Terras da União – patrimônio de quem? Sobre produção e apropriação do espaço urbano em terras públicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: BORGES, Jennifer dos Santos
Orientador(a): LEAL, Suely Maria Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16055
Resumo: As terras de domínio público dão lugar à produção do espaço urbano assim como as terras de propriedade privada. O contraste entre cidade formal e informal, tão característico no Brasil, não faz essa distinção, estando refletido também nas terras pertencentes à União. Esta, titular da dominialidade sobre esses bens, importante reserva pública de recursos fundiários, estaria representando o interesse público, do Estado, ou da acumulação capitalista, na gestão do que se denomina de Patrimônio da União? Quem, de fato, se apropria do espaço produzido sobre essas terras nas múltiplas destinações que lhe são conferidas? Para ajudar a elucidar questões como essas, a pesquisa de doutorado que ora se apresenta fundamentou-se num referencial teórico-metodológico de base materialista histórico-dialética, buscando examinar as relações entre Estado e sociedade relativas à produção e apropriação do espaço urbano em terras da União. A trajetória percorrida é inicialmente de retorno às origens do objeto de estudo, investigando sua história, gênese e desenvolvimento, seguido por uma contextualização dentro do arcabouço jurídico-institucional que o regula, para, ao final, analisá-lo refletido em um recorte espacial delimitado na cidade do Recife. Neste, dois casos emblemáticos de conflitos urbanos são destacados para investigação: as lutas pelo direito à moradia no assentamento informal de baixa renda denominado Coque, e as disputas em torno do destino da área correspondente ao Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, em relação aos quais despontaram os movimentos Coque (R)Existe e Ocupe Estelita, respectivamente. Sustenta-se a tese de que os processos de produção e apropriação do espaço urbano em terras da União no Brasil refletem os conflitos de classe que permeiam as relações entre Estado e sociedade no modo de produção vigente, contrapondo, na esfera político-institucional, perspectivas ideológicas antagônicas quanto ao tratamento do urbano. Nesse sentido, o conceito de governança urbana é aplicado como ferramenta analítica relevante, por enfocar as articulações de forças e interesses que se estabelecem na política urbana, fazendo convergir esforços e recursos para a consecução de certo ideal de desenvolvimento urbano. Dessa leitura, extraem-se conclusões quanto à forma como as terras da União são geridas em atendimento a interesses de classe divergentes, indicando diferentes perspectivas de “direito à cidade”. De patrimônio estatal, apropriado capitalista ou socialmente, as terras da União precisam ser vistas, de fato, como patrimônio de todos.
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spelling BORGES, Jennifer dos SantosLEAL, Suely Maria Ribeiro2016-03-17T17:55:24Z2016-03-17T17:55:24Z2015-04-15https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16055As terras de domínio público dão lugar à produção do espaço urbano assim como as terras de propriedade privada. O contraste entre cidade formal e informal, tão característico no Brasil, não faz essa distinção, estando refletido também nas terras pertencentes à União. Esta, titular da dominialidade sobre esses bens, importante reserva pública de recursos fundiários, estaria representando o interesse público, do Estado, ou da acumulação capitalista, na gestão do que se denomina de Patrimônio da União? Quem, de fato, se apropria do espaço produzido sobre essas terras nas múltiplas destinações que lhe são conferidas? Para ajudar a elucidar questões como essas, a pesquisa de doutorado que ora se apresenta fundamentou-se num referencial teórico-metodológico de base materialista histórico-dialética, buscando examinar as relações entre Estado e sociedade relativas à produção e apropriação do espaço urbano em terras da União. A trajetória percorrida é inicialmente de retorno às origens do objeto de estudo, investigando sua história, gênese e desenvolvimento, seguido por uma contextualização dentro do arcabouço jurídico-institucional que o regula, para, ao final, analisá-lo refletido em um recorte espacial delimitado na cidade do Recife. Neste, dois casos emblemáticos de conflitos urbanos são destacados para investigação: as lutas pelo direito à moradia no assentamento informal de baixa renda denominado Coque, e as disputas em torno do destino da área correspondente ao Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, em relação aos quais despontaram os movimentos Coque (R)Existe e Ocupe Estelita, respectivamente. Sustenta-se a tese de que os processos de produção e apropriação do espaço urbano em terras da União no Brasil refletem os conflitos de classe que permeiam as relações entre