A voz do testemunho : Memória, História e Acontecimento no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: FERREIRA, Erasmo da Silva
Orientador(a): DE NARDI, Fabiele Stockmans
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37803
Resumo: Esta tese se propõe investigar o funcionamento do testemunho no batimento com a história, a memória e a ideologia. Para isso, filiamo-nos ao dispositivo teórico-metodológico da Análise do Discurso de orientação materialista (AD), instaurada por Michel Pêcheux (1969), e sua interface com a Linguística, a Filosofia e a Psicanálise. Assim, buscamos compreender como se dá, discursivamente, o jogo que se produz entre a memória (dever de memória) e o esquecimento (direito ao esquecimento) que o testemunho produz. Para o empreendimento de nosso trabalho, focamos especificamente na análise de testemunhos colhidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e presentes publicamente no Relatório Final entregue à sociedade brasileira (BRASIL, 2014). Aqui, portanto, ouvimos algumas vozes que se entrelaçam na memória da violência da Ditadura Militar. É a voz do testemunho que conta (e denuncia), através do jogo de memórias, a história da tortura. A partir da análise vertical de corpus (ORLANDI, 2012), chegamos à conclusão de que o jogo entre a lembrança e o esquecimento é uma regularidade que estrutura o funcionamento do testemunho a partir de mecanismos dêitico-discursivos e da (não) denominação entre as formas materiais “EU”, “NÓS”, “ELES” e o “OUTRO”. Diante disso, observamos que o testemunho possibilita o funcionamento de mecanismos subjetivos de (des)identificação dos sujeitos com a memória da tortura e, ao mesmo tempo, produz efeitos de resistência diante daquilo que consideramos como uma espécie de esquecimento político-ideológico que o Aparelho Ideológico de Estado (ALTHUSSER, 1974) então vigente busca lançar – por meio de diferentes formas de apagamento – sobre a memória do nosso passado. Em suma, a partir dessa conclusão, pudemos propor que o Relatório Final da CNV começa a desestabilizar uma rede de memória que se construiu historicamente sobre a Ditadura Militar Brasileira e, consequentemente, caracteriza-se como um acontecimento discursivo a ler (PÊCHEUX, 2012 [1983], INDURSKY, 2015 & MARIANI, 2016) ao produzir – através da voz do testemunho – uma discursividade outra, sobre aquele acontecimento histórico, que se (re)atualiza por meio do funcionamento do interdiscurso.
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Para o empreendimento de nosso trabalho, focamos especificamente na análise de testemunhos colhidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e presentes publicamente no Relatório Final entregue à sociedade brasileira (BRASIL, 2014). Aqui, portanto, ouvimos algumas vozes que se entrelaçam na memória da violência da Ditadura Militar. É a voz do testemunho que conta (e denuncia), através do jogo de memórias, a história da tortura. A partir da análise vertical de corpus (ORLANDI, 2012), chegamos à conclusão de que o jogo entre a lembrança e o esquecimento é uma regularidade que estrutura o funcionamento do testemunho a partir de mecanismos dêitico-discursivos e da (não) denominação entre as formas materiais “EU”, “NÓS”, “ELES” e o “OUTRO”. Diante disso, observamos que o testemunho possibilita o funcionamento de mecanismos subjetivos de (des)identificação dos sujeitos com a memória da tortura e, ao mesmo tempo, produz efeitos de resistência diante daquilo que consideramos como uma espécie de esquecimento político-ideológico que o Aparelho Ideológico de Estado (ALTHUSSER, 1974) então vigente busca lançar – por meio de diferentes formas de apagamento – sobre a memória do nosso passado. Em suma, a partir dessa conclusão, pudemos propor que o Relatório Final da CNV começa a desestabilizar uma rede de memória que se construiu historicamente sobre a Ditadura Militar Brasileira e, consequentemente, caracteriza-se como um acontecimento discursivo a ler (PÊCHEUX, 2012 [1983], INDURSKY, 2015 & MARIANI, 2016) ao produzir – através da voz do testemunho – uma discursividade outra, sobre aquele acontecimento histórico, que se (re)atualiza por meio do funcionamento do interdiscurso.Esta tesis se propone investigar el funcionamiento del testimonio junto con la historia, la memoria y la ideología. Para eso, nos unimos al dispositivo teórico-metodológico del Análisis del Discurso de orientación materialista (AD) establecido por Michel Pêcheux (1969) y su interfaz con la Lingüística, la Filosofía y el Psicoanálisis. Por lo tanto, buscamos comprender cómo se da, en el discurso, el