A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Martins, Naara de Oliveira
Orientador(a): Coutinho, Karyne Dias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29222
Resumo: A partir de perspectivas afrocêntricas, este estudo pesquisa a noção de Poéticas Pretas como possibilidade de autopotência na criação em Artes Cênicas e como desestabilização das estereotipias raciais nesse âmbito, entendendo tais estereotipias como práticas epistemicidas que necessitam ser problematizadas e combatidas. Inspirando-se no conto A gente combinamos de não morrer, de Conceição Evaristo, a Dissertação ora apresentada, que se intitula A gente combinamos de escreviver, tece relações entre Poéticas Pretas e a produção de subjetividades Pretas, trabalhando com a importância do afeto entre nós mesmas/os (bell hooks) e com os “usos da raiva” (Audre Lorde), ambos necessários para a manutenção e sustento das nossas escrevivências. Para tanto, parte-se dos conceitos de “encruzilhada”, de Leda Maria Martins, como reversão metodológica; e de “necropolítica”, de Mbembe, enquanto política da morte, supressora e mantenedora das narrativas hegemônicas sobre os nossos corpos — este seundo conceito também inspirou a necroperformance ¿Y si muero aquí?, realizada nas cidades de Oaxaca de Juárez e Cidade do México / México, como parte desta pesquisa. Na esteira disso, este trabalho encruzilha epistemes de autoras e autores como Audre Lorde (1978; 2018), Abdias do Nascimento (1980), Sueli Carneiro (2003), Frantz Fanon (2008), Lélia Gonzalez (2018), Achille Mbembe (2018; 2016), bell hooks (1994), Leda Maria Martins (2003), Alice Walker (2018), Molefi Asante (2009), Alex Ratts (2007), entres outras/os. Este trabalho é carregado de “projéteis” que laboram sobre a responsabilidade com nós mesmas/os, a de compartilharmos e difundirmos linguagens e ações. Nós temos um compromisso com a quebra do silêncio, com a sua transformação numa linguagem criativa e artística. Assim, o que interessa nesta pesquisa-encruzilhada é sobretudo a reverberação dos abalos provocados pelas Poéticas Pretas. Essas que pretendem ir além dos padrões tradicionalmente entendidos como “raça”, fazendo cintilar a ideia de que há muitas formas de enunciar essas subjetividades Pretas a partir da arte e, portanto, também na vida.
id UFRN_76eb2bcdb300437be8a06db5d8827291
oai_identifier_str oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/29222
network_acronym_str UFRN
network_name_str Repositório Institucional da UFRN
repository_id_str
spelling Martins, Naara de OliveiraRodrigues, Denise Carvalho dos SantosLyra, Luciana de Fátima Rocha Pereira dePanamby, Sara EltonCoutinho, Karyne Dias2020-06-10T17:56:57Z2020-06-10T17:56:57Z2020-03-02MARTINS, Naara de Oliveira. A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas. 2020. 177f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29222A partir de perspectivas afrocêntricas, este estudo pesquisa a noção de Poéticas Pretas como possibilidade de autopotência na criação em Artes Cênicas e como desestabilização das estereotipias raciais nesse âmbito, entendendo tais estereotipias como práticas epistemicidas que necessitam ser problematizadas e combatidas. Inspirando-se no conto A gente combinamos de não morrer, de Conceição Evaristo, a Dissertação ora apresentada, que se intitula A gente combinamos de escreviver, tece relações entre Poéticas Pretas e a produção de subjetividades Pretas, trabalhando com a importância do afeto entre nós mesmas/os (bell hooks) e com os “usos da raiva” (Audre Lorde), ambos necessários para a manutenção e sustento das nossas escrevivências. Para tanto, parte-se dos conceitos de “encruzilhada”, de Leda Maria Martins, como reversão metodológica; e de “necropolítica”, de Mbembe, enquanto política da morte, supressora e mantenedora das narrativas hegemônicas sobre os nossos corpos — este seundo conceito também inspirou a necroperformance ¿Y si muero aquí?, realizada nas cidades de Oaxaca de Juárez e Cidade do México / México, como parte desta pesquisa. Na esteira disso, este trabalho encruzilha epistemes de autoras e autores como Audre Lorde (1978; 2018), Abdias do Nascimento (1980), Sueli Carneiro (2003), Frantz Fanon (2008), Lélia Gonzalez (2018), Achille Mbembe (2018; 2016), bell hooks (1994), Leda Maria Martins (2003), Alice Walker (2018), Molefi Asante (2009), Alex Ratts (2007), entres outras/os. Este trabalho é carregado de “projéteis” que laboram sobre a responsabilidade com nós mesmas/os, a de compartilharmos e difundirmos linguagens e ações. Nós temos um compromisso com a quebra do silêncio, com a sua transformação numa linguagem criativa e artística. Assim, o