Estado e sociedade no modo de produção vigente, contrapondo, na esfera político-institucional, perspectivas ideológicas antagônicas quanto ao tratamento do urbano. Nesse sentido, o conceito de governança urbana é aplicado como ferramenta analítica relevante, por enfocar as articulações de forças e interesses que se estabelecem na política urbana, fazendo convergir esforços e recursos para a consecução de certo ideal de desenvolvimento urbano. Dessa leitura, extraem-se conclusões quanto à forma como as terras da União são geridas em atendimento a interesses de classe divergentes, indicando diferentes perspectivas de “direito à cidade”. De patrimônio estatal, apropriado capitalista ou socialmente, as terras da União precisam ser vistas, de fato, como patrimônio de todos.The lands of public domain are used for the production of urban space as well as private lands. The contrast between formal and informal cities, so typical in Brazil, does not make such distinction and this reflects in the Union lands. As the holder of this estate – an important public reserve for land resources – would Union be then representing the public interest, the State interest, or the capitalist accumulation interest, in the management of what is called the Union Patrimony? Who in fact appropriates the space produced on these lands in their multiple destinations? In order to help elucidate these questions, the referring doctoral research is based on a theoretical and a methodological framework of historical and dialectical materialism, so as to try to examine the relationship between the State and society concerning the production and the appropriation of space in the Union lands. The pathway taken goes back to the origins of the object of investigation, taking into account its history, genesis and development, followed by the contextualization within the legal and institutional framework that regulates it, to finally analyze it within the delimited scope of the spatial area of the city of Recife. For this reason, two emblematic cases of urban conflicts are highlighted in the present examination: the struggle for the right to housing in low-income informal settlement called ‘Coque’, and the disputes over the destination of the area corresponding to the ‘Cinco Pontas Rail Yard’, from which the ‘Coque (R)Existe’ and ‘Ocupe Estelita’ movements emerged, respectively. It has been argued in the present thesis that the processes of production and appropriation of urban space in the Union lands of Brazil reflect the class conflicts that permeate the relations between State and society in the current mode of production, contrasting, at the political-institutional sphere, to the antagonistic ideological perspectives in relation to the urban treatment. In this sense, the concept of urban governance has been applied as a relevant analytical tool for focusing on the joint forces and interests that are established in the urban politics, bringing the efforts and resources together for achieving an ideal of urban development. From such perspective, conclusions have been reached so as to how the Union lands are managed in compliance with differing class interests, which, in turn, points to different perspectives of "right to the city". Either as a State asset, or a social or capitalist appropriation, the Union lands need to be seen, in fact, as a patrimony of all.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Desenvolvimento UrbanoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessUnion landsProduction of spaceurban governanceRight to the city.Terras da UniãoProdução do espaçoGovernançaDireito à cidadeTerras da União – patrimônio de quem? Sobre produção e apropriação do espaço urbano em terras públicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILBORGES_Jennifer TESE-MDU.pdf.jpgBORGES_Jennifer TESE-MDU.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2231https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16055/5/BORGES_Jennifer%20TESE-MDU.pdf.jpg566597c1f938a20d89e872f1b05d46e4MD55ORIGINALBORGES_Jennifer TESE-MDU.pdfBORGES_Jennifer TESE-MDU.pdfapplication/pdf7644799https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16055/1/BORGES_Jennifer%20TESE-MDU.pdf6919c1a9e8ba646eba0a507b996d9134MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16055/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16055/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTBORGES_Jennifer TESE-MDU.pdf.txtBORGES_Jennifer TESE-MDU.pdf.txtExtracted texttext/plain647611https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16055/4/BORGES_Jennifer%20TESE-MDU.pdf.txt5080b06ed4c1e1657d7e22af5b223fcbMD54123456789/160552019-10-25 22:35:36.52oai:repositorio.ufpe.br:123456789/16055TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-26T01:35:36Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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