Distúrbio neurocognitivo associado ao HIV, utilizando a escala internacional de demência por HIV, em Recife, PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: ARRAES, Luciana Cardoso Martins
Orientador(a): MELO, Heloisa Ramos Lacerda de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13951
Resumo: Na fase primária da infecção pelo HIV, o vírus penetra no Sistema Nervoso Central (SNC) e estabelece um reservatório viral protegido. A infecção crônica do SNC pode levar a complicações neurodegenerativas com a possibilidade de gerar transtornos da função cognitiva e déficits dos processos mentais, tais como atenção, aprendizado, memória, rapidez do processamento de informações, capacidade de resolução de problemas e sintomas sensoriais e motores. O Distúrbio Neurocognitivo Associados ao HIV (HAND) tem merecido atenção devido ao potencial em determinar impacto funcional desfavorável na vida das pessoas vivendo com HIV (PVHIV), como dificuldade na execução das atividades da vida diária e necessidade de assistência para garantir adesão às medicações. Além disso, os pacientes apresentam dificuldade em manter seus empregos, necessitando de uma melhor assistência social. O diagnóstico clínico do HAND é idealmente baseado no desempenho dos testes neuropsicológicos. Entretanto, a aplicação destes testes é impraticável em muitos cenários clínicos, principalmente em países subdesenvolvidos. A Escala Internacional de Demência pelo HIV (IHDS) é um teste de triagem rápido, validado para a população brasileira que, de acordo com o ponto de corte estabelecido, pode detectar todas as formas do HAND (assintomática, leve e demência). Realizamos um estudo transversal, com comparação de grupos, para estimar a freqüência do HAND por meio da IHDS. As variáveis quantitativas foram descritas por meio de média, enquanto que as qualitativas foram representadas por distribuição de freqüência. As associações dos fatores relacionados ao HAND foram testadas utilizando o teste Qui-Quadrado de Pearson. Foram estudadas 98 PVHIV entre 18 e 50 anos, sem outras doenças neurológicas e psiquiátricas, atendidas nos ambulatórios de dois centros de referências para o tratamento do HIV em Recife- PE. Também foram excluídas da pesquisa as pessoas em uso de efavirenz e drogas ilícitas nos 30 dias que antecederam a entrevista. Utilizou-se como critério diagnóstico do HAND um ponto de corte ≥ 11 na IHDS, cuja sensibilidade e especificidade é de 78% e 52%, respectivamente. Encontrou-se uma elevada prevalência (66,7%) do HAND e uma associação entre o distúrbio e as pessoas com mais idade e do sexo feminino. O diagnóstico de depressão e o uso de terapia antirretrovial (TARV) com menor penetração no SNC (CPE < 8) foi mais freqüente entre as mulheres e essa associação foi estatisticamente significante (P = 0,001 e P = 0,028, respectivamente), o que poderia justificar a maior prevalência do HAND no sexo feminino. Esse trabalho alerta para a necessidade de se realizar uma triagem nas PVHIV para o HAND uma vez que parece uma comorbidade frequente, principalmente entre as pessoas com mais idade e do sexo feminino, com a finalidade de auxiliar nas estratégias de melhoria à adesão terapêutica e na oferta de TARV com maior efetividade de penetração no SNC e de medicações psicotrópicas quando necessárias.
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Além disso, os pacientes apresentam dificuldade em manter seus empregos, necessitando de uma melhor assistência social. O diagnóstico clínico do HAND é idealmente baseado no desempenho dos testes neuropsicológicos. Entretanto, a aplicação destes testes é impraticável em muitos cenários clínicos, principalmente em países subdesenvolvidos. A Escala Internacional de Demência pelo HIV (IHDS) é um teste de triagem rápido, validado para a população brasileira que, de acordo com o ponto de corte estabelecido, pode detectar todas as formas do HAND (assintomática, leve e demência). Realizamos um estudo transversal, com comparação de grupos, para estimar a freqüência do HAND por meio da IHDS. As variáveis quantitativas foram descritas por meio de média, enquanto que as qualitativas foram representadas por distribuição de freqüência. As associações dos fatores relacionados ao HAND foram testadas utilizando o teste Qui-Quadrado de Pearson. 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