que interessa nesta pesquisa-encruzilhada é sobretudo a reverberação dos abalos provocados pelas Poéticas Pretas. Essas que pretendem ir além dos padrões tradicionalmente entendidos como “raça”, fazendo cintilar a ideia de que há muitas formas de enunciar essas subjetividades Pretas a partir da arte e, portanto, também na vida.Desde perspectivas afrocéntricas, este estudio investiga la noción de Poéticas Negras (Poéticas Pretas) como una posibilidad de auto potencia en la creación en las Artes Escénicas y como una desestabilización de los estereotipos raciales en este contexto, entendiendo tales estereotipos como prácticas epistémicas que deben ser problematizadas y combatidas. Inspirado en el cuento A gente combinamos de não morrer, de Conceição Evaristo, la Disertación ahora presentada titulada A gente combinamos de escreviver, entrelaza las relaciones entre las Poéticas Negras (Poéticas Pretas) y la producción de subjetividades negras, trabajando con la importancia del afecto entre nosotras/os (bell hooks) y con los “usos de la ira” (Audre Lorde), ambos necesarios para el mantenimiento y el apoyo de nuestros registros. Para eso, parte de los conceptos de “encrucijada”, de Leda Maria Martins, como una inversión metodológica; y la “necropolítica”, de Mbembe, como una política de muerte, que suprime y mantiene narrativas hegemónicas sobre nuestros cuerpos. Este segundo concepto también inspiró el desempeño de la necroperformance ¿Y si muero aquí?, hecha en las ciudades de Oaxaca de Juárez y Ciudad de México, en México, como parte de esta investigación. En el curso de eso, este trabajo cruza epistemes de autoras y autores como Audre Lorde (1978; 2018), Abdias do Nascimento (1980), Sueli Carneiro (2003), Frantz Fanon (2008), Lélia Gonzalez (2018), Achille Mbembe (2018 ; 2016), bell hooks (1994), Leda Maria Martins (2003), Alice Walker (2018), Molefi Asante (2009), Alex Ratts (2007), entre otras/os. Este trabajo está cargado de “proyectiles” que trabajan con responsabilidad con nosotras/os mismas/os, el de compartir y difundir lenguajes y acciones. Estamos comprometidos a romper el silencio, transformándolo en un lenguaje creativo y artístico. Por lo tanto, lo que importa en esta investigación de encrucijada es sobre todo la reverberación de las conmociones causadas por Poéticas Negras (Poéticas Pretas). Essas que pretendem ir além dos padrões tradicionalmente entendidos como “raça”, fazendo cintilar a ideia de que há muitas formas de enunciar essas subjetividades Pretas a partir da arte e, portanto, também na vida.CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTESPoéticas PretasEscrevivênciaNecroperformanceEpistemicídioArtes CênicasA gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICASUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTGentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.txtGentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain396491https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29222/2/Gentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.txt1de81a3b2f25b4cbc6fe88cbd032aa93MD52THUMBNAILGentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.jpgGentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1213https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29222/3/Gentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.jpgf9b3c7b6387927081555904841f43786MD53ORIGINALGentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdfapplication/pdf5656344https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29222/1/Gentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdfbc236eaec6ac6fe80f2508e29b01b81eMD51123456789/292222020-06-14 04:38:49.905oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/29222Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-06-14T07:38:49Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
title A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
spellingShingle A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
Martins, Naara de Oliveira
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES
Poéticas Pretas
Escrevivência
Necroperformance
Epistemicídio
Artes Cênicas
title_short A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
title_full A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
title_fullStr A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
title_full_unstemmed A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
title_sort A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas
author Martins, Naara de Oliveira
author_facet Martins, Naara de Oliveira
author_role author
