Arquitetura hostil e percepção da sensação de insegurança: uma barreira para vitalidade e urbanidade, no bairro do Espinheiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dias, Shayenne Barbosa
Orientador(a): Jesus, Cláudio Roberto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS URBANOS E REGIONAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28433
Resumo: A sensação de insegurança urbana não é um fato isolado. A modificação do padrão da habitação e do habitar vem consolidando espaços urbanos carentes de vitalidade. A exposição diária ao medo da violência contribui para o processo de segregação urbana. Intensificam-se, no Brasil, soluções individuais para problemas coletivos. Apontamos o crescente número de condomínios residenciais verticais na cidade e o processo de autossegregação, onde o mercado imobiliário para vender a “qualidade de vida” desejada edifica espaços controlados, com muros altos, câmeras e cercas elétricas. Contudo, esses elementos têm reflexos reais no espaço da cidade. Pela literatura, observamos que a desertificação do espaço urbano é um dos fatores-chave da percepção da sensação de insegurança, pois o espaço perde a atratividade e pessoas atraem pessoas, o que gera a tão desejada vitalidade urbana. Alguns aspectos que corroboram para a desertificação urbana têm origens na arquitetura. O conjunto desses aspectos negativos é entendido como falta de urbanidade. A urbanidade é característica própria da arquitetura da cidade, própria da relação entre espaço e pessoas. A condição de urbanidade estará, portanto, no modo como a cidade acolhe e recebe as pessoas, o corpo. Quando há urbanidade tende a haver vitalidade. Da mesma forma, quando a arquitetura se reveste de formas limitadoras – visuais, físicas e sociais – essa arquitetura é hostil. O debate assim é dirigido à questão da escala humana, o que retorna a discursão para os espaços dos condomínios residenciais verticais que, pelo gerenciamento neoliberal do urbanismo, permite edificar um espaço público de maneira privatista, fechada para cidade e negando a rua. Desse modo, entendemos a arquitetura hostil como elemento ativo na retroalimentação da percepção da sensação de insegurança urbana, na medida em que limita e condiciona a experiência do espaço urbano entre iguais e produz “extramuros”, espaços áridos, impermeáveis, desproporcionais à escala humana. Para esta pesquisa, foi estudado o bairro do Espinheiro, na cidade do Recife, pois foi o bairro que mais verticalizou na cidade dentro do recorte de estudo, sendo modificador do padrão da habitação e da forma de habitar.
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Apontamos o crescente número de condomínios residenciais verticais na cidade e o processo de autossegregação, onde o mercado imobiliário para vender a “qualidade de vida” desejada edifica espaços controlados, com muros altos, câmeras e cercas elétricas. Contudo, esses elementos têm reflexos reais no espaço da cidade. Pela literatura, observamos que a desertificação do espaço urbano é um dos fatores-chave da percepção da sensação de insegurança, pois o espaço perde a atratividade e pessoas atraem pessoas, o que gera a tão desejada vitalidade urbana. Alguns aspectos que corroboram para a desertificação urbana têm origens na arquitetura. O conjunto desses aspectos negativos é entendido como falta de urbanidade. A urbanidade é característica própria da arquitetura da cidade, própria da relação entre espaço e pessoas. A condição de urbanidade estará, portanto, no modo como a cidade acolhe e recebe as pessoas, o corpo. Quando há urbanidade tende a haver vitalidade. Da mesma forma, quando a arquitetura se reveste de formas limitadoras – visuais, físicas e sociais – essa arquitetura é hostil. O debate assim é dirigido à questão da escala humana, o que retorna a discursão para os espaços dos condomínios residenciais verticais que, pelo gerenciamento neoliberal do urbanismo, permite edificar um espaço público de maneira privatista, fechada para cidade e negando a rua. Desse modo, entendemos a arquitetura hostil como elemento ativo na retroalimentação da percepção da sensação de insegurança urbana, na medida em que limita e condiciona a experiência do espaço urbano entre iguais e produz “extramuros”, espaços áridos, impermeáveis, desproporcionais à escala humana. Para esta pesquisa, foi estudado o bairro do Espinheiro, na cidade do Recife, pois foi o bairro que mais verticalizou na cidade dentro do recorte de estudo, sendo modificador do padrão da habitação e da forma de habitar.The sense of urban insecurity is not an isolated fact. The modification of the pattern of housing and habitation has consolidated urban spaces devoid of vitality. Daily exposure to fear of violence contributes to the process of urban segregation. In Brazil, individual solutions to collective problems are intensified. We point to the growing number of vertical residential condominiums in the city and self-segregation process, where the real estate market to sell the desired "quality of life" builds controlled spaces with high walls, cameras and electric fences. However these elements have real reflections in the space of the city. From the literature we see that desertification of urban space is one of the key factors in the perception of insecurity, because space loses attractiveness, and people attract people, which generates the desired urban vitality. Some aspects that corroborate for urban desertification have origins in architecture. All these negative aspects are understood as lack of civility. Urbanity is characteristic of the architecture of the city, proper to the relationship between space and people. The condition of urbanity will therefore be in the way the city welcomes and receives people, the body. When there is urbanity there tends to be vitality. In the same way, when architecture takes on limiting forms: visual, physical and social, this architecture is hostile. The debate is thus addressed to the question of human scale which returns the discursion to the space of vertical residential condominiums, which by the neoliberal management of urbanism allows to build a public space in a private, closed to the city and denying the street. Thus we understand hostile architecture as an active element in the feedback of the perception of the sense of urban insecurity, as it limits and conditions the experience of urban space between equals, and produces "extramural" arid, impermeable, disproportionate spaces on a human scale. For research, the neighborhood of Espinheiro, in the city of Recife, was studied because it was the neighborhood that most verticalized in the city within the study cut, being modifier of the standard of the dwelling and the way of inhabiting.CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA REGIONALArquiteturaVitalidadeUrbanidadeArquitetura hostil e percepção da sensação de insegurança: uma barreira para vitalidade e urbanidade, no bairro do Espinheiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS URBANOS E REGIONAISUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTArquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdf.txtArquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain220686https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28433/2/Arquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdf.txtebf28fc66a56e8c17dc9a116fd54ddc8MD52THUMBNAILArquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdf.jpgArquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1591https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28433/3/Arquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdf.jpg8e2494a499baf02e673742c77e172f83MD53ORIGINALArquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdfapplication/pdf8255718https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/28433/1/Arquiteturahostilpercepcao_Dias_2020.pdf872780c71e8ce2ebff46f065af84840eMD51123456789/284332020-02-09 04:28:43.236oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/28433Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-02-09T07:28:43Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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