Análise de grafos de textos literários: investigação de traços psicóticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pinheiro, Sylvia Galvão de Vasconcelos
Orientador(a): Ribeiro, Sidarta Tollendal Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23204
Resumo: Estudos recentes em psiquiatria computacional (Mota et al., 2012; Mota et al., 2014, Mota et al., em preparação) apontam diferenças estruturais significativas entre os discursos de pacientes com psicose e de sujeitos saudáveis. A análise de grafos de relatos destes sujeitos permite quantificar sintomas da psicose esquizofrênica, caracterizada por fala pobre, repetitiva e com baixa conectividade entre as palavras. Com base numa reinterpretação literal de textos históricos, Julian Jaynes propôs que a psicose foi socialmente prevalente até cerca de 1.000 anos a.C (Jaynes, 1976). Esta conjectura foi corroborada pela primeira vez por Diuk et al. (2012), que utilizaram análise de semântica latente para demonstrar que o nível de similaridade com o conceito de introspecção cresce com o tempo em textos judaico-cristãos e greco-romanos do último milênio a.C. Neste trabalho buscamos investigar a hipótese de que textos da Antiguidade são estruturalmente mais semelhantes a relatos de psicóticos do que a relatos de sujeitos saudáveis. Para isso, investigamos atributos de grafo em 448 textos históricos, datados de 3000 a.C. a 2010 d.C compreendendo seis diferentes tradições da Eurásia (Siro-Mesopotâmica, Egípcia, Hindu, Persa, Judaico-Cristã, Greco-Romana) e três grupos de literatura mais recente (Medieval, Moderna, Contemporânea). Um total de 14 atributos de grafo foi estudado, compreendendo diversidade lexical (número de nós), conectividade (arestas, maior componente conectado, maior componente fortemente conectado), recorrência (arestas repetidas, arestas paralelas, ciclos de 1, 2 ou 3 nós) e atributos globais (grau médio total, diâmetro, densidade, média dos caminhos mínimos, e coeficiente de aglomeramento). Os resultados revelaram um padrão claro de aumento assintótico da diversidade de palavras e de conectividade, com diminuição das recorrências ao longo do tempo. Os resultados são compatíveis com a teoria de que a psicose é um traço ancestral da espécie humana.
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A análise de grafos de relatos destes sujeitos permite quantificar sintomas da psicose esquizofrênica, caracterizada por fala pobre, repetitiva e com baixa conectividade entre as palavras. Com base numa reinterpretação literal de textos históricos, Julian Jaynes propôs que a psicose foi socialmente prevalente até cerca de 1.000 anos a.C (Jaynes, 1976). Esta conjectura foi corroborada pela primeira vez por Diuk et al. (2012), que utilizaram análise de semântica latente para demonstrar que o nível de similaridade com o conceito de introspecção cresce com o tempo em textos judaico-cristãos e greco-romanos do último milênio a.C. Neste trabalho buscamos investigar a hipótese de que textos da Antiguidade são estruturalmente mais semelhantes a relatos de psicóticos do que a relatos de sujeitos saudáveis. Para isso, investigamos atributos de grafo em 448 textos históricos, datados de 3000 a.C. a 2010 d.C compreendendo seis diferentes tradições da Eurásia (Siro-Mesopotâmica, Egípcia, Hindu, Persa, Judaico-Cristã, Greco-Romana) e três grupos de literatura mais recente (Medieval, Moderna, Contemporânea). Um total de 14 atributos de grafo foi estudado, compreendendo diversidade lexical (número de nós), conectividade (arestas, maior componente conectado, maior componente fortemente conectado), recorrência (arestas repetidas, arestas paralelas, ciclos de 1, 2 ou 3 nós) e atributos globais (grau médio total, diâmetro, densidade, média dos caminhos mínimos, e coeficiente de aglomeramento). Os resultados revelaram um padrão claro de aumento assintótico da diversidade de palavras e de conectividade, com diminuição das recorrências ao longo do tempo. Os resultados são compatíveis com a teoria de que a psicose é um traço ancestral da espécie humana.Recent studies in computational psychiatry (Mota et al., 2012, Mota et al., 2014, Mota et al., in preparation) indicate significant structural differences between the speech of psychotic and healthy subjects. Graph analysis of these subjects’ autobiographic reports allows the quantification of psychotic speech symptoms, marked by poor, disconnected and repetitive speech. Based on a literal reevaluation of ancient texts, Julian Jaynes proposed that psychosis was socially prevalent until around 1,000 BC (Jaynes, 1976). This conjecture was corroborated for the first time by Diuk et al. (2012), who used Latent Semantic Analysis to demonstrate that semantic similarity to the introspection concept increased over time in Judeo-Christian and Greco-Roman texts from the first millennium BC. Here we set out to test the hypothesis that ancient texts are structurally more similar to reports from psychotic subjects than to reports from healthy subjects. To that end we assessed graph attributes in 448 historical texts from 3,000 BC to 2,010 AC, comprising six different cultures of Afro-Eurasia (Syro-Mesopotamian, Egyptian, Hindu, Persian, Judeo-Christian, Greek-Roman) and three more recent literary categories (Medieval, Modern, and Contemporary). A total of 14 graph attributes was assessed, comprising lexical diversity (number of nodes), connectedness (edges, largest connected component, largest strongly connected component) and size (diameter, average shortest path), recurrence (repeated edges, parallel edges, loops of 1, 2 or 3 nodes), and global attributes (average total degree, density, clustering coefficient). The results revealed a clear pattern: While lexical diversity and connectivity increased asymptotically over time, recurrence decreased. These findings are compatible with the notion that psychosis is an early trait of our species.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porCNPQ::OUTROS::CIENCIAS: NEUROCIÊNCIASAnálise de grafosEvolução da linguagemPsiquiatria computacionalSintaxeHistóriaAnálise de grafos de textos literários: investigação de traços psicóticosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIASUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALSylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdfSylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdfapplication/pdf2981247https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23204/1/SylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdfbb6e687ce55af02924b561c178709408MD51TEXTSylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdf.txtSylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdf.txtExtracted texttext/plain117236https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23204/4/SylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdf.txt8f42042c7beed58c7bedcf389b68ec0bMD54THUMBNAILSylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdf.jpgSylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2778https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/23204/5/SylviaGalvaoDeVasconcelosPinheiro_DISSERT.pdf.jpgc26293109db33307b139c9f5986bc6e7MD55123456789/232042017-11-03 00:37:17.226oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/23204Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2017-11-03T03:37:17Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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