Alterações neuropsiquiátricas na doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Arthur Melo e Kummer
Orientador(a): Antonio Lucio Teixeira Junior
Banca de defesa: Fabio Lopes Rocha, Francisco Eduardo Costa Cardoso, Leonardo Franklin da Costa Fontenelle, Paulo Caramelli
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-8AGN9R
Resumo: A doença de Parkinson (DP) é definida clinicamente por sinais motores. Entretanto, sintomas não-motores são muito frequentes e, por vezes, mais incapacitantes do que o quadro motor. Esses sintomas são pouco reconhecidos e inadequadamente tratados. Eles pioram a qualidade de vida, dificultam o próprio tratamento do quadro motor e são sinais de mau prognóstico. O objetivo principal deste estudo foi avaliar a frequência e a gravidade de transtornos psiquiátricos e outras alterações comportamentais na DP. Para estudar os quadros neuropsiquiátricos, realizou-se entrevista estruturada (Mini-Plus) e aplicação de diversos instrumentos avaliando sintomatologia depressiva e ansiosa, escalas de fadiga e sono, baterias cognitivas breves, e questionários específicos sobre alterações comportamentais incomuns como síndrome de desregulação dopaminérgica e punding. Observamos frequência elevada de transtornos psiquiátricos, mas não houve diferença em relação à idade de início da doença. Ansiedade social ocorreu em 50% dos participantes, estando associada à depressão e à ansiedade. Depressão maior ocorreu em cerca de um terço da amostra. Ideias de morte e ideação suicida são comuns na DP, mas tentativas de suicídio são raras. Cerca de 65% dos pacientes tinham perda de libido. Na DP, sintomas depressivos são os maiores preditores de perda de libido, mas gênero feminino e idade avançada também são relevantes. Observou-se que pacientes com DP apresentam alterações cognitivas mesmo em fases iniciais da doença. A depressão piora déficits de funções executivas, especialmente naqueles pacientes com menor nível educacional. Aproximadamente metade dos pacientes sofre de fadiga clinicamente significativa. Gênero feminino, sintomas depressivos e sonolência excessiva diurna são preditores de fadiga. Concluindo, distúrbios neuropsiquiátricos são muito frequentes na DP. Seu estudo é de grande importância clínica e teórica, contribuindo para a compreensão desses transtornos fora do contexto da DP.
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Para estudar os quadros neuropsiquiátricos, realizou-se entrevista estruturada (Mini-Plus) e aplicação de diversos instrumentos avaliando sintomatologia depressiva e ansiosa, escalas de fadiga e sono, baterias cognitivas breves, e questionários específicos sobre alterações comportamentais incomuns como síndrome de desregulação dopaminérgica e punding. Observamos frequência elevada de transtornos psiquiátricos, mas não houve diferença em relação à idade de início da doença. Ansiedade social ocorreu em 50% dos participantes, estando associada à depressão e à ansiedade. Depressão maior ocorreu em cerca de um terço da amostra. Ideias de morte e ideação suicida são comuns na DP, mas tentativas de suicídio são raras. Cerca de 65% dos pacientes tinham perda de libido. Na DP, sintomas depressivos são os maiores preditores de perda de libido, mas gênero feminino e idade avançada também são relevantes. Observou-se que pacientes com DP apresentam alterações cognitivas mesmo em fases iniciais da doença. A depressão piora déficits de funções executivas, especialmente naqueles pacientes com menor nível educacional. Aproximadamente metade dos pacientes sofre de fadiga clinicamente significativa. Gênero feminino, sintomas depressivos e sonolência excessiva diurna são preditores de fadiga. Concluindo, distúrbios neuropsiquiátricos são muito frequentes na DP. Seu estudo é de grande importância clínica e teórica, contribuindo para a compreensão desses transtornos fora do contexto da DP.Parkinsons disease (PD) is clinically defined by its motor signs. Nevertheless, non-motor symptoms are very frequent and probably more impairing than the motor signs. These symptoms are seldom recognized and often inadequately treated. They worsen the quality of life, complicate the treatment of motor signs and are predictors of a bad prognosis. The main objective of this study was to evaluate the frequency and severity of psychiatric disorders and other behavioral changes in PD. A structured interview (Mini-Plus) was used to study neuropsychiatric disorders, as well as several instruments assessing depressive and anxiety symptoms, fatigue and sleep scales, brief cognitive batteries and some specific questionnaires about uncommon behavioral changes such as dopamine dysregulation syndrome and punding. We observed a high frequency of psychiatric disorders, but there was no statistical difference with regard to age of disease onset. Social anxiety disorder occurred in 50% of participants, and it was associated with depression and anxiety. Major depression occurred in nearly a third of the sample. Death ideas and suicidal ideations are common in PD, but suicide attempts are rare. Nearly 65% of patients had loss of libido. In PD, depressive symptoms are the main predictor of loss of libido, but female gender and advanced age are also relevant. We observed that patients with PD present cognitive impairments even at initial stages of disease. Depression impaired executive functioning, especially in those patients with low educational level. Nearly half of the patients suffer from clinically significant fatigue. Female gender, depressive symptoms and daytime sleepiness are predictors of fatigue. In conclusion, neuropsychiatric disorders are very frequent in PD. It is of great clinical and theoretical importance to study these disorders, contributing to the comprehension of these syndromes beyond the context of PD.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGParkinson, Doença de Aspectos psicológicosFadiga mentalSuicidioDepressão mentalNeurociênciasParkinson, Doença deNeuropsiquiatriaAnsiedadeDopamina FarmacologiaDoença de ParkinsonInício precoceFobia socialTranstornos psiquiátricosFadigaSíndrome de desregulação dopaminérgicaDepressãoNeuropsiquiatriaAnsiedadeLibidoCogniçãoSuicídioAlterações neuropsiquiátricas na doença de Parkinsoninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese.pdfapplication/pdf137906https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-8AGN9R/1/tese.pdffb1560d09788de3a921928f169ddfc61MD51TEXTtese.pdf.txttese.pdf.txtExtracted texttext/plain59129https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-8AGN9R/2/tese.pdf.txtec183bdbd3c6574a9db01bb22fcc7ce8MD521843/BUBD-8AGN9R2020-01-29 16:13:54.224oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-8AGN9RRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-29T19:13:54Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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