juego que se lleva a cabo entre la memoria (deber de la memoria) y el olvido (derecho a ser olvidado) que produce el testimonio. Para la realización de nuestro trabajo, nos centramos específicamente en el análisis de los testimonios recopilados por la Comisión Nacional de la Verdad (CNV) y presentados públicamente en el Informe Final entregado a la sociedad brasileña (BRASIL, 2014). Aquí, por lo tanto, escuchamos algunas voces que se entrelazan en la memoria de la violencia de la Dictadura Militar. Es la voz del testimonio que cuenta (y denuncia), a través del juego de los recuerdos, la historia de la tortura. Del análisis vertical del corpus (ORLANDI, 2012), llegamos a la conclusión de que el juego entre el recuerdo y el olvido es una regularidad que estructura el funcionamiento del testimonio mediante mecanismos deitico-discursivos y la (no)denominación entre las formas materiales “YO”, “NOSOTROS”, “ELLOS” y el “OTRO”. Luego, observamos que el testimonio permite el funcionamiento de mecanismos subjetivos de (des)identificación de los sujetos con la memoria de la tortura y, a la vez, produce efectos de resistencia frente a lo que consideramos como una especie de olvido político-ideológico que el vigente Aparato Ideológico de Estado (ALTHUSSER, 1974) busca lanzar, a través de diferentes formas de borrado, sobre la memoria de nuestro pasado. En resumen, y a partir de esta conclusión, se propone que el Informe Final de la CNV empieza a desestabilizar una red de memoria que históricamente se construyó sobre la Dictadura Militar Brasileña y, en consecuencia, se caracteriza como un acontecimiento discursivo para ser leído (PÊCHEUX, 2012 [1983], INDURSKY, 2015 y MARIANI, 2016) al producir, mediante la voz del testimonio, otra discursividad sobre aquel evento histórico, que se (re)actualiza a través del funcionamiento del interdiscurso.This doctoral thesis aims to investigate the functioning of the testimony in conjunction with history, memory and ideology. The research was embedded in the theoretical-methodological device of Discourse Analysis of materialistic orientation (DA), established by Michel Pêcheux (1969), and its interface with Linguistics, Philosophy and Psychoanalysis. Thus, we seek to understand how the game that occurs between memory (duty of memory) and forgetfulness (right to be forgetful) that the testimony produces occurs discursively. In order to do so, we focused specifically on the analysis of testimonies collected by the National Truth Commission (CNV) and publicly present in the Final Report delivered to Brazilian society (BRASIL, 2014). Here, therefore, we hear some voices that intertwine with the memory of the violence of the Military Dictatorship. It is the voice of the testimony that tells (and denounces), through the game of memories, the story of torture. From the vertical analysis of the corpus (ORLANDI, 2012), we came to the conclusion that the game between remembering and forgetting is a regularity that structures the functioning of the testimony from deictic-discursive mechanisms and the (non) denomination between the material forms “I”, “WE”, “THEM” and “OTHER”. Therefore, we observe that the testimony enables the subjective mechanisms of one‟s (de)identification to function with the memory of torture and, at the same time, produces effects of resistance in face of what we consider as a kind of political-ideological oblivion that the current ideological State Apparatus (ALTHUSSER, 1974) seeks to launch – through different forms of erasure – on the memory of our past. In short, based on that, we were able to propose that the CNV Final Report begins to destabilize a memory network that was historically constructed on the Brazilian Military Dictatorship and, consequently, is characterized as a discursive event to be read (PÊCHEUX, 2012 [1983], INDURSKY, 2015 & MARIANI, 2016) when producing – through the voice of testimony – another discursiveness about that historical event, which is (re) updated through the functioning of interdiscourse.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAnálise do DiscursoComissão Nacional da VerdadeMemóriaHistóriaDitadura MilitarA voz do testemunho : Memória, História e Acontecimento no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Erasmo da Silva Ferreira.pdfTESE Erasmo da Silva Ferreira.pdfapplication/pdf2490383https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37803/1/TESE%20Erasmo%20da%20Silva%20Ferreira.pdf079f58f28195a5d8e0901b7872e73330MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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