo autor para representar o passado nacional, as estratégias discursivas utilizadas na construção de um enredo para a história do Brasil e as construções metafóricas. Escolhemos como estratégia principal analisar o emprego de dois conceitos que desempenharam papel central na urdidura da narrativa histórica na trilogia: tradição e formação. Analisar a mobilização desses termos foi um ponto de partida para se compreender o aparato representacional a partir do qual uma dada realidade passada foi figurada na trilogia. Investigá-los foi um modo de analisar a escrita da história de Bomfim, pensando algumas questões de ordem teórica, epistemológica e política que a perpassavam. Duas preocupações mais amplas atravessam toda a dissertação. A primeira delas é investigar como a escrita da história de Manoel Bomfim buscou responder a dilemas que mobilizaram muito intelectuais ao longo da Primeira República, especialmente a possibilidade de construção de um Brasil moderno, a busca por uma definição da nação a partir da “língua nacional” e a sensação de crise na República brasileira. A segunda foi compreender como Manoel Bomfim escreveu uma história do Brasil apropriando-se de categorias conceituais, procedimentos analíticos e concepções epistemológicas presentes em diferentes campos disciplinares, todos eles em formação no Brasil. Para analisar essa escrita da história que conjugou diferentes saberes e teorias, especialmente aqueles provenientes da sociologia e da psicologia, colocamos a trilogia em diálogo com outra obra de Bomfim, publicada em 1923: o livro Pensar e Dizer: estudo do símbolo no pensamento e na linguagem.
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Para isso, analisamos o aparato conceitual empregado pelo autor para representar o passado nacional, as estratégias discursivas utilizadas na construção de um enredo para a história do Brasil e as construções metafóricas. Escolhemos como estratégia principal analisar o emprego de dois conceitos que desempenharam papel central na urdidura da narrativa histórica na trilogia: tradição e formação. Analisar a mobilização desses termos foi um ponto de partida para se compreender o aparato representacional a partir do qual uma dada realidade passada foi figurada na trilogia. Investigá-los foi um modo de analisar a escrita da história de Bomfim, pensando algumas questões de ordem teórica, epistemológica e política que a perpassavam. Duas preocupações mais amplas atravessam toda a dissertação. A primeira delas é investigar como a escrita da história de Manoel Bomfim buscou responder a dilemas que mobilizaram muito intelectuais ao longo da Primeira República, especialmente a possibilidade de construção de um Brasil moderno, a busca por uma definição da nação a partir da “língua nacional” e a sensação de crise na República brasileira. A segunda foi compreender como Manoel Bomfim escreveu uma história do Brasil apropriando-se de categorias conceituais, procedimentos analíticos e concepções epistemológicas presentes em diferentes campos disciplinares, todos eles em formação no Brasil. Para analisar essa escrita da história que conjugou diferentes saberes e teorias, especialmente aqueles provenientes da sociologia e da psicologia, colocamos a trilogia em diálogo com outra obra de Bomfim, publicada em 1923: o livro Pensar e Dizer: estudo do símbolo no pensamento e na linguagem.This dissertation has as its object the history of Brazil written by Manoel Bomfim, more specifically his trilogy about the "national formation". The essays Brasil na América (1929), Brasil na História (1930) e Brasil Nação (1931) were analyzed from the perspective of a history of historiography concerned with the centrality of language in the construction of the past. Our objective was to investigate the conceptual apparatus used by the author to represent the national past and the discursive strategies mobilized in the elaboration of a plot to Brazilian history. We chose as our main methodological strategy the analysis of two concepts that played a central role in the historical representation throughout the essays: tradition and formation. Analyzing the use of these terms was a starting point to understand how a past reality was constructed in the narrative. Two broader concerns are present in this dissertation. The first one is to investigate how the history of Brazil written by Manoel Bomfim sought to answer dilemmas that mobilized many intellectuals throughout the First Republic. Among these dilemmas were: the possibility of building a modern nation, the searching of a Brazilian identity in "national language” and the sense of crisis in the Brazilian Republic. The second concern is to understand how Manoel Bomfim wrote a history of Brazil using conceptual categories, analytical procedures and epistemological conceptions present in different disciplinary fields, all of them in formation at that time. In order to comprehend this writing of history that dialogued with different knowledge and theories, especially those from sociology and psychology, we analyze the trilogy together with another work from Bomfim, published in 1923: the book Pensar e dizer: estudo do símbolo no pensamento e na linguagem.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIAHistóriaBomfim, Manoel, 1868-1932Brasil - HistoriografiaManoel BomfimEscrita da históriaTemporalidadeLinguagemRepúblicaTradição, linguagem e orientação: a escrita da história de Manoel Bomfim (1923-1931)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTRADIÇÃO, LINGUAGEM E ORIENTAÇÃO - a escrita da história de Manoel Bomfim (1923-1931).pdfTRADIÇÃO, LINGUAGEM E ORIENTAÇÃO - a escrita da história de Manoel Bomfim (1923-1931).pdfapplication/pdf2105620https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31964/1/TRADI%c3%87%c3%83O%2c%20LINGUAGEM%20E%20ORIENTA%c3%87%c3%83O%20-%20a%20escrita%20da%20hist%c3%b3ria%20de%20Manoel%20Bomfim%20%281923-1931%29.pdf5c48e9d264630e5a8fd113ad5c610f51MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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