dc.contributor.authorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.advisorID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees1.none.fl_str_mv Rodrigues, Denise Carvalho dos Santos
dc.contributor.referees1ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees2.none.fl_str_mv Lyra, Luciana de Fátima Rocha Pereira de
dc.contributor.referees2ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.referees3.none.fl_str_mv Panamby, Sara Elton
dc.contributor.referees3ID.pt_BR.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins, Naara de Oliveira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Coutinho, Karyne Dias
contributor_str_mv Coutinho, Karyne Dias
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES
Poéticas Pretas
Escrevivência
Necroperformance
Epistemicídio
Artes Cênicas
dc.subject.por.fl_str_mv Poéticas Pretas
Escrevivência
Necroperformance
Epistemicídio
Artes Cênicas
description A partir de perspectivas afrocêntricas, este estudo pesquisa a noção de Poéticas Pretas como possibilidade de autopotência na criação em Artes Cênicas e como desestabilização das estereotipias raciais nesse âmbito, entendendo tais estereotipias como práticas epistemicidas que necessitam ser problematizadas e combatidas. Inspirando-se no conto A gente combinamos de não morrer, de Conceição Evaristo, a Dissertação ora apresentada, que se intitula A gente combinamos de escreviver, tece relações entre Poéticas Pretas e a produção de subjetividades Pretas, trabalhando com a importância do afeto entre nós mesmas/os (bell hooks) e com os “usos da raiva” (Audre Lorde), ambos necessários para a manutenção e sustento das nossas escrevivências. Para tanto, parte-se dos conceitos de “encruzilhada”, de Leda Maria Martins, como reversão metodológica; e de “necropolítica”, de Mbembe, enquanto política da morte, supressora e mantenedora das narrativas hegemônicas sobre os nossos corpos — este seundo conceito também inspirou a necroperformance ¿Y si muero aquí?, realizada nas cidades de Oaxaca de Juárez e Cidade do México / México, como parte desta pesquisa. Na esteira disso, este trabalho encruzilha epistemes de autoras e autores como Audre Lorde (1978; 2018), Abdias do Nascimento (1980), Sueli Carneiro (2003), Frantz Fanon (2008), Lélia Gonzalez (2018), Achille Mbembe (2018; 2016), bell hooks (1994), Leda Maria Martins (2003), Alice Walker (2018), Molefi Asante (2009), Alex Ratts (2007), entres outras/os. Este trabalho é carregado de “projéteis” que laboram sobre a responsabilidade com nós mesmas/os, a de compartilharmos e difundirmos linguagens e ações. Nós temos um compromisso com a quebra do silêncio, com a sua transformação numa linguagem criativa e artística. Assim, o que interessa nesta pesquisa-encruzilhada é sobretudo a reverberação dos abalos provocados pelas Poéticas Pretas. Essas que pretendem ir além dos padrões tradicionalmente entendidos como “raça”, fazendo cintilar a ideia de que há muitas formas de enunciar essas subjetividades Pretas a partir da arte e, portanto, também na vida.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-06-10T17:56:57Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-06-10T17:56:57Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-03-02
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv MARTINS, Naara de Oliveira. A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas. 2020. 177f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29222
identifier_str_mv MARTINS, Naara de Oliveira. A gente combinamos de escreviver: Poéticas Pretas e modos de autopotência na criação em Artes Cênicas. 2020. 177f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
url https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29222
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.program.fl_str_mv PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRN
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRN
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron:UFRN
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron_str UFRN
institution UFRN
reponame_str Repositório Institucional da UFRN
collection Repositório Institucional da UFRN
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29222/2/Gentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.txt
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29222/3/Gentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf.jpg
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29222/1/Gentecombinamosescreviver_Martins_2020.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 1de81a3b2f25b4cbc6fe88cbd032aa93
f9b3c7b6387927081555904841f43786
bc236eaec6ac6fe80f2508e29b01b81e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797777681171873792