Vivendo na cidade: borboletas frugívoras em uma paisagem urbana
Ano de defesa: | 2017 |
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Palavras-chave em Português: | |
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Link de acesso: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23451 |
Resumo: | Com o crescimento populacional e a expansão das cidades, o processo de urbanização e sua influência sobre a biota local entraram no hall de estudos ecológicos. Áreas verdes em meio a prédios e ruas tendem a se comportar como ilhas, servindo de refúgios para diversas espécies. O presente estudo teve o objetivo de entender quais fatores (e.g. área, cobertura vegetal) determinam a estrutura das comunidades de borboletas frugívoras em praças públicas e qual a influência de uma grande área preservada (Parque das Dunas) na dinâmica das borboletas nas praças. Além disso, averiguamos se as comunidades de borboletas em diferentes hábitats possuem diferentes características ecológicas. Foram selecionadas 18 praças em três categorias de distância para o Parque das Dunas: Camada 1 (0 a 1000 m), Camada 2 (1001 a 2000 m ) e Camada 3 (2001 a 3000 m). Em cada camada de distância selecionamos 2 praças pequenas (1000 - 3000 m2), 2 médias (3001 - 5001 m2) e 2 grandes (> 5001 m2). Três pontos dentro do Parque das Dunas foram escolhidos como área controle. Após 12 meses de coleta, foram registrados 635 indivíduos de 13 espécies de borboletas frugívoras. Nas 18 praças encontramos 475 indivíduos de 9 espécies (Hamadryas februa, Hamadryas feronia, Hamadryas amphinome, Historis odius, Historis acheronta, Fountainea sp., Opsiphanes invirae, Siderone galanthis e Taygetis laches), e nos três pontos no Parque das Dunas registramos 160 indivíduos de 12 espécies (todas encontradas nas praças, exceto Fountainea sp., mais Archaeoprepona demophoon, Prepona laertes, Zaretis isidora e Yphthimoides manasses). O baixo número de espécies encontradas na cidade é reflexo de uma homogeneidade local consequente de uma matriz quase impermeável. Foi possível verificar que nos períodos de chuva, a abundância aumenta significativamente nas praças, revelando que, quando a precipitação aumenta, a matriz se torna mais permeável, permitindo o deslocamento dos indivíduos e até mesmo o aparecimento de espécies encontradas predominantemente em florestas. A composição de espécies entre Parque e praças foi significativamente diferentes. Os valores dos componentes da beta diversidade revelaram que a comunidade de borboletas nas praças são sub-amostras aninhadas na comunidade do Parque. Com a seleção de modelos, foi possível verificar que a riqueza e abundância de borboletas frugívoras é dominada por processos estocásticos (modelo mulo), além do número de árvores frutíferas e tamanho das praças. Esses resultados indicam que as condições das praças diferem muito do Parque das Dunas e que as praças são excelentes filtros para as espécies, revelando uma dinâmica aleatória e neutra dominada por espécies generalistas e tolerantes. |
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O presente estudo teve o objetivo de entender quais fatores (e.g. área, cobertura vegetal) determinam a estrutura das comunidades de borboletas frugívoras em praças públicas e qual a influência de uma grande área preservada (Parque das Dunas) na dinâmica das borboletas nas praças. Além disso, averiguamos se as comunidades de borboletas em diferentes hábitats possuem diferentes características ecológicas. Foram selecionadas 18 praças em três categorias de distância para o Parque das Dunas: Camada 1 (0 a 1000 m), Camada 2 (1001 a 2000 m ) e Camada 3 (2001 a 3000 m). Em cada camada de distância selecionamos 2 praças pequenas (1000 - 3000 m2), 2 médias (3001 - 5001 m2) e 2 grandes (> 5001 m2). Três pontos dentro do Parque das Dunas foram escolhidos como área controle. Após 12 meses de coleta, foram registrados 635 indivíduos de 13 espécies de borboletas frugívoras. Nas 18 praças encontramos 475 indivíduos de 9 espécies (Hamadryas februa, Hamadryas feronia, Hamadryas amphinome, Historis odius, Historis acheronta, Fountainea sp., Opsiphanes invirae, Siderone galanthis e Taygetis laches), e nos três pontos no Parque das Dunas registramos 160 indivíduos de 12 espécies (todas encontradas nas praças, exceto Fountainea sp., mais Archaeoprepona demophoon, Prepona laertes, Zaretis isidora e Yphthimoides manasses). O baixo número de espécies encontradas na cidade é reflexo de uma homogeneidade local consequente de uma matriz quase impermeável. Foi possível verificar que nos períodos de chuva, a abundância aumenta significativamente nas praças, revelando que, quando a precipitação aumenta, a matriz se torna mais permeável, permitindo o deslocamento dos indivíduos e até mesmo o aparecimento de espécies encontradas predominantemente em florestas. A composição de espécies entre Parque e praças foi significativamente diferentes. Os valores dos componentes da beta diversidade revelaram que a comunidade de borboletas nas praças são sub-amostras aninhadas na comunidade do Parque. Com a seleção de modelos, foi possível verificar que a riqueza e abundância de borboletas frugívoras é dominada por processos estocásticos (modelo mulo), além do número de árvores frutíferas e tamanho das praças. Esses resultados indicam que as condições das praças diferem muito do Parque das Dunas e que as praças são excelentes filtros para as espécies, revelando uma dinâmica aleatória e neutra dominada por espécies generalistas e tolerantes.As consequence of population growth and city expansion, the influence of the urbanization process on biodiversity has become an important topic of ecological studies. Green areas among buildings and streets tend to behave like islands, serving as refugia for many species. This study aimed to understand the factors that determine the structure of fruitfeeding butterflies assemblages in public squares and the influence of large area preserved (Dunes Park) in the dynamics of butterflies in public plazas. Eighteen plazas were selected within three distance categories to Dunes Park: Layer 1 (0-1000 m), Layer 2 (1001-2000 m) and Layer 3 (2001-3000 