A casa de Minerva: entre a ilha e o palácio - os discursos sobre os lugares como metáfora da identidade institucional
Ano de defesa: | 2011 |
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Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Memória Social
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Departamento: |
Centro de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11422/3556 |
Resumo: | Reflexão sobre o processo de estruturação da instituição universitária no Brasil, inserido num projeto de construção da nacionalidade brasileira, valendo-se de referenciais teóricos dos campos da História da Educação, Ciências Sociais, Memória Social e Linguagem. Parte-se do princípio de que a construção de uma pesquisa se faz mediante a ampliação do conceito de documentos, já que estes também são monumentos e, desta forma, são suscetíveis a subjetividades e intencionalidades por vezes não expressas verbal e claramente em sua produção, conservação, perpetuação e divulgação, sobretudo quando se trata de documentos oficiais das instituições. Considera-se, ainda, que os discursos institucionais ou dispositivos legais nem sempre explicitam divergências e contradições em confronto e evocam (quando não perpetuam) a memória de determinados grupos num contexto sóciohistórico específico. Concebe-se o discurso, como expresso em sua materialidade, como “palavra em movimento” e, desse modo, há que se compreender também a forma como significa, produzindo sentidos. A palavra reveste-se de um sentido ideológico a depender do contexto sóciohistórico em que é proferida e liga-se diretamente às experiências de vida de indivíduos ou grupos. Por sua vez, todo discurso expressa e produz sentidos e, mais do que somente expressar um “puro pensamento”, configura-se como consequência e fonte de relações ideológicas. Por isso torna-se imprescindível perceber, em toda pesquisa, quem são os sujeitos envolvidos bem como o contexto no qual se inscrevem as formações discursivas que conformam os discursos. Ao retomar os documentos, confrontá-los entre si, à luz de indagações empreendidas na contemporaneidade, construindo novos sentidos e redes de significados para os eventos pretéritos, espera-se articular aqui os campos da história e da memória numa perspectiva transdisciplinar. Por intermédio da Análise de Discurso da vertente francesa e das reflexões empreendidas por Mikhail Bakhtin e seu Círculo, pretende-se conferir aos registros documentais novas perguntas, já que as maneiras de expressão e registros não são inocentes e despidas das ideologias dos sujeitos. Para além de sua aparente neutralidade, revelam estruturas mentais, maneiras de perceber e organizar a realidade, por meio das redes de memórias sociais produzidas a partir de formas específicas de lembranças – e esquecimentos - e de atribuição de sentidos. Valendo-se das associações entre os discursos oficiais de Estado, os enunciados dos sujeitos e os documentos institucionais, procura-se entender a Universidade do Brasil como um modelo específico de instituição universitária coincidente ao projeto nacional-desenvolvimentista característico da centralização política do período Vargas. Sua existência, nesse sentido, implicava a supressão de modelos alternativos de outras instituições universitárias, alimentados por filiações ideológicas conflitantes ao modelo estadonovista. Dessa forma, sofreu constante interferência à sua pretensa autonomia institucional e teve, em seu interior, constantes embates entre grupos que se opuseram historicamente aos rumos de sua trajetória e construção identitária. Nesse sentido, parte-se do princípio de que a problemática discursiva sobre os locais a sediar a universidade configura-se como metáfora de uma discursividade que atravessava uma problemática maior: seu projeto pedagógico que lhe conferiria uma identidade institucional. Metáfora aqui entendida, não apenas como figura de linguagem, mas como transferência que estabelece novos modos de significações para os discursos. |
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Parte-se do princípio de que a construção de uma pesquisa se faz mediante a ampliação do conceito de documentos, já que estes também são monumentos e, desta forma, são suscetíveis a subjetividades e intencionalidades por vezes não expressas verbal e claramente em sua produção, conservação, perpetuação e divulgação, sobretudo quando se trata de documentos oficiais das instituições. Considera-se, ainda, que os discursos institucionais ou dispositivos legais nem sempre explicitam divergências e contradições em confronto e evocam (quando não perpetuam) a memória de determinados grupos num contexto sóciohistórico específico. Concebe-se o discurso, como expresso em sua materialidade, como “palavra em movimento” e, desse modo, há que se compreender também a forma como significa, produzindo sentidos. A palavra reveste-se de um sentido ideológico a depender do contexto sóciohistórico em que é proferida e liga-se diretamente às experiências de vida de indivíduos ou grupos. Por sua vez, todo discurso expressa e produz sentidos e, mais do que somente expressar um “puro pensamento”, configura-se como consequência e fonte de relações ideológicas. Por isso torna-se imprescindível perceber, em toda pesquisa, quem são os sujeitos envolvidos bem como o contexto no qual se inscrevem as formações discursivas que conformam os discursos. Ao retomar os documentos, confrontá-los entre si, à luz de indagações empreendidas na contemporaneidade, construindo novos sentidos e redes de significados para os eventos pretéritos, espera-se articular aqui os campos da história e da memória numa perspectiva transdisciplinar. Por