m). Within each distance layer, we selected, two small (1000-3000 m2), two medium (3001-5001 m2) and two large (> 5001 m2) plazas. Three sampling sites in Dunes Park were chosen as control. We capture 635 individuals of 13 species of fruit-feeding butterflies. We collected 475 individuals of 9 species in the plazas and 160 individuals of 12 species in the State Park. The low number of species found in the city is a reflection of a consistent local homogeneity of a nearly impervious matrix. We found that during the rainy season, species abundance increased significantly in plazas, revealing that when rainfall increases, the matrix becomes more permeable, allowing individuals movement and even the appearance of species classified as forest specialist. Rarefaction curves showed that the State Park supports more species than the plazas. In addiction to species richness, species composition was also significantly different between Park and squares, with the urban landscape dominated by generalist and tolerant species. The values of the components of beta diversity revealed that communities of butterflies in the plazas are nested subsets of the Park community. Using a model selection approach I show that richness and abundance of fruitfeeding butterflies are dominated by stochastic processes (null model) and number of fruit trees and plaza area. These results indicate that the conditions of the plazas differ greatly from the Dunes Park and that urban plazas are very strong filters for fruit-feeding butterflies, revealing a random and neutral dynamics.porCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIAUrbanizaçãoLepidopteraPraçasComunidadeAninhamentoVivendo na cidade: borboletas frugívoras em uma paisagem urbanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALVivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdfVivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdfapplication/pdf6704776https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23451/1/VivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdf56628e52ae1fe3a1a6247b5feb647787MD51TEXTIsabelaFreitasOliveira_DISSERT.pdf.txtIsabelaFreitasOliveira_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain80358https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23451/4/IsabelaFreitasOliveira_DISSERT.pdf.txt5919690cde981587803ec008eeaaf180MD54VivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdf.txtVivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain80235https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23451/6/VivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdf.txtcbfebc70ee5d5a62cd3f676d8240a7c8MD56THUMBNAILIsabelaFreitasOliveira_DISSERT.pdf.jpgIsabelaFreitasOliveira_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg1933https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23451/5/IsabelaFreitasOliveira_DISSERT.pdf.jpg91eb78b957492c615aa4ca9736c16ca7MD55VivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdf.jpgVivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1178https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23451/7/VivendoCidadeBorboletas_Oliveira_2017.pdf.jpgd67cc2600a4e0782f81aca26dde79092MD57123456789/234512019-06-02 02:20:02.227oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/23451Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-06-02T05:20:02Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Com o crescimento populacional e a expansão das cidades, o processo de urbanização e sua influência sobre a biota local entraram no hall de estudos ecológicos. Áreas verdes em meio a prédios e ruas tendem a se comportar como ilhas, servindo de refúgios para diversas espécies. O presente estudo teve o objetivo de entender quais fatores (e.g. área, cobertura vegetal) determinam a estrutura das comunidades de borboletas frugívoras em praças públicas e qual a influência de uma grande área preservada (Parque das Dunas) na dinâmica das borboletas nas praças. Além disso, averiguamos se as comunidades de borboletas em diferentes hábitats possuem diferentes características ecológicas. Foram selecionadas 18 praças em três categorias de distância para o Parque das Dunas: Camada 1 (0 a 1000 m), Camada 2 (1001 a 2000 m ) e Camada 3 (2001 a 3000 m). Em cada camada de distância selecionamos 2 praças pequenas (1000 - 3000 m2), 2 médias (3001 - 5001 m2) e 2 grandes (> 5001 m2). Três pontos dentro do Parque das Dunas foram escolhidos como área controle. Após 12 meses de coleta, foram registrados 635 indivíduos de 13 espécies de borboletas frugívoras. Nas 18 praças encontramos 475 indivíduos de 9 espécies (Hamadryas februa, Hamadryas feronia, Hamadryas amphinome, Historis odius, Historis acheronta, Fountainea sp., Opsiphanes invirae, Siderone galanthis e Taygetis laches), e nos três pontos no Parque das Dunas registramos 160 indivíduos de 12 espécies (todas encontradas nas praças, exceto Fountainea sp., mais Archaeoprepona demophoon, Prepona laertes, Zaretis isidora e Yphthimoides manasses). O baixo número de espécies encontradas na cidade é reflexo de uma homogeneidade local consequente de uma matriz quase impermeável. Foi possível verificar que nos períodos de chuva, a abundância aumenta significativamente nas praças, revelando que, quando a precipitação aumenta, a matriz se torna mais permeável, permitindo o deslocamento dos indivíduos e até mesmo o aparecimento de espécies encontradas predominantemente em florestas. A composição de espécies entre Parque e praças foi significativamente diferentes. Os valores dos componentes da beta diversidade revelaram que a comunidade de borboletas nas praças são sub-amostras aninhadas na comunidade do Parque. Com a seleção de modelos, foi possível verificar que a riqueza e abundância de borboletas frugívoras é dominada por processos estocásticos (modelo mulo), além do número de árvores frutíferas e tamanho das praças. Esses resultados indicam que as condições das praças diferem muito do Parque das Dunas e que as praças são excelentes filtros para as espécies, revelando uma dinâmica aleatória e neutra dominada por espécies generalistas e tolerantes. |
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