intermédio da Análise de Discurso da vertente francesa e das reflexões empreendidas por Mikhail Bakhtin e seu Círculo, pretende-se conferir aos registros documentais novas perguntas, já que as maneiras de expressão e registros não são inocentes e despidas das ideologias dos sujeitos. Para além de sua aparente neutralidade, revelam estruturas mentais, maneiras de perceber e organizar a realidade, por meio das redes de memórias sociais produzidas a partir de formas específicas de lembranças – e esquecimentos - e de atribuição de sentidos. Valendo-se das associações entre os discursos oficiais de Estado, os enunciados dos sujeitos e os documentos institucionais, procura-se entender a Universidade do Brasil como um modelo específico de instituição universitária coincidente ao projeto nacional-desenvolvimentista característico da centralização política do período Vargas. Sua existência, nesse sentido, implicava a supressão de modelos alternativos de outras instituições universitárias, alimentados por filiações ideológicas conflitantes ao modelo estadonovista. Dessa forma, sofreu constante interferência à sua pretensa autonomia institucional e teve, em seu interior, constantes embates entre grupos que se opuseram historicamente aos rumos de sua trajetória e construção identitária. Nesse sentido, parte-se do princípio de que a problemática discursiva sobre os locais a sediar a universidade configura-se como metáfora de uma discursividade que atravessava uma problemática maior: seu projeto pedagógico que lhe conferiria uma identidade institucional. Metáfora aqui entendida, não apenas como figura de linguagem, mas como transferência que estabelece novos modos de significações para os discursos.Examines the structuring process of the university education in Brazil, inserted in a nationality construction project, drawing on theoretical frameworks from the fields of History of Education, Social Sciences, Social Memory and Language. We start out from the principle that the construction of a piece of research is done by expanding the concept of what documents are, insofar as these are also monuments and are, thus, susceptible to subjectivities and intentionalities which are sometimes not verbally and clearly expressed in their production, conservation, perpetuation and dissemination, especially when one is dealing with official documents from institutions. We also believe that institutional discourse or legal provisions sometimes fail to explain clashing discrepancies and contradictions, and evoke, if not perpetuate, the memory of certain groups in a specific social-historical context. We conceive discourse, expressed in its materiality, as “words in movement” and thus it is also crucial to understand the way it produces different meanings. Words bear an ideological meaning depending on the socio-historical context in which they are uttered and they are directly linked to the life experiences of individuals or groups. In turn, all discourse expresses and produces meanings and, over and above expressing a “pure thought”, it appears as a consequence and a source of ideological relations. Therefore, it is of paramount importance that, in all research, one correctly identifies the subjects as well as the context in which the discoursive formations appear. When we examine documents, comparing them in the light of contemporary investigation, building new meanings and new networks of meaning for past events, we hope to relate the fields of history and meaning from a transdiciplinary perspective. Through French Discourse Analysis as well as the theoretical framework of Mikhail Bakthtin's and his Circle, we intend to pose new questions about the document archives, since the ways of expression and recording are not innocent or devoid of the subjects' ideologies. Beyond their apparent neutrality, words reveal mental structures, ways of perceiving and organizing reality, through memory networks produced from specific memories – and lapses of memory – and attributions of meanings. Using associations between the State’s official discourse, subjects’ utterances and institutional documents, we try to understand the University of Brazil as a specific model of university institution which coincides with the national developmental project, typical of Vargas's policy of political centralization. Its existence, in this sense, implied the obliteration of alternative models from other universities, which were fuelled by ideological affiliations that conflicted with Vargas's New State model. In this way, there was constant interference with its so-called institutional autonomy and it showed constant internal struggles by groups which were historically opposed to its objectives and its identity construction. In this sense, we start off from the principle that the discourse employed to discuss the possible locations of the university can be seen as a metaphor within a specific discourse pattern which presented a more serious conflict: the university’s pedagogical project, which would ultimately give it an institutional identity. Metaphor is here understood not only as a figure of speech but also as a transfer process that establishes new meanings for discourse.Submitted by Antonio Oliveira (antoniojose@facc.ufrj.br) on 2018-01-26T18:58:24Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) A casa de Minerva - entre a ilha e o palácio.pdf: 8548207 bytes, checksum: 76823524c28afd1540bc14e91436f100 (MD5)Made available in DSpace on 2018-01-26T18:58:24Z (GMT). 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Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
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